Renê Castro   |   19/07/2016 13:26

Lyft e rede de carros executivos travam batalha na GBTA

O teatro do Colorado Convention Center ficou lotado nesta manhã para conferir um debate entre o app de compartilhamento de caronas Lyft e a companhia de transporte executivo Dav El Chauffeured Transportation Network, considerada a maior do mundo, com serviços em mais de 550 cidades ao


Divulgação GBTA
Richard Quest
DENVER (ESTADOS UNIDOS) - O teatro do Colorado Convention Center ficou lotado nesta manhã para conferir um debate entre o app de compartilhamento de caronas Lyft e a companhia de transporte executivo Dav El Chauffeured Transportation Network, considerada a maior do mundo, com serviços em mais de 550 cidades ao redor do mundo.

O correspondente internacional da CNN, Richard Quest, mediou a discussão com muito bom humor e acidez, colocando os concorrentes em situações desafiadoras a cada pergunta.

Ao levantar a bandeira da qualidade e segurança do transporte executivo, o CEO da Dav El, Scott Solombrino, defendeu a ideia de que o governo deve regulamentar os apps de caronas, fazendo-os não apenas pagar taxas e licenças, mas, em especial, obrigar os motoristas associados a realizarem testes regulares para a verificação do uso de drogas.

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Scott Solombrino
“Não sou contra o Lyft, e sim com a forma como ele tem atuado. O debate aqui dever sobre a segurança do passageiro, e isso nossos profissionais podem garantir”, disparou, fazendo referência a acidentes e casos de estupros em corridas via app.

Ao utilizar o direito de resposta, o chief business officer (CBO) do Lyft, David Baga, explicou que a proposta do app é diferente, e não pode ser enquadrada pela mesma legislação dos carros executivos.

“Nós apostamos em um serviço que é capaz de transformar o dia a dia das pessoas, desafogando o trânsito, diminuindo a poluição e aumentando o relacionamento. Não estamos nos negando a pagar impostos, mas desde que nosso modelo de negócio seja compreendido.”


DEBATE QUENTE
O argumento foi o bastante para se instalar um verdadeiro ringue no palco.

“A preocupação com segurança sempre existiu. Nossa tecnologia permite rastrear os carros via GPS, acessar as licenças do motorista e do carro, colocar o consumidor em contato com uma central de atendimento 24 horas por dia. Quer saber? Não importa o que eu ou vocês [David Solombrino e Richard Quest] acham. As pessoas é que têm de entender se isso é bom ou não, e ter a chance de escolher o que querem usar”, retrucou Baga, arrancando aplausos da plateia.
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David Baga

Quest aproveitou a deixa e perguntou ao público quem havia utilizado Uber ou Lyft nas últimas 48 horas. A maioria levantou a mão.

“Scott [Solombrino], você é um dinossauro”, concluiu Richard Quest, para espanto de todos.

Após um silêncio incômodo, o CEO da Dav El se recompôs e voltou ao ataque. “Se estar dentro da lei é ser dinossauro, nos somos. A verdade é que não temos problemas em nos adaptar, mas esses apps crescem sem uma legislação. Esse é o ponto crítico. Eu não teria problema em unir os dois modelos de negócios, desde que o Lyft respeitasse os protocolos. Sem isso, me vejo discutindo esse mesmo tema daqui cinco anos”, citando novamente o teste para uso de drogas. “O governo decidirá o futuro desses apps”, concluiu Solombrino.

Antes de soar o gongo, David Baga desferiu seu último golpe. “O governo não pode controlar a vontade das pessoas de se unir e trocar experiências.”

Ao que tudo indica, a disputa pelo consumidor seguirá emocionalmente. Que vença o melhor.

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