Beatrice Teizen   |   25/05/2023 13:00
Atualizada em 25/05/2023 13:25

Faturamento do Turismo nacional tem ganho de R$ 8 bilhões no 1T23

Dados são do Conselho de Turismo da FecomercioSP, com base nas informações do IBGE

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Maior variação foi vista no setor de transporte aéreo, de 29,8%
Maior variação foi vista no setor de transporte aéreo, de 29,8%
No primeiro trimestre de 2023, o faturamento do Turismo brasileiro apontou ganho de R$ 8,2 bilhões, um crescimento 25,4% maior em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Conselho de Turismo da FecomercioSP, com base nas informações do IBGE.

Em março, o ganho do segmento foi o melhor resultado para o mês desde 2015: R$ 18,5 bilhões, o que representa alta de 14,6% no comparativo anual. A maior variação foi vista no setor de transporte aéreo, de 29,8% no contraponto anual. O faturamento alcançou pouco mais de R$ 6 bilhões, o mais alto para o mês da série histórica, iniciada em 2011.

De acordo com informações da Anac, o número de passageiros transportados no terceiro mês do ano aumentou 15,5%. Esses viajantes pagam, em média, 50% a mais para viajar quando comparado aos valores praticados há um ano, situação que contribuiu para a elevação do faturamento.

No período, a segunda variação mais expressiva foi a de transporte aquaviário, que aumentou 17,6%. Contudo, o faturamento foi de apenas R$ 52 milhões, o que gera efeito nulo para o desempenho total. Apesar disso, é clara a solidez do crescimento do segmento. Além disso, nota-se que há espaço para investimentos dos empresários, seja no transporte de pessoas, seja no Turismo náutico, revela a FecomercioSP. Transporte terrestre também apresentou alta relevante: 8,7%, registrando faturamento de R$ 3,1 bilhões, o maior para o mês da série histórica.

Divulgação
Para a entidade, além da recuperação da demanda no pós-pandemia, há um grupo maior de consumidores que utilizam ônibus nas viagens, frente ao elevado preço das passagens aéreas. O setor de serviços de alojamento e alimentação avançou 9,5% em março, registrando R$ 5,1 bilhões. O grupo de aluguel de veículos, agências e operadoras de Turismo apontou crescimento anual de 8,2% e faturou R$ 2,9 bilhões no mês.

Expectativas
A FecomercioSP destaca que a desaceleração na variação geral do Turismo é natural e não deve ser entendida como uma contenção no setor, uma vez que as comparações têm bases elevadas.

"Para avançar mais, será necessária uma conjuntura econômica mais favorável. As famílias têm recuperado as condições econômicas, graças a uma inflação mais amena e um mercado de trabalho mais aquecido, permitindo a expansão de gastos com viagens", diz a federação.

Por parte das empresas, também em decorrência de uma inflação mais estável, há mais investimentos em viagens corporativas e eventos. O problema, segundo a FecomercioSP, está na taxa de juros no País, que freia consumo e investimentos. A expectativa é que o Banco Central (Bacen) reduza a Selic no fim do ano, por isso, a tendência é que os efeitos dessa decisão sejam sentidos somente em 2024, afirma a federação.

Assim, diante de crédito mais barato e facilitado, mais empregos e inflação controlada, o ambiente se torna mais que adequado para empresas e consumidores ampliarem as despesas no Turismo, aponta o órgão.

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