Renato Machado   |   09/08/2017 12:32

No tri 'mais fraco' para aéreas, câmbio eleva prejuízo da Gol

A Gol Linhas Aéreas divulgou os números operacionais do segundo trimestre do ano que, historicamente, é o mais fraco para a aviação comercial brasileira. O período foi marcado por prejuízo líquido de R$ 474,6 milhões e queda na particip

Jhonatan Soares
Paulo Kakinoff, presidente da Gol
Paulo Kakinoff, presidente da Gol
A Gol Linhas Aéreas divulgou os números operacionais do segundo trimestre do ano que, historicamente, é o mais fraco para a aviação comercial brasileira. O período foi marcado por prejuízo líquido de R$ 474,6 milhões e queda na participação de mercado. Por outro lado, o lucro operacional (EBIT) foi positivo, em R$ 37,3 milhões, algo que não acontecia em segundos trimestres desde 2010.

O prejuízo líquido foi resultado principalmente da variação cambial, que expandiu as perdas em R$ 225,7 milhões – ao passo que no mesmo período de 2016 o câmbio havia elevado o resultado líquido em R$ 778,8 milhões. No entanto, o fato não interferiu no fluxo de caixa líquido da aérea, que fechou em R$ 393,5 milhões positivos, além de um caixa operacional de R$ 503,9 milhões - reflexo do aumento no saldo de transporte a executar (R$ 133,2 milhões), aumento no saldo de contas a receber (R$215,9 milhões) e parcialmente afetado pela redução no saldo de aplicações financeiras (R$44,3 milhões).

Líder do mercado nacional, a Gol viu sua participação baixar ligeiramente, caindo de 35,5% para 35,2%. Parte da estratégia operacional da aérea, o processo de adaptação de sua malha à realidade econômica do País (iniciado em maio de 2016) foi concluído neste trimestre. Isso significou menos aeronaves no ar (116 ante 119) e passageiros transportados (7,3 milhões, queda de 1,3%), porém taxa de ocupação 2,7 pontos percentuais superior, em 77,9% - no acumulado de 2017 a taxa é de 78,8%.

OTIMIZAÇÃO
A Gol destacou o resultado operacional positivo, com margem operacional de 1,7%. "Este resultado positivo em um segundo trimestre não ocorria em base recorrente desde 2010”, lembrou o vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, em comunicado a investidores.

A receita líquida da aérea nos três meses foi de R$ 2,2 bilhões, 7% superior aos valores alcançados no mesmo período de 2016. No acumulado do ano, esse valor chega a R$ 4,9 bilhões (+ 1,6%). Esse aumento em receita só foi possível, segundo a Gol, graças à racionalização da capacidade, à gestão apurada do yield e à otimização na utilização das aeronaves.

“O comprometimento da companhia em responder ao ambiente macroeconômico de estagnação, com forte disciplina e redução de custos, tem gerado melhores índices, particularmente nesse segundo trimestre, sazonalmente o mais fraco no ano”, relata em comunicado a empresa.

O presidente da companhia, Paulo Kakinoff, fala de “uma nova etapa” na aérea – algo que vem sendo referido constantemente, em campanhas como a da "Nova Gol". “Continuamos focados em oferecer a melhor experiência em transporte aéreo com serviços exclusivos aos nossos clientes, como o novo e exclusivo Selfie check-in, aeronaves novas e modernas com bancos em couro ecológico e Wi-Fi a bordo, voos frequentes nos principais mercados, e um sistema de rotas integradas para viagens nacionais e internacionais. Permanecendo firmes no modelo de negócios de baixo custo, enquanto continuamos a inovar e a oferecer as melhores tarifas criando valor para os nossos clientes, colaboradores e acionistas.”

Confira abaixo, infográfico com números e resultados do 2T17 da Gol Linhas Aéreas:

Divulgação/Gol

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