Salários caem, mas satisfação de travel managers cresce
Segundo um relatório do Business Travel News, a média salarial dos profissionais caiu 15,8%. O surpreendente, porém, é que o nível de satisfação não mudou.
Pela primeira vez em 34 anos, desde quando o Business Travel News (BTN) começou a medir o salário de travel managers e sua satisfação no trabalho, foi percebido um declínio maciço nos salários dos profissionais do setor. Segundo a pesquisa realizada neste ano, o salário médio dos entrevistados estão 15,8% menores que os apontados em 2016. Antes, chegaram a existir retrações, mas sempre em nível menor.
Apesar disso, a satisfação dos profissionais consultados é praticamente a mesma do ano passado. Outro ponto importante apontado pelo relatório, que pode explicar tal contentamento, é que ainda que os salários tenham diminuído, o reconhecimento obtido dentro das empresas vem crescendo.
Veja no infográfico interativo a
Entretanto, se as empresas têm reconhecido o desempenho de seus profissionais, por qual motivo reduziram os seus salários? Segundo o relatório, para chegar na resposta é preciso ir mais a fundo nos números obtidos neste ano e perceber algumas mudanças intrigantes.
O QUE MUDOU?
Você tem experiência? Essa é uma pergunta frequente na elaboração do relatório do BTN. A surpresa deste ano, porém, deve-se ao crescimento de uma resposta: não. Em 2016, a pesquisa demonstrou que 47% dos profissionais que atuavam como travel manager tinham mais de 20 anos de experiência. Neste ano, o número caiu para 31%.
Em contrapartida, aqueles que afirmavam ter três anos de experiência ou menos, no comparativo com o ano passado, mais do que duplicaram — saltando de 11% para 23% em 2017. Além disso, a porcentagem de altos salários também apresentou uma acentuada queda. Profissionais que ganhavam cerca de US$ 200 mil ou mais ao ano passou de 8% para 4%.
Levando em conta que a maioria desses profissionais com maior experiência tinha ganhos salariais mais altos, à medida em que eles deixaram suas posições e foram substituídos por pessoas mais jovens — por motivos de aposentadorias ou por uma promoção a cargos seniores —, os travel managers menos experientes não herdaram os mesmos salários de seus antecessores, o que explica a diminuição na remuneração global.
JOVENS E DESCANSADOS
A participação nas últimas três conferências globais da Association of Corporate Travel Executives (ACTE) também impactou os resultados da pesquisa. De acordo com a associação, pelo menos 35% dos presentes participavam pela primeira vez em 2015. Já em 2016 e 2017 o número mudou para 45% e 43%, respectivamente.
O diretor executivo da ACTE, Greeley Koch, explica: “Temos percebido uma grande quantidade de aposentadorias. Havia uma geração de gerentes de viagens que surgiram nas décadas de 1990 e 1980 quando [a gestão de viagens] se tornou verdadeiramente uma profissão”, diz.
Ainda de acordo com Koch, esses profissionais, que aprimoraram a prática, apesar de terem avançado muito, precisam abrir caminho para os novos profissionais e ideias que estão surgindo.
Há não muito tempo havia uma preocupação sobre quem assumiria as rédeas do gerenciamento de viagens — mesmo que os benefícios de gestão fossem mais claros para as organizações, destaca Koch. “Até pouco tempo, a função ainda não era uma escolha clara. Era como se a profissão fizesse parte de uma carreira passageira. Hoje, a situação já não é mais a mesma”, pontua.
QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS
Assim como a nova geração de gerentes de viagens deverão trazer novas ideias e tecnologias para a prática profissional, ainda há algumas preocupações quanto a falta de qualificações básicas — que vão desde modelos financeiros da indústria a operações que tratam do relacionamento direto com fornecedores e clientes —, e que podem deixar os gerentes de viagens menos experientes propensos a erros ou vendas ruins.
Os dados do levantamento salarial do BTN ainda mostram que os profissionais em início de carreira entram no mercado de trabalho com um nível de educação formal mais elevado que seus colegas com mais experiência no local de trabalho. Em números, o relatório indica que 41% dos entrevistados, composto majoritariamente por jovens, têm títulos universitários avançados, uma diferença acentuada no comparativo com os 19% que obtiveram a colocação após a experiência em cargos como agente de viagens ou outras áreas de hospitalidade.
No entanto, em termos de progressão de carreira, o relatório indica que, ano após ano, os programas de certificação da indústria produzem travel managers mais altamente remunerados. Uma boa notícia para quem deseja brigar pela função, ainda que sem tantos anos de experiência.
Apesar disso, a satisfação dos profissionais consultados é praticamente a mesma do ano passado. Outro ponto importante apontado pelo relatório, que pode explicar tal contentamento, é que ainda que os salários tenham diminuído, o reconhecimento obtido dentro das empresas vem crescendo.
Veja no infográfico interativo a
Entretanto, se as empresas têm reconhecido o desempenho de seus profissionais, por qual motivo reduziram os seus salários? Segundo o relatório, para chegar na resposta é preciso ir mais a fundo nos números obtidos neste ano e perceber algumas mudanças intrigantes.
O QUE MUDOU?
Você tem experiência? Essa é uma pergunta frequente na elaboração do relatório do BTN. A surpresa deste ano, porém, deve-se ao crescimento de uma resposta: não. Em 2016, a pesquisa demonstrou que 47% dos profissionais que atuavam como travel manager tinham mais de 20 anos de experiência. Neste ano, o número caiu para 31%.
Em contrapartida, aqueles que afirmavam ter três anos de experiência ou menos, no comparativo com o ano passado, mais do que duplicaram — saltando de 11% para 23% em 2017. Além disso, a porcentagem de altos salários também apresentou uma acentuada queda. Profissionais que ganhavam cerca de US$ 200 mil ou mais ao ano passou de 8% para 4%.
Levando em conta que a maioria desses profissionais com maior experiência tinha ganhos salariais mais altos, à medida em que eles deixaram suas posições e foram substituídos por pessoas mais jovens — por motivos de aposentadorias ou por uma promoção a cargos seniores —, os travel managers menos experientes não herdaram os mesmos salários de seus antecessores, o que explica a diminuição na remuneração global.
JOVENS E DESCANSADOS
A participação nas últimas três conferências globais da Association of Corporate Travel Executives (ACTE) também impactou os resultados da pesquisa. De acordo com a associação, pelo menos 35% dos presentes participavam pela primeira vez em 2015. Já em 2016 e 2017 o número mudou para 45% e 43%, respectivamente.
O diretor executivo da ACTE, Greeley Koch, explica: “Temos percebido uma grande quantidade de aposentadorias. Havia uma geração de gerentes de viagens que surgiram nas décadas de 1990 e 1980 quando [a gestão de viagens] se tornou verdadeiramente uma profissão”, diz.
Ainda de acordo com Koch, esses profissionais, que aprimoraram a prática, apesar de terem avançado muito, precisam abrir caminho para os novos profissionais e ideias que estão surgindo.
Há não muito tempo havia uma preocupação sobre quem assumiria as rédeas do gerenciamento de viagens — mesmo que os benefícios de gestão fossem mais claros para as organizações, destaca Koch. “Até pouco tempo, a função ainda não era uma escolha clara. Era como se a profissão fizesse parte de uma carreira passageira. Hoje, a situação já não é mais a mesma”, pontua.
QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS
Assim como a nova geração de gerentes de viagens deverão trazer novas ideias e tecnologias para a prática profissional, ainda há algumas preocupações quanto a falta de qualificações básicas — que vão desde modelos financeiros da indústria a operações que tratam do relacionamento direto com fornecedores e clientes —, e que podem deixar os gerentes de viagens menos experientes propensos a erros ou vendas ruins.
Os dados do levantamento salarial do BTN ainda mostram que os profissionais em início de carreira entram no mercado de trabalho com um nível de educação formal mais elevado que seus colegas com mais experiência no local de trabalho. Em números, o relatório indica que 41% dos entrevistados, composto majoritariamente por jovens, têm títulos universitários avançados, uma diferença acentuada no comparativo com os 19% que obtiveram a colocação após a experiência em cargos como agente de viagens ou outras áreas de hospitalidade.
No entanto, em termos de progressão de carreira, o relatório indica que, ano após ano, os programas de certificação da indústria produzem travel managers mais altamente remunerados. Uma boa notícia para quem deseja brigar pela função, ainda que sem tantos anos de experiência.
*Fonte: Business Travel News