Ana Luiza Tieghi   |   27/04/2017 15:10

Dados importam, mas é preciso cuidado com modismos

No segundo dia do Markethub Americas, conferência da distribuidora de hotéis e serviços de viagem Hotelbeds, uma voz tentou frear a urgência por dados proposta em outras apresentações do evento, que teve como lema “powered by data, driven by people&rdqu

RIVIERA MAYA (MÉXICO) - No segundo dia do Markethub Americas, conferência da distribuidora de hotéis e serviços de viagem Hotelbeds, uma voz tentou frear a urgência por dados proposta em outras apresentações do evento, que teve como lema powered by data, driven by people (alimentado por dados, conduzido por pessoas).

Foi o sócio sênior da consultoria McKinsey, Harry Bowcott. “É fácil ser levado pelo hype em dados”, afirmou. Bowcott citou erros comuns que as empresas cometem em relação aos dados. Em primeiro lugar, é errado pensar que, só porque temos muitos dados à disposição, devemos utilizar todos eles. “O impacto dos dados nas companhias aparece quando eles são aplicados a problemas que foram resolvidos de maneira errada no passado”, explica. “Do contrário, as pessoas podem acreditar que encontraram causas em seus dados, quando na verdade eram apenas correlações.”

Ana Luiza Tieghi
Harry Bowcott, da consultoria McKinsey, durante o Markethub Americas
Harry Bowcott, da consultoria McKinsey, durante o Markethub Americas

Outro erro seria acreditar que estamos em uma batalha por profissionais de dados altamente qualificados. “Você não tem que competir com empresas de tecnologia e grandes bancos [por esses profissionais], é melhor identificar, reter e utilizar bem os talentos da sua própria empresa”.

Para ele, o futuro do uso de dados está na tão falada personalização, mas também em curadoria. Os consumidores ficam perdidos com tantas opções de hospedagem em OTAs, e estas só pioram a situação colocando pop-ups e anúncios que poluem a experiência do usuário. “Podemos seguir algumas regras de galerias de arte. Eles só mostram até quatro peças, mostram primeiro a de um artista famoso e muito mais caro do que você pode pagar, e depois apresentam o trabalho do artista novo”, explica. “E eles nunca dizem o que você vai gostar, eles te contam porque eles gostam da peça”.

Bowcott também aconselhou os presentes a não perderem tempo entre o desenvolvimento de uma tecnologia e sua aplicação. É melhor ir testando e ver o que funciona do que esperar pela fórmula ideal. Outra dica é utilizar dados de terceiros, e não apenas os seus, para poder assim ter uma visão mais clara do comportamento do seu consumidor.

Por fim, o sócio da McKinsey destacou que apenas 5% dos postos de trabalho atuais poderiam ser totalmente substituídos com o uso da tecnologia. “Não acredito que vamos todos ficar desempregados, mas que vamos mudar o que fazemos”.

O Portal PANROTAS viaja a convite da Hotelbeds, com proteção GTA

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