Karina Cedeño   |   25/05/2018 09:15

Hoteleiros estão prontos para a nova era de proteção de dados?

Novo regulamento europeu pode ser bastante vantajoso - e não ameaçador - para os pequenos comerciantes de hospitalidade



Pixabay
É o céu caindo ou apenas uma nova era? O fato é que para muitos, o novo Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR) será o fim das técnicas de marketing contemporâneas. O novo regulamento significa uma potente reestruturação para quem detém ou usa dados de clientes - a partir de hoje (25), o uso desses dados exige consentimento explícito, permissão contratual ou interesse legítimo definido.

E quais serão os impactos disso tudo na indústria da hospitalidade? Antes de tudo, é preciso levar em consideração o fato de que qualquer empresa que processe os dados de cidadãos da União Europeia, seja dentro ou fora dela, deva cumprir o GDPR ou arriscar uma multa de até 4% do seu volume de negócios global.

As operadoras de hotéis, por padrão, são mais dependentes de compras no Exterior do que os fornecedores de outros setores, o que torna mais provável que essa legislação capture os hoteleiros que aceitam reservas europeias.

O GDPR também afetará as técnicas de comunicação com o cliente, como o redirecionamento, o gerenciamento da lista de e-mails e o contato com os hóspedes que retornam. Mas este não é o fim do mundo para o setor de hospitalidade, afinal, não apenas as táticas tradicionais - como vouchers, listas de e-mails, mensagens personalizadas e segmentação por interesses - permanecem em vigor para os profissionais de marketing que seguirem as regras, como também o GDPR oferece uma oportunidade para emergir da sombra projetada por um poderoso inimigo.

Hoje, os operadores de hotéis sentem que as OTAs possuem todos os cartões e assumiram o controle de seus canais de marketing e relacionamento com os clientes. Mas enquanto pequenos operadores individuais podem se sentir mal equipados para enfrentar o desafio GDPR, é fato que as grandes e poderosas OTAs também sentirão a tensão - provavelmente ainda mais.

Isso porque não só as OTAs foram mais rápidas em empreender muitas das táticas agora sendo desafiadas pelo GDPR, como também elas estão fazendo isso em escala muito maior do que os operadores individuais.

A princípio, as OTAs utilizam listas de mailings de forma massiva, o que significa que se precisarem obter o consentimento de cada um dos destinatários, isso poderá prejudicar seus negócios e diminuir o número de receptores de suas mensagens. E caso as OTAs não consigam encontrar uma maneira de fazer o trabalho de redirecionamento, perderão um de seus canais de publicidade cruciais.

Para operadores individuais, essa pode ser uma janela de oportunidade, já que terão mais autonomia sobre como conseguem suas reservas. Tudo se resume a dados de melhor qualidade, considerando que as empresas só podem enviar comunicações para destinatários que optaram explicitamente por recebê-las. Isso não significa que as operadoras não podem continuar oferecendo descontos, vouchers ou benefícios, mas sim os conteúdos serão melhor direcionados.

Limpar os assinantes indesejáveis das listas aumenta a relevância e a eficácia da base de contatos porque, de repente, são removidos todos aqueles que entraram na lista sem realmente querer comprar nada, e embora uma lista de destinatários menor possa acarretar menos compras, a taxa de conversão real pode aumentar, porque é mais provável que um público-alvo interessado compre o que foi sugerido.

Esse conjunto de dados refinado também oferece novas oportunidades para os hoteleiros testarem novas mensagens, ofertas e campanhas com um maior grau de precisão. O que é apenas um dos exemplos de como o GDPR pode ser bastante vantajoso - e não ameaçador - para os pequenos comerciantes de hospitalidade.


*Fonte: Tnooz

conteúdo original: https://bit.ly/2GM2pYJ

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