Janize Colaço   |   11/10/2016 14:40

Era do Jumbo pode estar chegando ao fim; entenda

Desde que foi lançado pela transportadora holandesa KLM, no início da década de 1970, o Boeing 747, o Jumbo, reduziu os custos de voos e elevou os padrões de serviço a bordo. No entanto, a era desse gigante pode estar chegando ao fim.

Divulgação
Desde que foi lançado pela transportadora holandesa KLM, no início da década de 1970, o Boeing 747, o Jumbo, reduziu os custos de voos e elevou os padrões de serviço a bordo. No entanto, a era desse gigante pode estar chegando ao fim.

Com pelo menos 1,5 mil exemplares espalhados por aeroportos de todo o mundo, sendo capaz de transportar até 660 passageiros, muitas companhias estão optando por modelos menores a mais modernos, como o Boeing 777. Até mesmo o seu maior rival, o Airbus 380, com capacidade para 853 passageiros, não está com uma produção muito acelerada.

Em julho, quando anunciou que a produção mensal de uma aeronave 747 em 2019 estava cancelada, a Boeing também afirmou que era possível acabar com a produção, embora não tenha fixado uma data. Já a Airbus, apenas nove anos depois de lançar o seu gigante, destacou que irá cortar a sua produção anual do A380 para apenas uma dúzia em 2018, em comparação com 27 no ano passado.
Reprodução / Boeing

NO BRASIL
Em 1974, quando passou a ser operado no Brasil, o B747 ainda era o maior avião comercial do mundo. Logo se tornou bastante popular no País, sobretudo por conta do conforto e das regalias oferecidas. Com uma cozinha mais espaçosa, a variedade dos pratos servidos era tão grande, que lagostas, caviar e garrafas de vodca russa eram oferecidos na primeira classe.

No entanto, a aeronave já não tem mais uma presença tão constante nos aeroportos brasileiros. Há cerca de três anos, o Jumbo fazia dez viagens regulares com as estrangeiras Air France, Aerolineas Argentinas, British Airways e Lufthansa. Atualmente, após ser substituído por modelos menores e modernos, a aeronave é operada em seis voos pela Lufthansa.

QUEDA NA DEMANDA
No ano passado, a Airbus efetivamente comercializou três modelos A380, de acordo com os relatórios da empresa. Além disso, algumas companhias aéreas que já haviam encomendado a aeronave se mostram um tanto quanto incertas em recebe-los. A Qantas, por exemplo, adiou a entrega de oito A380 em 2014. Já a Amadeo teve de adiar a entrega das 20 aeronaves encomendadas, visto que não encontrou lessors disponíveis.

Apenas no mês passado, a Singapore, uma das companhias que mais voa com o A380, anunciou que não irá estender as concessões do super-jumbo quando expirar o contrato de leasing, em outubro de 2017. No entanto, em comunicado a companhia afirmou que tem cinco A380 encomendados para a segunda metade do próximo ano.

Divulgação/Airbus
POR OUTRO LADO
A Airbus, todavia, discorda que o Jumbo esteja lutando para se manter no mercado. "O A380 está aqui para ficar", destacou o porta-voz da fabricante, Martin Fendt. Ainda segundo ele, o investimento e inovações na aeronave não tem prazo para terminar.

E com a sua capacidade padrão de 544 assentos, Fendt acrescenta, que o A380 alivia problemas de capacidade em aeroportos congestionados.

Um ponto negativo da enorme capacidade dos jumbos, no entanto, é que as transportadoras que os utilizam normalmente oferece um número menor de voos em determinada rota, deixando os clientes com menos opções de horários.

A Airbus está buscando alavancar a popularidade da aeronave entre os passageiros. Em julho, a empresa lançou um site para ajudar o público encontrar um voo no avião gigante.

O A380, bem como o 747, cativa passageiros por causa do enorme glamour do jato jumbo. A Etihad, por exemplo, vende um pacote em alguns de seus voos do gigante da Airbus. Ainda assim, a popularidade não necessariamente se traduz em lucros.

MODERNIZAÇÕES
Nos últimos anos, tanto a Airbus quanto a Boeing passaram a comercializar bimotores, aeronaves widebody que são capazes de voar tão longe quanto os jumbos de quatro motores, mas com um custo menor por assento.

Além disso, os novos modelos passaram a adotar uma configuração que comporta 300 assentos, o que permitiria que as companhias aéreas façam rotas a lugares que, até então, não poderiam demandar preços mais econômicos com o jumbo. Outro fator importante é que as grandes aeronaves já não são capazes de suprir os modelos de negócios orientado pela maioria das operadoras internacionais de todo o mundo.


*Fonte: Travel Weekly e Reuters

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