Para Fohb, boicote às OTAs está fora de cogitação
O diretor executivo do Fohb, Orlando de Souza, acredita em uma regra: não tem como uma rede hoteleira não colocar seu inventário em uma agência de viagens on-line (OTA). De acordo com ele, os investimentos bilionários feitos por empresas tecnológicas n&atild
O diretor executivo do Fohb, Orlando de Souza, acredita em uma regra: não tem como uma rede hoteleira não colocar seu inventário em uma agência de viagens on-line (OTA). De acordo com ele, os investimentos bilionários feitos por empresas tecnológicas não se comparam com a hotelaria em crise.
Isso não significa que os empresários estão satisfeitos com o modelo adotado, tanto que a associação entrou com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, contra Booking, Decolar.com e Expedia no Brasil por atuarem sob a imposição contrato de paridade. As companhias têm até sexta-feira (12) para responder ao órgão, com a possibilidade de estender sua contrapartida até o dia 19 deste mês.
Souza diz que a questão vai além do preço. “Uma vez que [um hotel] oferece o produto para uma OTA, o mesmo não pode estar no seu canal, incluindo amenities, upgrade na acomodação, café da manhã gratuito”, explicou o porta-voz do fórum de hoteleiros.
Nas palavras dele, se uma agência on-line "descobrir" a adesão contrária à cláusula do contrato, a rede hoteleira desce posições na avaliação de qualquer uma das empresas e, persistindo a prática, deixa a plataforma de vendas.
O boicote para o Fohb é inviável e o diretor garante que o movimento nada tem a ver com o bloqueio de vendas à Decolar por parte das ABIHs regionais pelo Brasil. De acordo com números da entidade, a fatia de venda por OTAs dos quase 30 associados chegou a 15% do total em 2015, ou cerca de R$ 3,3 bilhões.
Em um mundo multicanais, vale a pena estar próximo de todos os distribuidores, aconselha Souza, mas o maior crescimento de Booking, Decolar.com e Expedia preocupa. “A tendência é que as vendas pela internet aumentem, sobretudo com ferramentas como sites de busca que trazem informações de outras OTAs”, acredita ele. “As novas gerações se sentem mais confortáveis em comprar pela internet.”
PALAVRA DO ADVOGADO
Um dos advogados responsáveis pelo envio da representação, Eduardo Caminati, do escritório Lino, Berali, Belluzzo e Caminati, afirma que o processo não será resolvido da noite para o dia, mas não irá demorar meses para ser solucionado. Com quase 20 anos de atuação na área, ele acompanhou casos parecidos na Europa nos quais a cláusula de paridade foi retirada ou as OTAs pagaram multa.
No Brasil, porém, ele aguarda a resposta do Cade antes de dar alguma previsão favorável ao Fohb. O valor pago pela infração pode chegar a 20% do faturamento bruto de cada empresa.
O Portal PANROTAS entrou em contato com o Booking e a Decolar.com, mas ambas não vão se pronunciar sobre o caso. A Expedia enviou um comunicado que pode ser lido aqui.
Isso não significa que os empresários estão satisfeitos com o modelo adotado, tanto que a associação entrou com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, contra Booking, Decolar.com e Expedia no Brasil por atuarem sob a imposição contrato de paridade. As companhias têm até sexta-feira (12) para responder ao órgão, com a possibilidade de estender sua contrapartida até o dia 19 deste mês.
Souza diz que a questão vai além do preço. “Uma vez que [um hotel] oferece o produto para uma OTA, o mesmo não pode estar no seu canal, incluindo amenities, upgrade na acomodação, café da manhã gratuito”, explicou o porta-voz do fórum de hoteleiros.
Nas palavras dele, se uma agência on-line "descobrir" a adesão contrária à cláusula do contrato, a rede hoteleira desce posições na avaliação de qualquer uma das empresas e, persistindo a prática, deixa a plataforma de vendas.
O boicote para o Fohb é inviável e o diretor garante que o movimento nada tem a ver com o bloqueio de vendas à Decolar por parte das ABIHs regionais pelo Brasil. De acordo com números da entidade, a fatia de venda por OTAs dos quase 30 associados chegou a 15% do total em 2015, ou cerca de R$ 3,3 bilhões.
Em um mundo multicanais, vale a pena estar próximo de todos os distribuidores, aconselha Souza, mas o maior crescimento de Booking, Decolar.com e Expedia preocupa. “A tendência é que as vendas pela internet aumentem, sobretudo com ferramentas como sites de busca que trazem informações de outras OTAs”, acredita ele. “As novas gerações se sentem mais confortáveis em comprar pela internet.”
PALAVRA DO ADVOGADO
Um dos advogados responsáveis pelo envio da representação, Eduardo Caminati, do escritório Lino, Berali, Belluzzo e Caminati, afirma que o processo não será resolvido da noite para o dia, mas não irá demorar meses para ser solucionado. Com quase 20 anos de atuação na área, ele acompanhou casos parecidos na Europa nos quais a cláusula de paridade foi retirada ou as OTAs pagaram multa.
No Brasil, porém, ele aguarda a resposta do Cade antes de dar alguma previsão favorável ao Fohb. O valor pago pela infração pode chegar a 20% do faturamento bruto de cada empresa.
O Portal PANROTAS entrou em contato com o Booking e a Decolar.com, mas ambas não vão se pronunciar sobre o caso. A Expedia enviou um comunicado que pode ser lido aqui.