Beatrice Teizen   |   29/04/2020 11:37
Atualizada em 29/04/2020 11:38

Demanda global de passageiros despenca 52,9% em março

Foi o maior declínio da história recente, refletindo o impacto das ações do governo em relação à covid-19

A Iata acaba de anunciar os resultados globais de tráfego de passageiros de março de 2020, mostrando que a demanda (medida em receita total de passageiros por quilômetro – RPKs) despencou 52,9% em comparação com o período do ano anterior. Esse foi o maior declínio da história recente, refletindo o impacto das ações do governo para retardar a disseminação da covid-19.

Unsplash/Marcus Zymmer
Demanda global de passageiros despencou 52,9% em março
Demanda global de passageiros despencou 52,9% em março
Em termos dessazonalizados, o volume global de passageiros retornou aos níveis vistos pela última vez em 2006. A capacidade de março (assentos por quilômetro – ASKs) caiu 36,2% e o fator de carga despencou 21,4 pontos percentuais, alcançando 60,6%.

“Março foi um mês desastroso para a aviação. As companhias aéreas sentiram progressivamente o crescente impacto do fechamento de fronteiras relacionadas ao coronavírus e restrições à mobilidade, inclusive nos mercados domésticos. A demanda estava no mesmo nível de 2006, mas temos frotas e funcionários para dobrar isso. Sabemos também que a situação se deteriorou ainda mais em abril e a maioria dos sinais indica uma recuperação lenta”, diz o diretor geral e CEO da associação, Alexandre de Juniac.

INTERNACIONAL
A demanda internacional de passageiros em março encolheu 55,8% em relação a março de 2019. O que é muito pior do que a queda de 10,3% ano a ano em fevereiro. Todas as regiões registraram um declínio percentual de tráfego de dois dígitos. A capacidade caiu 42,8% e o fator de carga caiu 18,4 pontos percentuais, indo para 62,5%.

O tráfego das aéreas norte-americanas caiu 53,7% em relação a março do ano passado, piorando drasticamente de uma queda de 2,9% em fevereiro em relação a fevereiro de 2019. A capacidade caiu 38,1% e o fator de carga caiu 21,1 pontos percentuais, chegando a 62,8%.

As companhias latino-americanas sofreram uma queda de demanda de 45,9% em março, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em fevereiro, o tráfego diminuiu 0,2% ano a ano. A capacidade caiu 33,5% e o fator de carga caiu 15,3 pontos percentuais, alcançando 66,5%.

Já as transportadoras europeias viram a demanda em março cair 54,3% ano a ano. Em fevereiro, o tráfego foi praticamente estável em comparação com o mês do ano anterior. A capacidade caiu 42,9% e o fator de carga diminuiu 16,8 pontos percentuais, chegando a 67,6%, o mais alto entre as regiões.

DOMÉSTICO
A demanda por viagens domésticas encolheu 47,8% em março, em comparação a março de 2019, com uma queda percentual de dois dígitos em todos os mercados. Isso comparado a um declínio anual de 21,3% em fevereiro. A capacidade caiu 24,5% e o fator de carga diminuiu 26 pontos percentuais, indo a 58,1%.

“O setor está em queda livre e não chegamos ao fundo. Mas chegará um momento em que as autoridades estarão prontas para começar a diminuir as restrições de mobilidade e abrir fronteiras. É imperativo que os governos trabalhem com a indústria agora para se preparar para esse dia. Os padrões globais que são mutuamente aceitos e praticáveis operacionalmente serão essenciais para alcançar isso. A única maneira de chegar lá é trabalhando juntos”, finaliza.

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