Rafael Faustino   |   09/11/2017 14:33

Azul aposta em A320neo, fidelização e maior receita auxiliar

Em conferência o fundador e presidente do Conselho David Neeleman e o presidente John Rodgerson traçaram os planos futuros da companhia

Eficiência operacional. Esse é o termo que a Azul espera que defina o futuro da companhia. Aodivulgar os resultados financeiros trimestrais nesta manhã, a aérea já pôde se gabar de ver esse objetivo sendo cumprido: com um lucro operacional 50% maior, dívida reduzida em 25% sem afetar a posição de caixa, e diminuição também do Cask (custo por assento-quilômetro ofertado), a companhia afirma ser a "mais rentável da América do Sul".

Divulgação Airbus
A320neo da Azul: considerado fundamental no futuro da companhia
A320neo da Azul: considerado fundamental no futuro da companhia

Em conferência com analistas financeiros e jornalistas, as lideranças da empresa, incluindo o fundador e presidente do Conselho David Neeleman e o presidente John Rodgerson, traçaram os planos futuros para seguir neste caminho. Eles se sustentam em três principais pilares: substituição de aeronaves por modelos de nova geração; ampliação do programa de fidelidade Tudo Azul; e maior importância das receitas auxiliares.

O primeiro deles, que acontece principalmente por meio da inserção de aeronaves A320neo nas rotas de longo curso da Azul, ja está em andamento. "Vamos acrescentar sete novos A320neo entre dezembro e janeiro, e estamos treinando tripulantes para operá-los. Com isso, aumentamos a oferta em 56 assentos a um custo semelhante ao atual", destacou Neeleman na conferência. Hoje, são oito aeronaves desse modelo, que diminui o Cask em 29% sobre o E195.

Emerson Souza
David Neeleman
David Neeleman
Isso não quer dizer que os modelos da Embraer serão abandonados: os jatos E2, que ja têm 30 unidades encomendadas pela Azul, também contribuirão para a eficiência operacional, com Cask 24% menor que o do E195. Em 2020, a companhia espera ter 47% da frota composta por esses dois modelos.

TUDO AZUL NÃO SERÁ VENDIDO

Os líderes da Azul ofram categóricos ao afirmar também o otimismo com o programa de fidelidade Tudo Azul, que hoje representa 15% do faturamento da Azul. Embora essa participação seja menor do que as de Smiles e Multiplus dentro de Gol e Latam, respectivamente, o da Azul caminha em franca ascensão: alta de 47% na fatia da receita bruta da aérea entre o terceiro trimestre do ano passado e o deste ano.

E, além disso, a Azul tem 100% do programa, não tendo-o separado de sua operação como fizeram Latam e Gol. O plano é seguir dessa forma. "O Tudo Azul acrescentou 1,7 milhão de pessoas nos ultimos 12 meses. Não temos ineficiencia fiscal e usamos 100% do caixa do programa, diferentemente dos concorrentes. É um benefício de que não vamos abrir mão", destacou John Rodgerson.


Azul
John Rodgerson
John Rodgerson
Por fim, as receitas auxiliares não tiveram detalhes revelados, apesar da Azul ter sido a primeira a iniciar as cobranças por bagagens despachadas, ainda em junho. No entanto, os pilares do progresso nesse item serão, além dessa cobrança, tarifas familiares e a expansão da Azul Viagens, além do transporte de cargas via Azul Cargo.

SEM LIGAR PARA A CONCORRÊNCIA
Outro fator que dá segurança à Azul é o fato de atuar em diversos mercados sem a presença das concorrentes. Das 97 cidades que a Azul atende no Brasil, em 40 ela está sozinha. "Ainda assim, nossa taxa de voos pontuais foi 96,4%. Demonstra os esforços dos funcionários em elevar o nivel de serviço para os cliente", lembra David Neeleman.

Esse será o caminho buscado na abertura de novas rotas nos próximos meses. Ao pulverizar a presença em pequenos mercados regionais, a Azul irá designar para eles suas aeronaves menores e mais antigas, como os ATR e E195, e a partir dessas cidades alimentar hubs como Recife, Campinas e Belo Horizonte, principais pontos de saída dos voos internacionais. Com as aeronaves mais novas nas rotas mais longas, a Azul espera contar com resultados operacionais cada vez melhores.

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