Atingi o topo da carreira, e agora? – com Juarez Cintra
Falta pouco para a cadeira da presidência da Ancoradouro ganhar um novo dono. Em 3 de agosto, Juarez Cintra entregará o comando da consolidadora ao seu herdeiro Juarez Neto. Até aí, nenhuma novidade. Mas e depois? Como será o dia a dia de Cintra com fim deste ciclo
Falta pouco para a cadeira da presidência da Ancoradouro ganhar um novo dono. Em 3 de agosto, Juarez Cintra entregará o comando do grupo campineiro ao seu herdeiro, Juarez Neto. Até aí, nenhuma novidade. Mas e depois? Como será o dia a dia de Cintra com o fim deste ciclo? Se o futuro acompanhar o tom de voz do executivo ao longo da entrevista, com certeza será alegre.
Flexível. É assim que Cintra planeja a sua vida profissional após o adeus à presidência. “Hoje, venho para a Ancoradouro todos os dias. Sou o primeiro a chegar e o primeiro a sair, já que chego bem cedo”, descreveu. A rotina está com os dias contados. “Vou vir ao escritório, sim, mas chegar a hora que eu quiser. Quero passar mais tempo com a minha mulher na casa da praia e, claro, cozinhar. É o meu hobby preferido”, revelou.
Isso não significa que a relação direta entre Cintra e a empresa chegou ao fim. “Ainda é cedo para parar. Irei presidir o Conselho de Administração e ajudar meu filho. Vou passar a ser funcionário dele, estarei aqui para o que ele precisar”, lembrou o empreendedor de 67 anos, dos quais 28 à frente da companhia.
AMBIÇÕES
A lista de desejos profissionais de Cintra foi zerada para dar espaço à do filho. “Consegui muito mais do que um dia eu sonhei. Cheguei a um ponto que me permite ter uma vida maravilhosa. Criei uma empresa solida, profissional e ética”, pontuou. Nem a ambição de ser o vendedor número um ronda os pensamentos do fundador. “Isso nunca me seduziu, nem antes, nem agora. Se eu fosse o número um, talvez não pudesse passar a presidência e desfrutar de alguns prazeres da vida. Afinal, o tamanho da sua empresa é o tamanho dos seus problemas”, opinou.
Além da Ancoradouro, Cintra tem uma loja de imóveis e lojas da Azul Viagens, ambas dirigidas por sócios. Formatos de negócios que devem seguir desta forma. A “liberdade” é a única instituição que o ainda presidente quer assumir a partir de 3 de agosto. Algo que também se aplica às entidades do Turismo. “Minha fase já passou. O que precisamos agora é de renovação, e muita”, observou. Cintra já esteve na linha de frente de associações como Abav São Paulo, Abav Nacional, Sindetur e Skal.
FUSÕES
Juarez Cintra foi claro sobre o assunto que passou a ser pauta do Turismo brasileiro nos últimos anos. “A fusão de empresas é realmente necessária para quem quer crescer no mercado. Nós já fomos procurados por duas grandes empresas, mas recusamos”, afirmou.
Cintra aproveitou o momento para arriscar um palpite para a gestão de seu herdeiro. “Pode ser que aconteça uma fusão entre as empresas acionistas do E-Fácil Plus (formada por Ancoradouro, BRT, Grupo Picchioni e Wooba). A fusão seria natural porque a sinergia é grande. É algo que todos esperam”, contou. “Temos muito em comum e pode ser que, em um belo dia, as quatro empresas sejam apenas uma, mas, por ora, todos estão satisfeitos com suas respectivas marcas”.
Apesar do prenúncio, Cintra destaca os desafios de uma fusão. “Quem tem sócio, tem patrão, e quem tem sócio majoritário, tem mais ainda”, reforçou. De acordo com o executivo, a Ancoradouro está caminhando bem sozinha. Isso porque, mesmo na crise, o lucro da empresa jamais diminuiu.
O PRIMEIRO PASSO
A entrada no Turismo e a criação da Ancoradouro são resultados de uma das características da personalidade de Cintra: o impulso. O executivo entrou no ramo graças a um jantar. “Há 40 anos, fui jantar na casa de uma prima que era dona de agência de viagens (Veredas) em Campinas. Ela contou que o sócio estava vendendo a parte dele e resolvi comprá-la de um dia para o outro”, narrou.
A paixão pela profissão foi tanta que, dez anos depois, Cintra deu vida a sua própria empresa, a Ancoradouro, que, na época, queria ser apenas uma representante de cruzeiros marítimos. “Na minha vida tudo sempre aconteceu de forma inesperada e muito rápida. Nunca fui de pensar muito nas minhas decisões”, afirmou.
Com o passar dos anos, a Ancoradouro se transformou em uma das principais consolidadoras de bilhete aéreo do País. Cintra também mudou e decidiu diversificar, investir em outros ramos. Tudo sem deixar de escanteio a sua primeira profissão. “Não sou empresário. Sou um agente de viagens. Um agente de viagens com muito orgulho!”
Flexível. É assim que Cintra planeja a sua vida profissional após o adeus à presidência. “Hoje, venho para a Ancoradouro todos os dias. Sou o primeiro a chegar e o primeiro a sair, já que chego bem cedo”, descreveu. A rotina está com os dias contados. “Vou vir ao escritório, sim, mas chegar a hora que eu quiser. Quero passar mais tempo com a minha mulher na casa da praia e, claro, cozinhar. É o meu hobby preferido”, revelou.
Isso não significa que a relação direta entre Cintra e a empresa chegou ao fim. “Ainda é cedo para parar. Irei presidir o Conselho de Administração e ajudar meu filho. Vou passar a ser funcionário dele, estarei aqui para o que ele precisar”, lembrou o empreendedor de 67 anos, dos quais 28 à frente da companhia.
AMBIÇÕES
A lista de desejos profissionais de Cintra foi zerada para dar espaço à do filho. “Consegui muito mais do que um dia eu sonhei. Cheguei a um ponto que me permite ter uma vida maravilhosa. Criei uma empresa solida, profissional e ética”, pontuou. Nem a ambição de ser o vendedor número um ronda os pensamentos do fundador. “Isso nunca me seduziu, nem antes, nem agora. Se eu fosse o número um, talvez não pudesse passar a presidência e desfrutar de alguns prazeres da vida. Afinal, o tamanho da sua empresa é o tamanho dos seus problemas”, opinou.
Além da Ancoradouro, Cintra tem uma loja de imóveis e lojas da Azul Viagens, ambas dirigidas por sócios. Formatos de negócios que devem seguir desta forma. A “liberdade” é a única instituição que o ainda presidente quer assumir a partir de 3 de agosto. Algo que também se aplica às entidades do Turismo. “Minha fase já passou. O que precisamos agora é de renovação, e muita”, observou. Cintra já esteve na linha de frente de associações como Abav São Paulo, Abav Nacional, Sindetur e Skal.
FUSÕES
Juarez Cintra foi claro sobre o assunto que passou a ser pauta do Turismo brasileiro nos últimos anos. “A fusão de empresas é realmente necessária para quem quer crescer no mercado. Nós já fomos procurados por duas grandes empresas, mas recusamos”, afirmou.
Cintra aproveitou o momento para arriscar um palpite para a gestão de seu herdeiro. “Pode ser que aconteça uma fusão entre as empresas acionistas do E-Fácil Plus (formada por Ancoradouro, BRT, Grupo Picchioni e Wooba). A fusão seria natural porque a sinergia é grande. É algo que todos esperam”, contou. “Temos muito em comum e pode ser que, em um belo dia, as quatro empresas sejam apenas uma, mas, por ora, todos estão satisfeitos com suas respectivas marcas”.
Apesar do prenúncio, Cintra destaca os desafios de uma fusão. “Quem tem sócio, tem patrão, e quem tem sócio majoritário, tem mais ainda”, reforçou. De acordo com o executivo, a Ancoradouro está caminhando bem sozinha. Isso porque, mesmo na crise, o lucro da empresa jamais diminuiu.
O PRIMEIRO PASSO
A entrada no Turismo e a criação da Ancoradouro são resultados de uma das características da personalidade de Cintra: o impulso. O executivo entrou no ramo graças a um jantar. “Há 40 anos, fui jantar na casa de uma prima que era dona de agência de viagens (Veredas) em Campinas. Ela contou que o sócio estava vendendo a parte dele e resolvi comprá-la de um dia para o outro”, narrou.
A paixão pela profissão foi tanta que, dez anos depois, Cintra deu vida a sua própria empresa, a Ancoradouro, que, na época, queria ser apenas uma representante de cruzeiros marítimos. “Na minha vida tudo sempre aconteceu de forma inesperada e muito rápida. Nunca fui de pensar muito nas minhas decisões”, afirmou.
Com o passar dos anos, a Ancoradouro se transformou em uma das principais consolidadoras de bilhete aéreo do País. Cintra também mudou e decidiu diversificar, investir em outros ramos. Tudo sem deixar de escanteio a sua primeira profissão. “Não sou empresário. Sou um agente de viagens. Um agente de viagens com muito orgulho!”