Mór (Tap) alerta agências Abracorp sobre ameaças futuras
Os 28 associados da Abracorp que participam da Convenção Anual da entidade em Lisboa passaram a tarde na sede da Tap Portugal, onde conheceram o Centro de Manutenção (a companhia portuguesa é reconhecida mundialmente por sua excelência nesse setor) e um dos
LISBOA - Os 28 associados da Abracorp que participam da Convenção Anual da entidade em Lisboa passaram a tarde na sede da Tap Portugal, onde conheceram o Centro de Manutenção (a companhia portuguesa é reconhecida mundialmente por sua excelência nesse setor) e um dos hangares e onde foram recebidos pelo vice-presidente Luiz da Gama Mór.
Bastante direto e objetivo em sua fala, Mór explicou ao grupo a privatização da companhia, que hoje tem 50% nas mãos do governo, 5% destinados aos funcionários (em oferta a ser feita) e 45% sob comando do consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, que também possuem o controle administrativo da empresa. A chinesa Hainan e a brasileira Azul têm 13% e 7% do consórcio, respectivamente.
O vice-presidente contou sobre os planos de retrofit das aeronaves (os A330 ganharão cama full flat na executiva e uma nova classe, a econômica plus), a encomenda de novas aeronaves, com destaque para o A330neo, que substituirá os atuais, e o A321 Long Range, que voará para o Nordeste do Brasil e talvez para Belém. "Com o A321LR poderemos voar com mais frequências para cidades onde já operamos e até ir para novos destinos. No Rio e em São Paulo continuaremos com os A330", contou.
RECADO DADO
Ao falar da nova precificação da empresa no mercado intraeuropeu, Luiz Mór mandou recado claro às agências de viagens. Pelo novo modelo, a Tap cria uma seção dentro de suas aeronaves, chamada de Tap Discount, para concorrer com as low cost carriers. Como não teve como criar sua própria empresas de baixo custo, como fizeram Lufthansa, Air France e Iberia, por exemplo, optaram por dividir a aeronave para diferentes públicos. O novo A320, por exemplo, usado na Europa, já vem com a parte Discount depois das saídas de emergência (em poltronas já com uma reclinação fixa), com uma parte que pode ser chamada de tradicional (reclinação e pitch maiores) e com uma classe executiva que bloqueia o assento do meio, substituído por uma mesa. Cada classe oferece benefícios diferentes aos clientes e serviços inclusos ou não.
"Temos de fazer isso pois o modelo de negócios mudou", disse ele, referindo-se às OTAs e empresas low cost. "As agências de viagens precisam parar de ver as aéreas como inimigas. O desafio está nesses novos modelos de negócios que virão", disse ele, prevendo uma nova onda de venda on-line, que usará bid data e inteligência artificial para estar cada vez mais próxima do cliente, e sabendo todos os seus gostos e necessidades.
Ele ressaltou que a Tap só iniciou essa mudança depois que os GDSs puderam assimilar a tecnologia, exatamente para que as agências de viagens pudessem vender ancillaries e ajudar a empresa no upselling. "Uma low cost pode não querer vender via agência, pois no site próprio essa companhia pode fazer a venda de ancillaries, que é onde ganha dinheiro e a agência só oferecerá a tarifa baixa. Nós da Tap queremos vender em todos os canais, incluindo os agentes", explicou.
A Tap disse também precisar da Abracorp na venda para o mercado corporativo e está aberta a uma parceria estratégica, que o presidente da entidade, Rubens Schwartzmann, prometeu apresentar em janeiro, em reunião no Brasil. "Isso vai ao encontro do reposicionamento estratégico da Abracorp, de preparar as associadas para o novo mercado, os novos modelos de negócios", disse Schwartazmann. Mór também ficou de dar uma palestra na próxima Abav Expo, em setembro, na capital paulista.
"O que pudermos fazer juntos faremos. Mas não adianta reclamar de especificidades, pois as aéreas estão sendo pressionadas por um novo modelo de negócios e precisam mudar também. E mudar é mais difícil que começar do zero", resumiu Mór.
O Portal PANROTAS viaja a convite da Tap e Abracorp, com proteção GTA