KLM: negócio com Delta e Virgin pode receber mais aéreas
Delta, Air France-KLM e Virgin Atlantic podem chegar no acordo
O complexo negócio joint venture anunciado ontem entre Delta Air Lines e Air France-KLM e desta última com Virgin Atlantic pode ganhar novos episódios. Isso porque o CEO da KLM, Pieter Elbers, afirmou ao mercado que cabem mais parceiros no acordo.
Air France-KLM, Delta e Virgin Atlantic anunciaram nesta quinta a criação de uma multifacetada joint venture. O grupo franco-holandês adquiriu 31% do capital da Virgin Atlantic, e a companhia norte-americana, que já detinha 49% do capital da aérea long-haul britânica desembolsou 375 milhões de euros por 10% de participação na Air France-KLM, de quem é parceira de longa data, e de quebra conquistou um assento em seu conselho. China Eastern Airlines foi outra que adquiriu 10% do capital do grupo cujos hubs ficam em Paris e Amsterdã.
"Há espaço para outros parceiros internacionais se juntarem no acordo", afirmou Elbers nesta sexta-feira.
Será que América do Sul poderia entrar no acordo? Vale lembrar que a Delta tem quase 10% no capital da Gol, e nesta semana mesmo o VP de Vendas e Marketing da aérea brasileira, Eduardo Bernardes, ressaltou a sinergia entre sua companhia, a norte-americana e a própria Air France-KLM. "É uma parceria que ultrapassa as fronteiras dos acordos convencionais que vemos no mundo da aviação", afirmou, ao justificar que a operação internacional da Gol é feita com prioridade nessas parceiras.
Air France-KLM, Delta e Alitalia têm um negócio em andamento, do qual a companhia italiana deve sair em breve, que envolve o intercâmbio de 20% do lucro de voos transatlânticos. "Trata-se de um negócio muito importante para nossa rede, pois geram-se margens muito boas." A Delta também tem laços transatlânticos com a Virgin Atlantic, que devem se intensificar a partir da entrada dos franco-holandeses no bolo.
Portanto, acrescentar a companhia britânica à já existente parceria entre Air France-KLM de Delta, significa a aparição de London Heathrow na jogada, o que Elbers descreve como "extremamente favorável, embora com operação complexa", muito por conta dos poucos slots disponíveis no principal terminal britânico. "Os slots que a Virgin tem são preciosos."
A nova joint venture acrescenta ligações do Velho Continente não só aos Estados Unidos, mas também ao Canadá e México, como valorizou o CEO da KLM. "Esse negócio será o pilar europeu de uma expansão ao globo."
O CEO da Air France, Franck Terner, também afirmou que sua companhia e a KLM estão trabalhando para combinar suas joint ventures com China Southern e agora China Eastern em uma só operação.