Beatrice Teizen   |   29/04/2020 12:50

Abracorp discute ações na crise com lideranças empresariais

Encontro discutiu como empresas que ocupam posição de liderança setorial se preparam para o pós covid-19

A Abracorp realizou, na última sexta-feira (24), sua segunda sessão de videoconferência, pautada em como empresas que ocupam posição de liderança setorial se preparam para o pós-covid-19. Participaram do encontro o diretor executivo de Vendas e Marketing da Movida, Jamyl Jarrus Jr., o CEO do Grupo WTC SP, João Nagy, e o diretor para América Latina do BWH Hotel Group, Matt Teixeira.

Emerson Souza
Carlos Prado e Gervasio Tanabe, da Abracorp
Carlos Prado e Gervasio Tanabe, da Abracorp
“Os dias atuais não têm sido fáceis para ninguém. Queremos focar na retomada, certos de que com a união de todos faremos um Turismo mais forte”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da entidade, Carlos Prado.

NOVOS PROTOCOLOS
“Resgatar a confiança da demanda. Este é o principal desafio. Por isso, é preciso dar visibilidade às boas práticas adotadas na limpeza”, destacou Jarrus, que também anunciou aumento do foco em tecnologia.

Para Teixeira, a limpeza sempre esteve no DNA da hotelaria, mas novas normas propostas pelas autoridades trarão constantes evoluções, resultando na necessidade de mais investimentos em tecnologias, treinamento e equipamentos do pessoal de limpeza.

“Desconstruir a insegurança é foco setorial é objetivo comum. Requer de todos, incluindo as agências associadas, o uso progressivo de recursos como RPA (Automação Robótica de Processos), inteligência artificial, IoT (Internet das Coisas) e aprimoramento dos cuidados adicionais no processo de comunicação”, disse Prado.

RELACIONAMENTO COM AS TMCS

Considerando que novos investimentos serão necessários, ao mesmo tempo em que a demanda estará reprimida, será que a dinâmica de relacionamento com as TMCs vai mudar? “A substituição do faturamento por meios eletrônicos de pagamento será adotada pela hotelaria?”, questionou o presidente executivo da associação, Gervasio Tanabe.

“Vamos depender muito das agências de viagens, das operadoras e das tecnologias, por meio das quais as reservas serão feitas”, afirmou Teixeira, que também foi categórico quanto à necessidade do mercado brasileiro “sair do faturamento para reduzir custos operacionais, ajudar o cash flow e os hotéis pararem de financiar”.

Jarrus ponderou ainda em favor da mudança de foco das TMCs, considerando que “a cada dez passagens aéreas vendidas, oito reservas hoteleiras são feitas e duas locações”. Acrescentou que a tendência é a demanda pelas viagens de curta distância retornar um pouco antes das internacionais e daí a necessidade de se criar mais proximidade com as TMCs, construir novos produtos e modelos de relacionamento, tendo em vista o crescimento do mercado de locação no País.

GUERRA TARIFÁRIA

Diante da impossibilidade de se prever o futuro do mercado, tendo em vista que desde já novos investimentos precisam ser realizados, Tanabe lembrou que já existem no mercado promoções tarifárias com vendas antecipadas anunciadas. Com isso, qual será a política de precificação em geral, no setor?

“Não acreditamos em guerra tarifária, mas sim na adequação da oferta. Estamos em uma indústria madura, o cenário de competição será equilibrado”, afirmou Jarrus. De acordo com o porta-voz da Movida, esta prática já vinha sendo adotada no âmbito das locadoras.

ADEQUAÇÃO DE OFERTA

Adequar a oferta à demanda, excluindo da reserva os assentos do meio nas aeronaves ou mesmo espaçando a ocupação dos apartamentos nos hotéis, são medidas cogitadas durante a pandemia, mas descartadas para depois.

Para Nagy, não faz sentido, por questão de segurança, reduzir a ocupação por quarto, mas a adequação das despesas trará redução da oferta do room service. Inclusive “bares e restaurantes não podem estar abertos por exigência das autoridades”, lembrou e previu que a demanda por eventos business to business (b2b) tende a retornar antes dos eventos sociais.

Prado informou que a Fiesp sugeriu em criar uma espécie de cartilha, contendo a recomendação de protocolos. “Esse é o primeiro passo a ser dado, prevendo o início da retomada gradual para o dia 11 de maio, caso os indicadores de contaminação não obriguem a volta do lockdown”, finalizou.

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