Índice de Confiança do Empresário do Comércio volta a cair em maio
Redução do otimismo dos varejistas no mês reverte parte da alta de abril
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 108,4 pontos em maio, uma queda mensal de 1,5%, descontados os efeitos sazonais. A redução do otimismo dos varejistas no mês reverte parte da alta de abril e retoma a tendência negativa do indicador, apontada desde dezembro de 2022.
A menor confiança também ocorreu na comparação anual, com queda de 9,8%. Essa foi a maior retração do Icec nesse comparativo desde abril de 2021, quando o índice anual caiu 20,7%. Todos os indicadores apresentaram redução, com destaque para a percepção das condições atuais que, há três meses, entrou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos), com quedas da avaliação dos varejistas acerca do desempenho da economia e do comércio.
No indicador das condições do setor, 58% dos comerciantes apontaram que as vendas pioraram, percentual mais alto dos últimos dois anos. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar de os consumidores indicarem maior intenção de compra, como mostra a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC, o endividamento e a inadimplência elevados e o crédito caro e seleto limitam a capacidade de consumo. “O consumidor tem apresentado otimismo, com melhora da renda disponível em razão da inflação mais baixa e das contratações formais em crescimento, mas isso não tem se traduzido em alta das vendas no varejo de forma geral e sustentada”, afirma.
Perspectiva de queda das vendas
Conforme a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, mesmo com a dinâmica mais favorável da inflação, a permanência dos juros altos tem afetado o otimismo dos comerciantes. O Icec mostrou que o índice de expectativas para o setor foi o que mais caiu entre abril e maio, com redução de 1,5%. “Mesmo que o consumidor de rendas média e baixa esteja mais disposto a consumir e com as datas comemorativas dos próximos meses estimulando as vendas, o otimismo é menor entre os empresários de todos os segmentos. A cada dez comerciantes, três consideram que as vendas do setor devem piorar nos próximos meses”, explica Izis Ferreira.
A confiança dos varejistas de roupas, acessórios e calçados teve a maior redução no mês (-1,8%), na comparação com os demais segmentos pesquisados. “Isso porque a inflação sobre o vestuário ainda assusta, acumulou alta anual de 12,9% em abril no IPCA, bem acima do índice geral (4,2%). Com isso, o volume de vendas de artigos de vestuário acumula retração de 4,7% até março”, explica Izis.
As perspectivas dos lojistas quanto ao desempenho desfavorável das vendas nos próximos meses são generalizadas, mas o varejo de produtos duráveis concentra as maiores reduções nas expectativas, com queda de 2,1% na comparação mensal e redução de 10% em relação a maio de 2022. Para a economista da CNC, sem perspectiva de redução dos juros e diante do alto endividamento e da inadimplência, as vendas de duráveis seguirão afetadas pelo crédito caro e seleto. A intenção de investir na renovação dos estoques teve a maior redução, de -0,9%, no varejo de bens duráveis; para 24,4% desses comerciantes, os estoques estão acima do adequado.
A menor confiança também ocorreu na comparação anual, com queda de 9,8%. Essa foi a maior retração do Icec nesse comparativo desde abril de 2021, quando o índice anual caiu 20,7%. Todos os indicadores apresentaram redução, com destaque para a percepção das condições atuais que, há três meses, entrou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos), com quedas da avaliação dos varejistas acerca do desempenho da economia e do comércio.
No indicador das condições do setor, 58% dos comerciantes apontaram que as vendas pioraram, percentual mais alto dos últimos dois anos. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar de os consumidores indicarem maior intenção de compra, como mostra a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC, o endividamento e a inadimplência elevados e o crédito caro e seleto limitam a capacidade de consumo. “O consumidor tem apresentado otimismo, com melhora da renda disponível em razão da inflação mais baixa e das contratações formais em crescimento, mas isso não tem se traduzido em alta das vendas no varejo de forma geral e sustentada”, afirma.
Perspectiva de queda das vendas
Conforme a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, mesmo com a dinâmica mais favorável da inflação, a permanência dos juros altos tem afetado o otimismo dos comerciantes. O Icec mostrou que o índice de expectativas para o setor foi o que mais caiu entre abril e maio, com redução de 1,5%. “Mesmo que o consumidor de rendas média e baixa esteja mais disposto a consumir e com as datas comemorativas dos próximos meses estimulando as vendas, o otimismo é menor entre os empresários de todos os segmentos. A cada dez comerciantes, três consideram que as vendas do setor devem piorar nos próximos meses”, explica Izis Ferreira.
A confiança dos varejistas de roupas, acessórios e calçados teve a maior redução no mês (-1,8%), na comparação com os demais segmentos pesquisados. “Isso porque a inflação sobre o vestuário ainda assusta, acumulou alta anual de 12,9% em abril no IPCA, bem acima do índice geral (4,2%). Com isso, o volume de vendas de artigos de vestuário acumula retração de 4,7% até março”, explica Izis.
As perspectivas dos lojistas quanto ao desempenho desfavorável das vendas nos próximos meses são generalizadas, mas o varejo de produtos duráveis concentra as maiores reduções nas expectativas, com queda de 2,1% na comparação mensal e redução de 10% em relação a maio de 2022. Para a economista da CNC, sem perspectiva de redução dos juros e diante do alto endividamento e da inadimplência, as vendas de duráveis seguirão afetadas pelo crédito caro e seleto. A intenção de investir na renovação dos estoques teve a maior redução, de -0,9%, no varejo de bens duráveis; para 24,4% desses comerciantes, os estoques estão acima do adequado.