Rafael Faustino   |   22/02/2017 15:37

Com 16 marcas, Accor vê espaço para diversificar no Brasil

A companhia tem uma estratégia de investimento em marcas de luxo e lifestyle, e o Brasil deve passar por essa expansão

Duas novas marcas foram introduzidas pela Accor Hotels no Brasil em 2016: Mama Shelter e MGallery by Sofitel tiveram seus primeiros empreendimentos abertos, ambos em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Elas são parte de uma estratégia de maior investimento em marcas de lifestyle e luxo por parte da companhia francesa, e, a julgar pelo discurso do CEO da Accor na América do Sul, Patrick Mendes, devem ser só os primeiros passos de uma diversificação ainda maior.

Emerson Souza
As lideranças da Accor Hotels na América do Sul: acima, Abel Castro, Paulo Mancio, Antonieta Varlese, Fernando Viriato de Medeiros e Philippe Trapp. Sentados, Patrick Mendes e Roberta Vernaglia
As lideranças da Accor Hotels na América do Sul: acima, Abel Castro, Paulo Mancio, Antonieta Varlese, Fernando Viriato de Medeiros e Philippe Trapp. Sentados, Patrick Mendes e Roberta Vernaglia

São pelo menos 16 marcas já operadas pela Accor na hotelaria – sem contar a recém-criada Jo&Joe, que ainda não estreou, e casos pontuais como o Caesar Park operado pela Sofitel no Rio de Janeiro. Mas isso não é considerado um excesso. “O número em si não é um problema. O mais importante é que as marcas tenham uma identidade que a marque. A SO Sofitel tem apenas quatro hotéis no mundo todo, a Raffles tem 12. Acreditamos que é possível acomodá-las no portfólio”, disse Mendes nesta manhã, quando apresentou os resultados da Accor Hotels em 2016.

Sobre quais marcas serão as próximas a chegar ao Brasil, entretanto, a Accor faz suspense, assim como localidades do País que podem recebê-las. São Paulo, maior cidade brasileira e que ainda não tem uma marca de luxo da empresa, é uma possibilidade óbvia. “Em São Paulo, só se quis construir prédios comerciais por um bom tempo, e hoje há uma superoferta nesse sentido. Com isso há a chance de alguns deles se transformarem em hotéis de luxo”, comentou o vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Novos Negócios da Accor Hotels na América do Sul, Abel Castro.

Ele citou também o caso da bandeira Fairmont, adquirida ao final de 2015, que tem boa parte de usas unidades funcionando junto com condomínios residenciais, como possibilidade para a cidade. Já Patrick Mendes diz que a empresa já foi procurada por escritórios comerciais para implementar hotéis Jo&Joe, voltada para millennials a última a ser criada pela Accor.

Emerson Souza
Paulo Mancio, observado por Patrick Mendes e Olivier Hick, falou sobre a importância do design nos hotéis
Paulo Mancio, observado por Patrick Mendes e Olivier Hick, falou sobre a importância do design nos hotéis

No caso do Rio, onde as novas bandeiras lifestyle foram inauguradas, o próximo passo será o fechamento do Sofitel Copacabana, em maio, para reformas que levarão mais de um ano. Segundo Patrick Mendes, ainda não foi definido como ele será reaberto, mas especula-se que poderá ser convertido em uma das novas bandeiras da rede francesa.

PERSONALIZAÇÃO
O mandamento da hora na Accor, mesmo em relação a marcas já consolidadas, é a personalização, incluindo as próprias paredes dos hotéis. “O design é a parte fundamental da mudança. Sabemos que o consumidor pede coisas novas, e queremos colocar em todos projetos da Accor, mesmo em cidades menores, um toque exclusivo daquela unidade”, explica o vice-presidente sênior de Design e Implantação da Accor na América do Sul, Paulo Manso.

Divulgação
O mural de Eduardo Kobra no Ibis Styles em São Paulo
O mural de Eduardo Kobra no Ibis Styles em São Paulo

Um bom exemplo está no Ibis Styles da avenida Faria Lima, em São Paulo, que terá sua reforma concluída em março e ganhou um mural do renomado artista Eduardo Kobra. “É o maior exemplo dessa marca, que une o econômico ao estilizado. Em diferentes escalas, podemos fazer isso em outras marcas”, aponta o vice-presidente executivo de Operação de Marcas Econômicas na América do Sul, Frank Pruvost.

Hotéis de lazer são outro alvo da companhia, e, nesse caso, resorts no Nordeste são uma possibilidade quase óbvia. “Temos interesses em resorts urbanos e de praia. No primeiro caso, é possível fazer isso com Mama Shelter. Dependendo da localidade, não é necessário fazer algo muito grande, mas colocando piscinas, um spa, você transforma a cara de um hotel”, conta Mendes. "Estatisticamente, o Brasil tem menos de dois hotéis para cada dez habitantes, enquanto na Europa são 13. Há espaço para crescer de várias formas", garante.

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