Airbnb: hotelaria cobra políticos sobre regulamentação
A economia colaborativa foi o primeiro assunto a ser debatido no segundo dia do 58º Congresso Nacional de Hotéis (Conotel). Hoteleiros e outras autoridades do Turismo aproveitaram a presença dos deputados federais Herculano Passos (PSD-SP) e Otávio Leite (PSDB-RJ) para cobrar a regulamentação do mo
A economia colaborativa foi o primeiro assunto a ser debatido no segundo dia do 58º Congresso Nacional de Hotéis (Conotel). Hoteleiros e outras autoridades do Turismo aproveitaram a presença dos deputados federais Herculano Passos (PSD-SP) e Otávio Leite (PSDB-RJ) para cobrar a regulamentação do modelo que mais aflige a hotelaria, o Airbnb.
O presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, afirmou que o Rio de Janeiro, atualmente, é a cidade mais afetada pelo case. “Dobramos a oferta hoteleira para atender aos Jogos Olímpicos e, no meio do caminho, o Comite Olímpico Internacional (COI), disse que não ia ficar nem com metade dos quartos porque agora contavam com o Airbnb, um patrocinador que nada investiu”, criticou. A mudança de postura do COI levou Lopes a trocar os adjetivos ao evento esportivo. “O que era para ser maravilhoso para o setor agora será apenas muito bom”, opinou.
O Airbnb, como outras economias colaborativas, é uma tendência e reivindicar a sua proibição não faz mais parte do discurso dos hoteleiros, que agora cobram uma “concorrência leal” por meio da regulamentação do serviço, ou seja, a arrecadação de impostos, a obrigatoriedade de alvarás e outras burocracias pagas pelos donos de hotéis.
O presidente da Abav, Edmar Bull, e o presidente da Abracorp, Rubens Schwartzmann, endossaram o coro de Lopes. “Foi colocado um bode na nossa sala e vamos ter que conviver com ele. Sempre vai ter espaço para todos, afinal, há vários perfis de clientes”, encorajou Schwartzmann.
Entre outras providências, as autoridades cobraram a inclusão do Airbnb na Lei Geral do Turismo, criada em 2008. “Estamos com uma desvantagem terrível, os turistas estão debandando e precisamos mudar isso”, disse o presidente do Fohb, Manuel Gama.
Leite e Passos falaram sobre medidas aprovadas ao longo de seus mandatos e concordaram com o discurso das autoridades. Ambos afirmaram que a convivência entre hotéis e Airbnb precisa ser ajustada. Entretanto, projetos de regulamentação não foram apresentados ou discutidos no painel.
OUTRA PERSPECTIVA
O presidente da Associação Brasileira de Resorts (ABR), Luigi Rotunno, trocou o termo economia colaborativa por “economia disruptiva”. Segundo Rotunno, cases como o Airbnb estão mudando a forma de consumo da sociedade. “Precisamos aprender a conviver com isso e reagir. Não adianta bater de frente, temos que agregar”, alertou.
Para exemplificar a sua perspectiva, o presidente destacou a grande presença de mulheres na plateia do Conotel e reprovou a falta de mulheres na atual equipe ministerial do Governo Federal. “Ter tantas mulheres aqui e no Turismo é um exemplo de economia disruptiva e eu espero que isso chegue a Brasília”.