Rodrigo Cezar assume Alagev; João Bueno o Conselho
Mandatos seguem até abril de 2018, quando seria o fim do mandato da ex-presidente Patricia Thomas
A Alagev busca entrar em um novo momento a partir de hoje. O que a maioria de seus 370 associados esperava vai enfim acontecer. Um gestor de viagens corporativas assume como presidente da entidade. Trata-se de Rodrigo Cezar, principal responsável pelas viagens da farmacêutica Roche. Na presidência do conselho quem assume é João Bueno, diretor executivo da ABR. Ambos seguem até abril de 2018, quando seria o fim do biênio da presidente anterior, Patricia Thomas.
Recentemente, Viviânne Martins, que não só foi uma das fundadoras como tem a cara da Alagev, e Patricia, ambas da Academia de Viagens Corporativas, deixaram a presidência do conselho e presidência da associação, respectivamente, para dar dedicação total à empresa.
O grande entrave (e receio) em se ter um gestor à frente da Alagev é a provável falta de tempo para se dividir entre as funções de uma grande empresa e, ao mesmo tempo, se dedicar a tudo o que uma associação tão representativa demanda. A liberdade para comandar também preocupa, haja vista as políticas restritivas da maioria das empresas em relação a suas estratégias. Rodrigo Cezar admite que não pode abrir mão de sua carga horária na empresa, mas pretende estruturar a Alagev de tal maneira que consiga caminhar sozinha e ele tenha de olhar a parte estratégica, "sem ter de colocar muito a mão na massa".
"É um anseio que temos há anos. Claro que uma associação sempre demanda esse tempo extra, ao qual todos temos de nos dispor. No que me couber como presidente, vou me esforçar para olhar para o futuro deste mercado e continuar direcionando os associados em como se adaptar e se ajustar para essa nova realidade no mercado", afirma o novo presidente, que era do conselho. "Quando falo de mudança, é relacionada ao papel dos profissionais de viagens e eventos dentro de suas empresas, e o quanto eles precisam se relacionar, independentemente do formato de diálogo. A ideia é valorizar cada vez mais esse papel do gestor e a importância de ter esses profissionais dentro de uma corporação."
Cezar fala em agilizar e desburocratizar a associação, para acompanhar um mercado que tem exatamente essas identidades: agilidade e simplicidade nos processos. O caminho para chegar a esses objetivos, na visão do novo presidente, é horizontalizar a Alagev. Ouvir o associado, os comitês, o conselho, estimular o diálogo...
"A Alagev não é seu presidente. É bom que todos saibam disso. Todos serão ouvidos para trilharmos um caminho em comum. Vamos pontuar e retomar linha a linha as ações a serem tomadas. Precisamos ser muito mais ágeis e menos engessados, sem dúvida. Só assim vamos entender o que o mercado nos propõe hoje e vai propor amanhã, pois as coisas mudam muito velozmente. Isso não significa mudar completamente o que foi construído nos últimos 15 anos, mas usar dessa base para trazer coisas novas."
Lacte? Continuará a cargo da Academia de Viagens Corporativas, e uma nova gestora de eventos já está em treinamento na Alagev, mas o nome ainda não é revelado. Mudanças no formato são prováveis, segundo Patricia. Nova sede? A Alagev está em busca, após saída do escritório da Academia de Viagens. Vice-presidente? Ainda não foi definido nem se haverá tal posição. "Em construção", brinca Viviânne. Novo estatuto? Pode ser que haja mudanças, detalhes jurídicos serão trabalhados "passo a passo". "Não quero ter grandes hierarquias", reforça Rodrigo Cezar. "Quanto mais cargos temos, mais dificultamos o processo. Se a ideia é horizontalizar e desburocratizar, podemos começar por aí. Eu sou o de menos, o associado é que é protagonista em uma associação."
CONSELHO
O diretor executivo da ABR, João Bueno, é agora o presidente do Conselho da Alagev, que conta com 15 cadeiras e não sofrerá alterações até o final da gestão em abril de 2018. Para ele, o momento é de disruptura. “Ela começou paralelamente com o avanço tecnológico. Temos todo o legado da associação construído pelas fundadoras, mas isso foi em um período em que a tecnologia não tinha todo esse impacto nas relações. Agora, precisamos focar nisso”, conta.
É com esse pensamento que um dos desafios da nova gestão da entidade será investir muito em conteúdo que possa ser disponibilizado on-line. “Somos uma associação nacional, não podemos focar apenas em ações em São Paulo e Rio de Janeiro. Por isso precisamos criar esses materiais e coloca-los à disposição para todos com a mesma eficácia. “
A partir de hoje, a Alagev pretende também contratar uma consultoria para auxiliar na organização de ideias, processo de disruptura e entrega de um produto que o mercado espera, “que é uma associação preparada para o novo momento que já acontece a todo vapor”, diz Bueno.
Outra questão é a dos comitês. Segundo o executivo, eles sempre foram a espinha dorsal das associações e muito bem vistos pelos profissionais do mercado. No entanto, Bueno questiona se o modelo adotado hoje, no qual cada player se reúne isoladamente, é o mais adequado. “Atualmente está tudo misturado. As reuniões são ótimas para networking e benchmark e devem continuar, mas, com organização, pode ser possível reunir todos. Assim, mais ideias ainda podem surgir."
Hoje, a Alagev é do mercado, dos fornecedores e gestores de viagem. Com muito trabalho pela frente, a associação criará um reforço, pensando nos travel managers e nas facilidades de ferramentas que eles possam usar e discutir, além de focar no setor de uma maneira geral.
*Colaborou Beatrice Teizen
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