Aviação deve voltar com baixa nas tarifas, diz Cadier
Para Cadier, aviação volta com preços mais acessíveis no curto prazo.
Convidado da live Check Point desta quinta-feira (14), o presidente da Latam Airlines no Brasil, Jerome Cadier, também falou sobre tarifas, um tema sensível ao setor quando o contexto analisado é a retomada das viagens. Evitando fazer previsões, o executivo afirmou que o quadro pós-crise será de excesso de capacidade e oferta, o que deve resultar em queda de preços para evitar que as aeronaves permaneçam estacionadas.
A estratégia, contudo, vale para o curto prazo mas não se sustenta depois de longos períodos. "No longo prazo, se o custo de operação intrínseco não baixa, a tarifa vai subir. E o que afeta isso são fatores como dólar, combustível e mudanças operacionais", pondera.
Na visão de Jerome, há um paradoxo difícil de superar e ligado ao momento. Esse impasse vem da necessidade das companhias de voltar a ocupar seus aviões e ao mesmo tempo observando a cotação do dólar e custos operacionais subindo. "O Brasil é ineficiente no transporte aéreo. O combustível é caro por conta dos impostos e temos maior nível de compensação por atrasos ao passageiro no mundo. Somente no ano passado, gastamos R$ 250 milhões em indenizações, apesar de sermos a empresa aérea mais pontual do mundo e termos os tripulantes que menos voam em média. São problemas que temos que endereçar e espero que a crise nos ajude a não deixar isso para depois", argumenta.
Outro elemento que faz a previsão de tarifa ficar ainda mais complicada é o receio dos passageiros de voltar a voar. Para o executivo, a ação que pode ajudar a trazer mais segurança é a boa comunicação das ações que estão em andamento.
E sobre um possível movimento de união das aéreas em algumas rotas, como na Ponte Aérea, ele garante que essa conversa nunca existiu e a Anac tem reunido as empresas apenas para falar do operacional em aeroportos na retomada.
TARIFA FLEXÍVEL E RELAÇÃO COM DISTRIBUIDOR
Provocado com uma pergunta de Luciano Guimarães, diretor da CVC Corp, o presidente da Latam falou também sobre o movimento de flexibilização de tarifas e criticou a relações engessadas entre empresas. "O setor é inteiro rígido. A tarifa é assim pois as relações também são com fabricantes, mão de obra e contatos aeroportuários", afirma. "Se o cliente precisa de flexibilidade o setor todo precisa ser flexível", completa.
Sobre a relação com os distribuidores, Cadier comenta que a solução é a aproximação. "Vamos ter que conversar e se aproximar mais. A solução pode vir a partir da colaboração e juntos achar soluções", arremata. Para Luciano Guimarães, que comanda as empresas B2B da CVC Corp, essa aproximação é fundamental, pois nenhuma companhia aérea conseguirá enfrentar a crise sem a ajuda dos agentes de viagens. "Somente na CVC Corp são dez mil agências de viagens cadastradas", disse ele, que é o novo diretor executivo para RexturAdvance, Trend, Esferatur e Visual, que contam com 1.267 colaboradores.
ASSISTA AO VÍDEO COMPLETO:
* Por um erro de geração de caracteres, a legenda identificando o entrevistado está errada em alguns momentos do vídeo.
A estratégia, contudo, vale para o curto prazo mas não se sustenta depois de longos períodos. "No longo prazo, se o custo de operação intrínseco não baixa, a tarifa vai subir. E o que afeta isso são fatores como dólar, combustível e mudanças operacionais", pondera.
Na visão de Jerome, há um paradoxo difícil de superar e ligado ao momento. Esse impasse vem da necessidade das companhias de voltar a ocupar seus aviões e ao mesmo tempo observando a cotação do dólar e custos operacionais subindo. "O Brasil é ineficiente no transporte aéreo. O combustível é caro por conta dos impostos e temos maior nível de compensação por atrasos ao passageiro no mundo. Somente no ano passado, gastamos R$ 250 milhões em indenizações, apesar de sermos a empresa aérea mais pontual do mundo e termos os tripulantes que menos voam em média. São problemas que temos que endereçar e espero que a crise nos ajude a não deixar isso para depois", argumenta.
Outro elemento que faz a previsão de tarifa ficar ainda mais complicada é o receio dos passageiros de voltar a voar. Para o executivo, a ação que pode ajudar a trazer mais segurança é a boa comunicação das ações que estão em andamento.
E sobre um possível movimento de união das aéreas em algumas rotas, como na Ponte Aérea, ele garante que essa conversa nunca existiu e a Anac tem reunido as empresas apenas para falar do operacional em aeroportos na retomada.
TARIFA FLEXÍVEL E RELAÇÃO COM DISTRIBUIDOR
Provocado com uma pergunta de Luciano Guimarães, diretor da CVC Corp, o presidente da Latam falou também sobre o movimento de flexibilização de tarifas e criticou a relações engessadas entre empresas. "O setor é inteiro rígido. A tarifa é assim pois as relações também são com fabricantes, mão de obra e contatos aeroportuários", afirma. "Se o cliente precisa de flexibilidade o setor todo precisa ser flexível", completa.
Sobre a relação com os distribuidores, Cadier comenta que a solução é a aproximação. "Vamos ter que conversar e se aproximar mais. A solução pode vir a partir da colaboração e juntos achar soluções", arremata. Para Luciano Guimarães, que comanda as empresas B2B da CVC Corp, essa aproximação é fundamental, pois nenhuma companhia aérea conseguirá enfrentar a crise sem a ajuda dos agentes de viagens. "Somente na CVC Corp são dez mil agências de viagens cadastradas", disse ele, que é o novo diretor executivo para RexturAdvance, Trend, Esferatur e Visual, que contam com 1.267 colaboradores.
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* Por um erro de geração de caracteres, a legenda identificando o entrevistado está errada em alguns momentos do vídeo.