EUA lançam 59 mísseis contra base Síria; Rússia repudia
Ataque foi ordenado pelo presidente norte-americano Donald Trump, em resposta ao uso de armas químicas pelo regime sírio, comandado por Assad; presidente russo repudia os ataques, que para ele foi "um golpe nas relações da Rússia com os EUA"
Forças militares dos Estados Unidos lançaram nesta quinta-feira (6) dezenas de mísseis de cruzeiro contra um aeroporto na Síria, o que representa o primeiro ataque direto americano contra o governo do presidente Bashar Al Assad desde que começou a guerra civil nesse país, informaram vários veículos de comunicação americanos. As informações são da agência de notícias EFE.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a ordem de ataque militar. Em pronunciamento, Trump afirmou que a ofensiva é uma resposta ao uso de armas químicas pelo governo do presidente Bashar Al Assad nessa terça-feira (4). Segundo o presidente, com o ataque químico, Assad “sufocou a vida de muitos homens, mulheres e crianças indefesas”. “Foi uma morte lenta e brutal para muitos”, acrescentou. Trump disse que o ataque foi feito contra a mesma base aérea de onde o governo de Bashar Al Assad lançou o ataque químico.
O presidente norte-americano disse que é do interesse da segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e deter a proliferação do uso de armas químicas mortais. “Não pode haver nenhuma dúvida de que a Síria utilizou armas químicas banidas, violou suas obrigações perante a Convenção sobre as Armas Químicas e ignorou os pedidos do Conselho de Segurança”, disse.
Trump também disse que "chama todas as nações civilizadas para se juntar aos Estados Unidos para colocar um fim ao massacre e ao derramamento de sangue na Síria e para colocar um fim ao terrorismo de todos os tipos”.
Nesta quarta (5), o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu para debater o ataque químico, porém, mais uma vez, a votação de uma resolução foi barrada por oposição da Rússia– o país já barrou, ao lado da China, sete tentativas de aprovar uma resolução condenando o regime de Bashar Al Assad.
Na reunião dessa quarta-feira, a representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, havia dito que, quando a ONU “falha consistentemente em seu dever de agir coletivamente, há momentos na vida dos Estados que nós somos levados a agir por conta própria”, o que já sinalizava para uma possível ação militar dos Estados Unidos.
RÚSSIA REPUDIA; FRANÇA E ALEMANHA APOIAM
Líderes mundiais repercutiram hoje o lançamento dos 59 mísseis contra a base militar do governo da Síria. A Rússia repudiou fortemente, enquanto França, Alemanha e Israel apoiaram o ataque.
Em comunicado, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que o lançamento dos mísseis agrediu um Estado soberano e isso representa "um golpe nas relações da Rússia com os Estados Unidos". O Kremlin reforçou que os Estados Unidos terão consequências negativas porque violaram normas do direito internacional. O país já pediu pediu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A França e Alemanha afirmaram, em comunicado conjunto, que o presidente sírio, Bashar Al Assad, tem plena responsabilidade pelos ataques dos Estados Unidos à base militar do governo sírio. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também apoiou. Outros países que apoiaram o ataque foram o Japão, a Turquia, o Reino Unido e a Arábia Saudita. A China e o Irã afirmaram que não apoiam a medida norte-americana.
*Fonte: Agência Brasil