PANROTAS presta homenagem a Eduardo Sanovicz após sua partida
Ex-presidente da Abear e da Embratur nos deixou após luta contra um câncer no pâncreas
Faleceu neste sábado (2) Eduardo Sanovicz, aos 63 anos, depois de uma longa luta contra um câncer no pâncreas. O Turismo está de luto com a perda de uma das principais figuras do trade.
Sanovicz morreu em Santos, no litoral paulista, rodeado pela esposa, filhos, mãe, irmão e cunhada.
O presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta, e toda a equipe PANROTAS, desejam os mais sinceros sentimentos à toda a família. Abaixo, uma homenagem à pessoa e ao profissional que Edu foi. Alcorta e Artur Andrade, editor-chefe e CCO da PANROTAS, estão em viagem ao Exterior e escreveram suas homenagens a Edu, como vemos a seguir.
“A indústria de Turismo perde muito com a partida do Edu. Sem dúvidas, além de amigo querido, foi um dos nossos grandes técnicos, especialista da maior qualidade. Conhecia diversos setores como poucos: setor público, eventos, aviação. Se destacou em todos. Acumulou conhecimento e, generoso, compartilhou com todos nós. Seu legado permanece e seguirá inspirando todos nós."
José Guillermo C. Alcorta, presidente da PANROTAS
Almoços e longas conversas
“Um dia difícil. De saudade. Dia de se despedir. Relembrar. Reconhecer. Homenagear.
As referências ficam para a história e o legado de Eduardo Sanovicz para o Turismo será luz por muito tempo para quem trabalha, trabalhou ou está querendo ingressar nessa indústria que ainda luta tanto por reconhecimento e que, na figura de um mestre como Sanovicz, viu essa ambição se materializar por diversas vezes.
Na quarta-feira passada, ao saber que estava entrando na fase final de sua luta contra o câncer (pela segunda vez na vida) mandei uma mensagem para ele, pois queria que ele soubesse o quanto já estava fazendo falta no setor (havia deixado a Abear meses antes) e o quanto estávamos, todos do Turismo, todos aqui na PANROTAS, torcendo por ele.
'Estou descendo para Santos e pretendo ficar por lá nessa fase', me respondeu ele. 'Muito difícil, mas estou ok. Lutando. Beijos e obrigado pelo carinho”'
Nós que te agradecemos, Edu. Eu que agradeço pelos ensinamentos sobre destinos, gestão pública, sobre aviação e sobre como deixar um legado com seu trabalho e suas relações.
Desde o Anhembi, quando começou a mudar a forma da cidade de São Paulo ver e fazer Turismo, trocávamos ideia, saíamos para almoçar, conversávamos longamente (em on e off) e acompanhar sua ascensão à liderança da histórica equipe da Embratur em 2003 faz parte do meu currículo. Edu fez história naquele período, estruturando um dos mais belos trabalhos de promoção do País e criando e formando um time que brilha até hoje. A aldeia gaulesa.
Lembro de suas participações no Fórum PANROTAS (em todos eles praticamente, sempre à disposição para ajudar e colaborar, construir um Turismo mais forte e justo) e em especial quando, sem cabelo por conta do primeiro tratamento contra o câncer, estava lá, na primeira fila, ao lado de Mares Guia, pelo Turismo, pelos amigos, pelo time que estava iniciando uma fase importante da história do País. E por sua própria história como homem do Turismo, professor, pensador de nossa indústria.
A decepção pelo que veio a seguir, com o desmonte do Turismo no País, era evidente em suas falas (em on e off), mas conseguiu um novo marco, liderando a Abear, em outro momento histórico na Aviação e no Turismo. Dos eventos para os voos, aprendeu rapidamente e passou a dar aula sobre o tema.
E continuou de olho nos assuntos dos destinos e do Turismo e abraçou a campanha ao ver a possibilidade de mudança (e retorno ao que foi plantado em 2003). Sempre com argumentos, com números, com fatos, sem alterar a voz, perguntando se podia enviar esse ou aquele documento para compartilhar seu... conhecimento.
“Estou de alma lavada”, me disse depois do relançamento da Marca Brasil, este ano, quando também foi homenageado pelo novo governo.
Minha relação próxima com o irmão, Marcelo, na época na consolidação, ajudava a montar o quadro sobre a figura de Edu, sempre carinhoso, sempre tendo a família como referência e prioridade (lembro da sua filha trabalhando no Turismo da Catalunha e seu orgulho em ver o paralelo com sua própria carreira).
“Quando vamos sentar e terei minha próxima aula?”, eu perguntava, mesmo sem ser um de seus alunos na USP. A última foi ainda como Abear, em um restaurante peruano em Moema. Preços das passagens, política e desabafos... Confidências e risadas. O tom de voz inesquecível, a praticidade e objetividade, os comentários precisos... a atenção e o carinho. Ligava para reclamar de algo que havia sido publicado e já com os argumentos em mãos. Dizia quando achava que algo estava fora do tom, sempre respeitando o trabalho da PANROTAS como meio de comunicação e sempre disposto a colaborar. Às vezes dizia, brincando, que eu dava mais atenção ao irmão Marcelo, mas são os ciclos do Turismo, quando assuntos ganham mais ou menor exposição no nosso dia a dia. Ou reclamava que estávamos batendo muito na aviação – mas olha esses preços Edu!!! E lá vinha ele com planilhas de custo, gráficos, cases mundiais... E a gente ia levando uma relação de altíssimo nível. E de grande carinho.
O Turismo e a Aviação estão de luto, mas celebram um legado como poucos deixaram em nosso setor. Ensinamentos e exemplos que ajudaram e ajudarão a chegarmos aonde Edu Sanovicz sabia que merecíamos e podíamos. No topo das melhores práticas mundiais de destinos, da aviação, da educação, do Turismo. Seu sonho era uma país melhor para todos e ele ajudou muito em suas atuações dentro e fora do governo.
Edu escolheu passar os últimos dias de sua jornada em Santos, onde começou a carreira no Turismo, com a família, cercado de amor e boas lembranças. As melhores recordações. Como serão as nossas nesses tantos anos de convivência e admiração.
À família, nosso carinho e respeito, a esposa, Bete, os filhos Mariana, Carolina, Gabriela, Artur, aos irmãos e a sua mãe, dona Diva. E ao Edu, nosso até breve. Nosso reconhecimento e nosso muito obrigado.
Artur Luiz e Andrade”