Seminário Amcham: Brasil vive etapa “pós fundo do poço”
A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) reuniu lideranças do mercado financeiro nacional para debater a retomada de crescimento econômico do País e a importância que o acesso ao crédito terá nesta relação no futuro pró
A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) reuniu lideranças do mercado financeiro nacional para debater a retomada de crescimento econômico do País e a importância que o acesso ao crédito terá nesta relação no futuro próximo. Entre as falas, unanimidade de que o Brasil já “atingiu o fundo do poço” e que, a partir de agora, o movimento é de ascensão.
“Começamos uma recuperação lenta, a gente vê o mercado apresentando os primeiros sinais de recuperação”, afirmou o presidente do Serasa Experian, Jose Luiz Rossi. Para a anfitriã do evento, a CEO da Amcham, Deborah Vieitas, a crise conjunta de 2016, econômica e política, tem se dissolvido. “Hoje nós estamos assistindo a um relativo descolamento entre economia e política. Há um processo de crescimento que já é evidente para guns setores, não para toda economia”, ponderou.
A força do mercado brasileiro é a razão para que o otimismo exista. Sócio da Deloitte, Gilberto Souza reforça que, “a despeito de toda crise que temos vivenciado nos últimos anos, o mercado brasileiro é muito sólido”. “Garanto que no ambiente de negócios a gente é muito melhor que países como Índia e China, mesmo com o cenário que vivemos hoje”, disse o sócio-diretor da Warburg Pincus, Piero Minardi. “O Brasil é muito diferente do que todos os outros países da América Latina, onde dez ou 12 famílias mandam em tudo”, continuou, enfatizando a numerosa população de empreendedores no País.
“A certeza que nós tempos é a incerteza que estamos vivendo”, relativizou o presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Robert van Dijk. “Sobre essa incerteza nós temos poucas respostas. Muito provavelmente o BNDES, que foi extremamente protagonista nos últimos anos, deverá agora ter seu papel reduzido.” Para Souza, com essa nova realidade, “o BNDES deverá ter mais um papel de ‘facilitador do mercado de financiamento’”.
Ganham força neste cenário os bancos privados. A diretora-executiva do Bradesco, Denise Pavarina, comenta que, “do ponto de vista dos financiadores, nós temos toda disposição e recursos”. “A gente é muito rápido na resposta. O momento não é trivial, mas acredito que a gente volte a ter uma atividade melhor no próximo semestre”, completou.
Por outro lado, a diretora geral da JP Morgan, Patricia Moraes afirma que “está todo mundo se agarrando nessas melhorias, esquecendo o barulho político para seguir os seus planos”. Segundo os especialistas, essa recuperação econômica é evidenciada principalmente para quem quer empreender. “É lenta, é gradual, mas é sólida a recuperação que a gente nota no mercado de crédito para consumidores”, disse Rossi. “O mercado ficou estável para eles, mas decresceu bastante para a pessoa jurídica. A gente vê muito mais sinais de estabilidade do que recuperação”, completou.
Olhar para empresas dispostas a se lançar na bolsa de valores é um prognóstico para essa melhora econômica, segundo a diretora de desenvolvimento de empresas da B3, Cristiana Pereira. “O plano das empresas e a preparação delas continua muito forte”, disse, citando a quantidade de IPOs lançadas na bolsa em 2017 (Azul, Movida e Hermes Pardini), além das atualmente protocoladas para o restante do ano (IRB Brasil RE, Notre Drame Intermedica, Omega Geração, Tivit, Biotoscana e Grupo Carrefour Brasil).