Mumbai: possibilidades do destino para viajantes corporativos
Capital cultural e econômica da Índia, a cidade tem uma oferta hoteleira que se diversifica cada vez mais
Texto publicado originalmente na Revista HRS: Hotel Expert, edição de março de 2016. A autoria é de Michael Braun Alexander.
Mumbai (Índia) divide opiniões: alguns a consideram uma megalópole caótica e outros uma cidade cosmopolita. Mas na realidade, a capital de umas das maiores economias do mundo se assemelha cada vez mais à Big Apple: com um centro financeiro, Bollywood e um setor de hotelaria deslumbrante.
Não há como negar: Mumbai não tem a melhor das reputações entre os viajantes de negócios. A metrópole com 20 milhões de habitantes junto ao Mar Arábico é considerada um monstro urbano, uma megalópole caótica, que deve ser evitada. Sejamos francos, quem viaja a Mumbai pela primeira vez tem uma certa apreensão - e ao chegar, se vê confrontado com verdadeiros clichês. O trânsito parece um emaranhado de veículos de vários tipos. Sujeira: na água, na terra, no ar. Multidões na rua e animais por todos os lados - vacas sagradas, gatos, cachorros, galinhas, ratos, corvos - tudo muito diferente do que estamos habituados.
Porém, quem passa dois ou três dias na cidade e se dispõe a descobrir suas diversas facetas, certamente se livrará dessa primeira impressão e associará este local com uma outra grande cidade, por inúmeros aspectos. Separadas por aproximadamente 12.500 quilômetros as cidades de Mumbai (até meados dos anos 90 conhecida por Bombaim) apresenta impressionantes semelhanças com Nova York. A localização geográfica da cidade costeira - uma península estreita, que no mapa tem a aparência de um dedo que indica para o sul na direção do oceano - tem quase as mesmas dimensões de Manhattan. Em termos históricos, tanto Nova York como Bombaim têm raízes coloniais. Ambos são caldeirões culturais e sociais: assim como a Big Apple foi moldada por italianos, judeus, irlandeses, alemães, latinos e outros, Mumbai (Maximum City) é caracterizada por marathas, gujaratis, parsis e outros emigrantes de todas as regiões do subcontinente indiano.
Assim como NYC, Mumbai também é a capital cultural e econômica do país. Atualmente é uma das maiores economias do mundo. Seu centro financeiro, bolsa de valores, chamada Dalal Street (ao invés de Wall Street), e estúdios cinematográficos de Bollywood dão muito brilho e glamour à cidade. Para cinco milhões de jovens indianos, esta cidade é simplesmente brilhante, genial, um lugar de possibilidades ilimitadas, que oferece a esperança de um futuro melhor. "Nova York nunca dorme, Mumbai também não", diz Birgit Zorniger, que foi gerente geral do Taj Lands End até Maio de 2015 – um dos maiores hotéis da Índia com quase 500 quartos - e morou e trabalhou nas duas cidades.
RIQUEZA SUPERLATIVA CONTRA POBREZA DESCOMUNAL
Quem vem do aeroporto em um táxi e deixa o badalado e florescente bairro de Bandra pra trás e passa pela nova ponte Sea-Link na parte oeste da cidade, se lembrará de Manhattan pelo seguinte motivo: Mumbai tem uma skyline espetacular, que cresce de modo deslumbrante. "Antilia" é o nome do impressionante aranha-céu – com 170 metros e 27 andares, casa própria do CEO do grupo de empresas Reliance Industries, Mukesh Ambani.
Mas não há só riqueza em nível superlativo, completamente à mostra está a pobreza - também em termos superlativos. Em Dharavi, na segunda maior favela do sul da Ásia, um milhão de mumbaikars vivem em uma área de dois quilômetros quadrados.
BOLSA DE VALORES E ZONA ARTÍSTICA NA ÁREA LESTE, CONSULADOS NA OESTE
As raízes da cidade estão em uma pequena área - a Bombay Stock Exchange - a décima primeira maior bolsa de valores do mundo, localizada no edifício Phiroze-Jeejeebhoy. Prestadores de serviços financeiros, gráficas e um incontável número de outras empresas se estabeleceram na vizinhança e na elegante e colonial área de Horniman Circle. A alguns passos de distância, ao sul do bairro de Fort, o próspero distrito de artes Kala Ghoda se estabeleceu, com galerias, restaurantes chiques (Kyber, Trishna) e lojas de design, como Obataimu, que recentemente abriu uma filial em Paris. Basta dobrar uma esquina para encontrar o museu mais importante de Mumbai, com o fantástico nome: Chhatrapati Shivaji Maharaj Vastu Sangrahalaya.
Já Nariman Point, um bairro de edifícios na margem oposta da península, foi construído sobre um aterro feito em meados do século 20 e concentra várias matrizes de empresas e representações diplomáticas. Outros complexos de negócios fixaram-se nas proximidades do aeroporto no complexo Bandra-Kurla (BKC) e em Adheri. Depois de finalizar todos os compromissos profissionais, os visitantes de Mumbai costumam ir diretamente aos hotéis e restaurantes de Colava, bem ao sul da península, onde fica o centro turístico. Apenas a alguns passos do Taj Mahal, que voltou a brilhar como nos velhos tempos, há muito movimento no Leopold Cafe - um clássico, já antes do sucesso mundial de "Shantaram" de Gregory Davis Roberts, perfeito para petiscos, cervejas, uísques e "ver e ser visto".
PROSPERIDADE NO TURISMO E NAS VIAGENS DE NEGÓCIOS
Os viajantes internacionais ainda são relativamente raros em Mumbai e na Índia de modo geral. O World Travel & Tourism Council estima que em 2015 apenas 7,8 milhões de viajantes chegaram ao país, uma quinta parte destes eram empresários. Já Singapura, que é 4 vezes menor que Mumbai, registrou no mesmo período 15 milhões de visitantes estrangeiros. Contudo, o mercado na Índia cresce em um ritmo estonteante. A Global Business Travel Association (GBTA) Foundation estima que as despesas no segmento de viagens de negócios cresceram 9,8 por cento em 2015 e chegarão a 10,9 por cento em 2016.
Mumbai dispõe hoje de cerca de 12.700 quartos de hotéis "de marca" - apenas Nova Deli tem um número superior a este - e no decorrer dos próximos 5 anos este número deverá aumentar para 14.600. "Há 13 ou 14 anos existiam apenas dois hotéis de categoria superior na cidade, Taj e o Oberoi", diz Zorniger. "Esse cenário mudou por completo – praticamente todas as grandes redes de hotéis estão presentes hoje em dia". Além dos grupos indianos de hotéis Taj, ITC, Leela e Oberoi, vemos também o Four Seasons, Hilton, Hyatt, InterContinental e JW Marriott. A marca premium Marriott, Ritz-Carlton, que até agora só existia em Bangalore, pretende abrir um hotel em Worli em 2017. Indian Hotels, uma parte do grupo Tata e líder com 4 hotéis de luxo (Taj Mahal, Lands End, President) em Mumbai, abriu em 2015 o quarto hotel, o Taj Santacruz no aeroporto.
EXPANSÃO DA HOTELARIA
A oferta de hospedagem se diversifica. Por exemplo a Indian Hotels, líder de mercado na Índia com 12.000 quartos, hoje em dia não se restringe somente a hotéis de luxo e possuem hotéis de outras categorias como o Vivanta (4 estrelas), o Gateway (3 estrelas) e o Ginger (2 estrelas). Recentemente abriram hotéis boutique: o charmoso Adobe e o Gordon House, ambos em localizações privilegiadas em Colaba.
E quem sobe à noite ao AER para tomar um coquetel no bar da cobertura do Four Seasons, no 34° andar e olha a "skyline" da Maximum City vai certamente mudar a sua ideia sobre essa megalópole caótica e talvez até relacionar a vista com a de Manhattan.
Mumbai (Índia) divide opiniões: alguns a consideram uma megalópole caótica e outros uma cidade cosmopolita. Mas na realidade, a capital de umas das maiores economias do mundo se assemelha cada vez mais à Big Apple: com um centro financeiro, Bollywood e um setor de hotelaria deslumbrante.
Não há como negar: Mumbai não tem a melhor das reputações entre os viajantes de negócios. A metrópole com 20 milhões de habitantes junto ao Mar Arábico é considerada um monstro urbano, uma megalópole caótica, que deve ser evitada. Sejamos francos, quem viaja a Mumbai pela primeira vez tem uma certa apreensão - e ao chegar, se vê confrontado com verdadeiros clichês. O trânsito parece um emaranhado de veículos de vários tipos. Sujeira: na água, na terra, no ar. Multidões na rua e animais por todos os lados - vacas sagradas, gatos, cachorros, galinhas, ratos, corvos - tudo muito diferente do que estamos habituados.
Porém, quem passa dois ou três dias na cidade e se dispõe a descobrir suas diversas facetas, certamente se livrará dessa primeira impressão e associará este local com uma outra grande cidade, por inúmeros aspectos. Separadas por aproximadamente 12.500 quilômetros as cidades de Mumbai (até meados dos anos 90 conhecida por Bombaim) apresenta impressionantes semelhanças com Nova York. A localização geográfica da cidade costeira - uma península estreita, que no mapa tem a aparência de um dedo que indica para o sul na direção do oceano - tem quase as mesmas dimensões de Manhattan. Em termos históricos, tanto Nova York como Bombaim têm raízes coloniais. Ambos são caldeirões culturais e sociais: assim como a Big Apple foi moldada por italianos, judeus, irlandeses, alemães, latinos e outros, Mumbai (Maximum City) é caracterizada por marathas, gujaratis, parsis e outros emigrantes de todas as regiões do subcontinente indiano.
Assim como NYC, Mumbai também é a capital cultural e econômica do país. Atualmente é uma das maiores economias do mundo. Seu centro financeiro, bolsa de valores, chamada Dalal Street (ao invés de Wall Street), e estúdios cinematográficos de Bollywood dão muito brilho e glamour à cidade. Para cinco milhões de jovens indianos, esta cidade é simplesmente brilhante, genial, um lugar de possibilidades ilimitadas, que oferece a esperança de um futuro melhor. "Nova York nunca dorme, Mumbai também não", diz Birgit Zorniger, que foi gerente geral do Taj Lands End até Maio de 2015 – um dos maiores hotéis da Índia com quase 500 quartos - e morou e trabalhou nas duas cidades.
RIQUEZA SUPERLATIVA CONTRA POBREZA DESCOMUNAL
Quem vem do aeroporto em um táxi e deixa o badalado e florescente bairro de Bandra pra trás e passa pela nova ponte Sea-Link na parte oeste da cidade, se lembrará de Manhattan pelo seguinte motivo: Mumbai tem uma skyline espetacular, que cresce de modo deslumbrante. "Antilia" é o nome do impressionante aranha-céu – com 170 metros e 27 andares, casa própria do CEO do grupo de empresas Reliance Industries, Mukesh Ambani.
Mas não há só riqueza em nível superlativo, completamente à mostra está a pobreza - também em termos superlativos. Em Dharavi, na segunda maior favela do sul da Ásia, um milhão de mumbaikars vivem em uma área de dois quilômetros quadrados.
BOLSA DE VALORES E ZONA ARTÍSTICA NA ÁREA LESTE, CONSULADOS NA OESTE
As raízes da cidade estão em uma pequena área - a Bombay Stock Exchange - a décima primeira maior bolsa de valores do mundo, localizada no edifício Phiroze-Jeejeebhoy. Prestadores de serviços financeiros, gráficas e um incontável número de outras empresas se estabeleceram na vizinhança e na elegante e colonial área de Horniman Circle. A alguns passos de distância, ao sul do bairro de Fort, o próspero distrito de artes Kala Ghoda se estabeleceu, com galerias, restaurantes chiques (Kyber, Trishna) e lojas de design, como Obataimu, que recentemente abriu uma filial em Paris. Basta dobrar uma esquina para encontrar o museu mais importante de Mumbai, com o fantástico nome: Chhatrapati Shivaji Maharaj Vastu Sangrahalaya.
Já Nariman Point, um bairro de edifícios na margem oposta da península, foi construído sobre um aterro feito em meados do século 20 e concentra várias matrizes de empresas e representações diplomáticas. Outros complexos de negócios fixaram-se nas proximidades do aeroporto no complexo Bandra-Kurla (BKC) e em Adheri. Depois de finalizar todos os compromissos profissionais, os visitantes de Mumbai costumam ir diretamente aos hotéis e restaurantes de Colava, bem ao sul da península, onde fica o centro turístico. Apenas a alguns passos do Taj Mahal, que voltou a brilhar como nos velhos tempos, há muito movimento no Leopold Cafe - um clássico, já antes do sucesso mundial de "Shantaram" de Gregory Davis Roberts, perfeito para petiscos, cervejas, uísques e "ver e ser visto".
PROSPERIDADE NO TURISMO E NAS VIAGENS DE NEGÓCIOS
Os viajantes internacionais ainda são relativamente raros em Mumbai e na Índia de modo geral. O World Travel & Tourism Council estima que em 2015 apenas 7,8 milhões de viajantes chegaram ao país, uma quinta parte destes eram empresários. Já Singapura, que é 4 vezes menor que Mumbai, registrou no mesmo período 15 milhões de visitantes estrangeiros. Contudo, o mercado na Índia cresce em um ritmo estonteante. A Global Business Travel Association (GBTA) Foundation estima que as despesas no segmento de viagens de negócios cresceram 9,8 por cento em 2015 e chegarão a 10,9 por cento em 2016.
Mumbai dispõe hoje de cerca de 12.700 quartos de hotéis "de marca" - apenas Nova Deli tem um número superior a este - e no decorrer dos próximos 5 anos este número deverá aumentar para 14.600. "Há 13 ou 14 anos existiam apenas dois hotéis de categoria superior na cidade, Taj e o Oberoi", diz Zorniger. "Esse cenário mudou por completo – praticamente todas as grandes redes de hotéis estão presentes hoje em dia". Além dos grupos indianos de hotéis Taj, ITC, Leela e Oberoi, vemos também o Four Seasons, Hilton, Hyatt, InterContinental e JW Marriott. A marca premium Marriott, Ritz-Carlton, que até agora só existia em Bangalore, pretende abrir um hotel em Worli em 2017. Indian Hotels, uma parte do grupo Tata e líder com 4 hotéis de luxo (Taj Mahal, Lands End, President) em Mumbai, abriu em 2015 o quarto hotel, o Taj Santacruz no aeroporto.
EXPANSÃO DA HOTELARIA
A oferta de hospedagem se diversifica. Por exemplo a Indian Hotels, líder de mercado na Índia com 12.000 quartos, hoje em dia não se restringe somente a hotéis de luxo e possuem hotéis de outras categorias como o Vivanta (4 estrelas), o Gateway (3 estrelas) e o Ginger (2 estrelas). Recentemente abriram hotéis boutique: o charmoso Adobe e o Gordon House, ambos em localizações privilegiadas em Colaba.
E quem sobe à noite ao AER para tomar um coquetel no bar da cobertura do Four Seasons, no 34° andar e olha a "skyline" da Maximum City vai certamente mudar a sua ideia sobre essa megalópole caótica e talvez até relacionar a vista com a de Manhattan.