CNC: negócio colaborativo visa lucro "como qualquer outro"
A economia colaborativa que se popularizou na sociedade contemporânea com a chegada de plataformas como Airbnb e Uber tem se transformado. A discussão acerca desse movimento foi levantada pela colaboradora do Oui Share, Manuela Yamada, durante o seminário “Impactos da Econ
A economia colaborativa que se popularizou na sociedade contemporânea com a chegada de plataformas como Airbnb e Uber tem se transformado. A discussão acerca desse movimento foi levantada pela colaboradora do Oui Share, Manuela Yamada, durante o seminário “Impactos da Economia Colaborativa”, promovido pela CNC nesta segunda-feira.
“Inicialmente, essas plataformas foram pensadas para serem de consumo colaborativo, mas elas acabaram tomando outro caminho, entrando no mercado capital como qualquer outro negócio”, analisou a especialista. “Quando a gente fala de economia colaborativa, as pessoas têm quase uma imagem de hippie abraçando árvore e pensa que ‘lucro’ é uma palavra proibida. Mas lucro faz parte do negócio e é uma questão de sobrevida”, disse.
O que é certo e cada vez mais latente é a capacidade que essas novas plataformas têm de alterar a forma de se fazer negócios. O colunista de O Globo especializado em tecnologia, Pedro Dória alerta: “Não partam do princípio de que vai ser lento e que vai dar tempo de acompanhar”. “Não é só uma relação econômica, vem tudo junto, é uma revolução política, social, cultural.”
Em um debate que teve viés histórico, com a defesa de que a economia compartilhada já existia nas relações interpessoais muito antes da chegada dessa “fase tecnológica”, a análise apontou para possíveis reflexos em nossa sociedade em um futuro próximo.
“A gente passará por uma fase de transição, vai ter muita gente de 50 anos que nos próximos dez anos vai ver sua profissão se extinguir e não vai ter tempo de se recolocar no mercado”, disse Dória. “Seja transitória, seja definitiva, vai haver uma enorme onda de desemprego causada por essas tecnologias.”
Manuela Yamada também lembrou que “a economia das plataformas está aumentando a desigualdade social. Você tem uma parcela da população sendo drasticamente deixada para trás”. “Quando soma isso à quarta revolução industrial, o cenário é de terror e pânico”, brincou, para depois salientar que, em sua opinião, “de alguma maneira ou de outra acaba tudo dando certo”.
POLÍTICA
A esfera política do debate ficou a cargo do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ). Para o político, “é preciso que a lei seja de vanguarda e rompa com situações que não sejam tão visíveis”. “A vida coletiva sempre requereu que se estabelecessem regras. Temos que estabelecer esses procedimentos convencionados”, defendeu.
Leite garantiu que o debate é frequente na câmara e que está pessoalmente engajado em propostas que familiarizem a sociedade brasileira com investimentos, por exemplo, em startups. “O que é necessário e está sendo feito pelo congresso é a busca pela desburocratização para que o dinheiro chegue em quem tenha essas ideias.”
“Inicialmente, essas plataformas foram pensadas para serem de consumo colaborativo, mas elas acabaram tomando outro caminho, entrando no mercado capital como qualquer outro negócio”, analisou a especialista. “Quando a gente fala de economia colaborativa, as pessoas têm quase uma imagem de hippie abraçando árvore e pensa que ‘lucro’ é uma palavra proibida. Mas lucro faz parte do negócio e é uma questão de sobrevida”, disse.
O que é certo e cada vez mais latente é a capacidade que essas novas plataformas têm de alterar a forma de se fazer negócios. O colunista de O Globo especializado em tecnologia, Pedro Dória alerta: “Não partam do princípio de que vai ser lento e que vai dar tempo de acompanhar”. “Não é só uma relação econômica, vem tudo junto, é uma revolução política, social, cultural.”
Em um debate que teve viés histórico, com a defesa de que a economia compartilhada já existia nas relações interpessoais muito antes da chegada dessa “fase tecnológica”, a análise apontou para possíveis reflexos em nossa sociedade em um futuro próximo.
“A gente passará por uma fase de transição, vai ter muita gente de 50 anos que nos próximos dez anos vai ver sua profissão se extinguir e não vai ter tempo de se recolocar no mercado”, disse Dória. “Seja transitória, seja definitiva, vai haver uma enorme onda de desemprego causada por essas tecnologias.”
Manuela Yamada também lembrou que “a economia das plataformas está aumentando a desigualdade social. Você tem uma parcela da população sendo drasticamente deixada para trás”. “Quando soma isso à quarta revolução industrial, o cenário é de terror e pânico”, brincou, para depois salientar que, em sua opinião, “de alguma maneira ou de outra acaba tudo dando certo”.
POLÍTICA
A esfera política do debate ficou a cargo do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ). Para o político, “é preciso que a lei seja de vanguarda e rompa com situações que não sejam tão visíveis”. “A vida coletiva sempre requereu que se estabelecessem regras. Temos que estabelecer esses procedimentos convencionados”, defendeu.
Leite garantiu que o debate é frequente na câmara e que está pessoalmente engajado em propostas que familiarizem a sociedade brasileira com investimentos, por exemplo, em startups. “O que é necessário e está sendo feito pelo congresso é a busca pela desburocratização para que o dinheiro chegue em quem tenha essas ideias.”