Má política de viagens pode fazer candidato desistir da empresa
É preciso adaptar as políticas de viagens ao perfil dos funcionários
Qual é o peso de uma política de viagens flexível dentro de uma empresa? O assunto foi um entre muitos debatidos na palestra “A bola da vez: o viajante corporativo”, durante o Lacte.
Na opinião do diretor executivo da Association of Corporate Travel Executives (Acte), Greeley Koch, uma má política de viagens pode fazer com que um candidato à vaga de uma empresa desista dela antes de entrar. “Hoje o candidato procura se informar sobre a política de viagens da empresa à qual está se candidatando, chegando a questionar isso diretamente durante a entrevista de emprego, atitude comum principalmente entre as gerações mais jovens. Por isso, as empresas devem analisar se suas políticas de viagens estimulam os funcionários a trabalharem lá”, enfatizou Koch.
A líder sourcing da IBM para a América Latina, Pilar Tarradellas, complementou esta opinião. "Hoje as políticas de viagens devem ser orientadas pelos diferentes perfis dos viajantes e suas faixas etárias, sendo possível - e recomendado - oferecer várias políticas em vez de uma só", salientou Pilar.
A questão do bleisure também foi levantada, considerando que algumas empresas tradicionais ainda não enxergam com bons olhos o fato de o funcionário tirar momentos de lazer durante a viagem a trabalho. "Se o viajante quer estender a viagem em mais alguns dias para aproveitar o destino, a empresa não vai arcar com estes custos, afinal, ela só precisa alterar a data do voo de retorno, já que os custos com a hospedagem ficarão sob a responsabilidade do viajante. Ou seja, ela não terá gastos adicionais com isso. Sendo assim, por que se opor ao bleisure?", questionou Pilar.
Algumas mudanças no perfil do viajante também foram debatidas, e Koch divulgou dados de uma pesquisa feita pela Acte que revelam que entre 2013 e 2016, 97% dos viajantes passaram a fazer suas reservas terrestres por meio de aplicativos, 40% a utilizarem meios de hospedagem alternativos, como o Airbnb, e 49% a buscarem companhias aéreas de baixo custo.