Leonardo Ramos   |   06/06/2018 10:53

Lummertz: Brasil é burocrático e atrasado ideologicamente

Ministro do Turismo levanta bandeira das reformas e desburocratização do setor no Brasil, e foca na aviação, nos vistos eletrônicos e nos parques temáticos

Emerson Souza
Vinicius Lummertz, ministro do Turismo, levanta bandeira das reformas e desburocratização do setor no Brasil
Vinicius Lummertz, ministro do Turismo, levanta bandeira das reformas e desburocratização do setor no Brasil

O Brasil precisa ser repensado. Seu ambiente de negócios precisa ser remodelado. É necessária uma nova agenda mais pragmática para o Turismo. "Não há outra alternativa". As afirmações do ministro de Turismo do Brasil, Vinicius Lummertz, foram feitas durante a palestra de abertura do Seminário Investe Turismo - Segurança Jurídica Gera Empregos, que acontece hoje em São Paulo.

Para a maior autoridade política do Turismo nacional, o problema do atual modelo de negócios acontece pelo País ser "atrasado ideologicamente" e, ainda, excessivamente fechado para o comércio Exterior, o que criou o grande atraso turístico e econômico - gastos de estrangeiros em viagens ao Brasil foram de US$ 5,8 bilhões em 2017, déficit de R$ 13,2 bilhões se comparar aos US$ 19 bilhões gastos por brasileiros em viagens internacionais.

O atraso, para o ministro, passa do ideológico para o burocrático, e prejudica uma série de setores turísticos do País. "É só olhar para os parques temáticos. Cobramos imposto de equipamentos para os parques pois as leis os consideravam como de uso pessoal. Alguém tem uma montanha russa em casa, por acaso?", ironizou Lummertz.

"O setor em 2017 representou 7,9% do PIB nacional mesmo com todo o potencial reprimido, e é menor que no resto do mundo, que hoje é de 10,4%. Foi responsável, direta ou indiretamente, por 20% dos novos empregos no mundo todo, sendo 6,59 milhões só no Brasil no ano passado. Então estamos falando de um negócio gigante, e não dá pra deixar de lado", refletiu o ministro.

REFORMAS

Emerson Souza
Reformas na aviação, nos vistos e nos parques temáticos são focos de Lummertz
Reformas na aviação, nos vistos e nos parques temáticos são focos de Lummertz

Seus oito meses que restam no cargo - isso garantido, pois dependendo do novo presidente que assumir o ex-presidente da Embratur podem continuar - serão, segundo ele, voltados para as reformas necessárias para expandir o potencial do Turismo brasileiro, "reprimido com tantas burocracias que o rondam". A começar pelos próprios parques temáticos, que desde fevereiro deste ano estão livres dos impostos em equipamentos destinados ao setor.

Um dos objetivos do ministro é liberar a venda de capital das companhias aéreas brasileiras para empresas internacional. E não apenas em parte, mas 100% de seu capital.

"O importante da aviação não é o que ela é ou de quem é, mas o que ela faz. A aviação no Brasil é importante não só para as viagens de lazer, mas para conectar todo o País ao resto do mundo, e com a entrada do mercado internacional o objetivo é exatamente aumentar essa oferta, reduzindo os preços e aumentando a competitividade.

Os bons números de visitantes dos quatro países em que o visto eletrônico foi liberado (Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos), assim como o acordo de céus abertos entre Brasil e Estados Unidos, aprovado no final de maio, são resultados do início desta política de fim de burocratização nas relações com o Exterior. Mas para Lummertz ainda é só o começo, e novos passos podem ser aguardados pelo trade nacional nos próximos meses.

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