Agentes relatam prejuízos com a WT Tours Operadora
Cinco meses depois das primeiras denúncias contra a WT Tours, de Ribeirão Preto (SP), mais dois agentes de viagens voltam a ter problemas com a operadora
Cinco meses depois das primeiras denúncias contra a operadora WT Tours, de Ribeirão Preto (SP), mais dois agentes de viagens voltam a ter problemas com a empresa. Segundo e-mails enviados ao Portal PANROTAS, as agências têm tido prejuízos para arcar com os embarques deixados pela WT Tours, que não comercializa produtos desde dezembro do ano passado.
O diretor da Oficina de Viagens, Felipe Maiuri Lapi, tomou a iniciativa de procurar o Portal PANROTAS para relatar o que vem enfrentando nos últimos meses. Lapi enviou comprovantes de e-mails, de depósitos e de acordos feitos e não cumpridos pela WT Tours. Em seu e-mail, o diretor da agência cita quatro contratos onde há passagens aéreas não emitidas, reservas de hotéis pagas, mas não repassadas aos fornecedores; ingressos de parques temáticos não comprados, entre outros problemas.
“Para não deixar nossos clientes na mão, tivemos que comprar rapidamente e de certa forma muito em cima da hora todos os serviços novamente, utilizando nossos próprios recursos pessoais, tudo para não causar stress com os clientes. Porém, como houve uma grande alta do dólar americano, no período entre a compra dos serviços junto a WT Tours e a notificação de que os mesmos não honrariam o que havia sido acordado, tivemos que arcar com grandes diferenças de preços”, comentou.
Segundo estimativas, o prejuízo da Oficina de Viagens em quatros reservas ultrapassaria os R$ 20 mil (vinte mil reais).
OUTRO CASO
Eduardo Scartezini, da Du Viagens, também relatou dois problemas que teve com a operadora de Ribeirão Preto, e que segundo ele “causaram um grande prejuízo financeiro e emocional devido ao estresse com companhias aéreas, hotéis e clientes envolvidos”.
De acordo com Scartezini, a primeira delas se deu com uma venda nacional que envolvia vários hotéis e passeios. “Consegui resolver até certo ponto com o estorno no cartão do meu cliente, porém os serviços que a operadora estava garantindo o pagamento, a agência recebeu cobrança após o serviço realizado. Informei que esse serviço já estava pago e que a empresa deveria cobrar da WT Operadora”, explica.
A outra venda foi a que mais prejuízos causou, pois envolvia um cruzeiro pelo Caribe, com passagens aéreas, hotéis e demais serviços. “Em agosto de 2015 finalizei o pagamento total desta reserva, porém a WT não efetuou o pagamento para a Pullmantur e com isso perdemos a reserva do cruzeiro. A maior questão é que só tive consciência disso quando a operadora “quebrou”. Neste momento já não havia mais disponibilidade de cabine e o problema estava causado. Tentei de todas as formas conseguir uma cabine, porém, sem sucesso. Acabei mudando todo o roteiro dos meus clientes para uma outra companhia de cruzeiros, para um outro destino, mas ainda assim estava na dependência da Copa Airlines autorizar uma alteração do destino final nas passagens já pagas e emitidas, o que foi negado”, explica Eduardo.
“Nesta altura, já estávamos quase na metade do mês de janeiro e o embarque seria dia 4 de fevereiro, ou seja, sem tempo para “brigar” com a companhia aérea. Pedi ao João Rodrigo Coimbra (diretor) que ele fizesse uma emissão de novas passagens aéreas e também solicitasse o reembolso destes bilhetes aéreos para a Copa, pois somente a operadora poderia fazer isso. Como ninguém me dava um retorno com uma solução e a agência precisava resolver as passagens para os clientes viajarem, acabei emitindo quatro novas passagens internacionais a um custo altíssimo e o pagamento (prejuízo) está sendo feito pela agência. Resumindo, não tive mais retorno do João, André ou qualquer outro responsável pela operadora. Não tenho ciência se o reembolso foi efetuado para a WT Tour até hoje”, conclui.
Procurado, o diretor João Rodrigo, da WT Tours, não quis dar declarações para serem publicadas.