10 influencers LGBTQIAP+ para seguir nas redes sociais
Os influenciadores falaram à Revista PANROTAS o que pensam e o que deve ser melhorado no setor
Personalidades que abandonaram suas profissões para viajar pelo mundo, pessoas que viajavam por puro hobby, diretores de entidades importantes, jornalistas que juntaram o útil ao agradável, produtores culturais que promovem o afroturismo… Seja qual for o perfil e a história, o turista LGBTQIAP+ quer apenas uma coisa: ser tratado com respeito e naturalidade.
Do glamour das redes sociais aos perrengues que ninguém conta, os influenciadores digitais LGBTQIAP+ de Viagens e Turismo têm muito a dizer sobre este segmento que transforma e emancipa vidas.
Confira a seguir os depoimentos de 10 influenciadores digitais que entendem do assunto. Aproveite também para segui-los nas redes sociais e acompanhar as dicas de viagens.
@doisnomapa
“Se muitos casais heterossexuais compartilham suas viagens nas redes sociais, por que um casal gay não pode fazer o mesmo?” Criado por Adriano e Hélio em 2018, o Dois no Mapa é um convite para acompanhar as descobertas do casal por todo o País e também por destinos internacionais. Apaixonados pelo Brasil, os influenciadores não deixam de enaltecer as belezas nacionais sem apontar o que ainda deve ser melhorado.Como viajantes e apreciadores do Turismo, os influenciadores acreditam que um destino só pode ser realmente considerado ‘LGBTQIAP+ friendly’ quando proporciona experiências sem frustrações, se posiciona e assegura a segurança de seus visitantes.
@estrangeiraviagens
Pelos 37 países já percorridos, Gabi e Fabia compartilham suas vivências desde 2014, quando viajaram juntas pela primeira vez. Reino Unido, Espanha e Uruguai entram na lista de preferidos nos quesitos atrações e liberdade. Na ida ao Egito, país que ainda criminaliza a homossexualidade, Gabi e Fabia optaram por não andar de mãos dadas e reservar camas de solteiro. Na visão da influenciadoras, as políticas governamentais de um destino afetam como ele é visto internacionalmente e ainda falta integração entre as letras da comunidade.“Apesar de todos LGBTQIAP+, somos todos diversos. Somos um casal com 16 anos de diferença de idade e muitos pensam que somos mãe e filha. Queremos ser tratadas com naturalidade, queremos um leque de possibilidades para aproveitar o destino. Há muitas camadas além da bandeira do arco-íris”.
@FuiComFusco
O mineiro Flávio Fusco achava que nunca viajaria de avião. Aos 22 anos, realizou sua primeira viagem internacional e percebeu que o Turismo não é só para quem tem dinheiro. Das Paradas do Orgulho LGBTQIAP+ do Rio de Janeiro, São Paulo e Juiz de Fora, o influenciador teria a oportunidade de conhecer a Parada de Barcelona, em que afirma sem titubear: é não só uma das maiores do mundo, como também foi uma oportunidade de ser quem o Flávio Fusco realmente é.Para o blogueiro, a pauta LGBTQIAP+ tem alcançado espaços maiores em toda a sociedade, apesar de ainda não conseguir se desvincular das campanhas realizadas apenas no mês de junho e das estampas de arco-íris. Onde estão as empresas que contratam profissionais transsexuais, que promovem um trabalho de conscientização entre os colaboradores e que compreendem o potencial do público LGBTQIAP+?
@genilson_coutinho
Conhecedor de todos os cantos de Salvador, Genilson Coutinho viu em uma viagem à Argentina a oportunidade de compartilhar destinos e experiências que fossem acessíveis à comunidade LGBTQIAP+. Aos turistas iniciantes, a dica é sempre buscar informações, referências, movimentos de inclusão e diversidade ativos, atrações ‘friendly’ e sistemas de segurança disponíveis. Já para os destinos, as recomendações vão desde treinamento de colaboradores até publicidade.“O bem-estar das pessoas é o que garante a fidelização como turista. As atrações precisam receber o visitante local da mesma forma que recebem o turista internacional. Sem falar no embranquecimento do Turismo, na ausência de pessoas transsexuais, pretas e gordas na divulgação dos pacotes de viagens. O passo inicial do processo de inclusão no Turismo é a publicidade das agências. Nós continuamos viajando e não somos vistos. Somos nós que levamos alegria para os destinos”.
@goabilio
Jornalista e influenciador de viagens, Felippe Abíllio mora na Argentina e usa as redes sociais para compartilhar como é possível viajar economizando e o que os turistas LGBTQIAP+ querem dos destinos.Entre os países que já visitou, o blogueiro indica Curaçao – que foi palco do casamento da cantora Ludmilla com a dançarina Brunna Gonçalves – pela receptividade desde o aeroporto até às atrações. Em contrapartida, o Catar – que irá sediar a Copa do Mundo deste ano – não é uma boa recomendação por ainda criminalizar a homossexualidade.
@guianegro
Se as experiências dos viajantes LGBTQIAP+ brancos muitas vezes não são satisfatórias, para os viajantes LGBTQIAP+ pretos a situação tende a piorar. Na visão de Guilherme Soares Dias, um dos fundadores do Guia Negro, o Turismo é, majoritariamente, realizado por aqueles que têm a possibilidade de aproveitar momentos de lazer.O que falta é garantir que os grupos minorizados possam viajar e não serem vítimas de preconceitos e barreiras para visitarem o destino que desejarem durante as férias.
@ossaboresdomundo
Se você nunca pensou em viajar para Belo Horizonte, a hora é agora. Moradores da capital mineira, Ricardo e Bernardo dão uma série de dicas de como aproveitar o melhor deste e de outros destinos. Com mais de 100 mil seguidores no Instagram, o casal indica atrações belo-horizontinas como Lagoa da Pampulha, Praça do Papa e, especialmente, o Mercado Novo, espaço que foi repaginado e hoje conta com gastronomia, arte, cultura e sustentabilidade, misturando e valorizando todas as formas de existência, tanto dos visitantes quanto dos funcionários.“Eu não vejo os hotéis se preocupando em capacitar os colaboradores. Ainda há atrações apenas para homens gays, invisibilizando as mulheres lésbicas, as pessoas transsexuais e não-binárias. Toda vez que vamos em algum lugar que não conhecemos, nós temos receio de demonstrar que somos um casal e sofrer hostilização. Isso limita nosso modo de ser”.
@tavinhu_furtado
“Nós já saímos do armário e não vamos voltar pra ele, mas ainda precisamos de segurança”. Editor de dois portais de viagens e diretor de Turismo da Câmara LGBT, Tavinhu, como é conhecido, não tem dúvidas do potencial do Turismo LGBT no Brasil que, em movimentação, só perde para os Estados Unidos, com US$ 63 bilhões por ano.Por meio da Câmara, o objetivo é fazer um trabalho de sensibilização, compartilhando quais são as necessidades e desejos dos LGBTQIAP+, além de desenvolver negócios oriundos da comunidade.
@tesourosdobrasil
Com mais de 140 mil inscritos no YouTube, o Tesouros do Brasil, comandado por João Víctor, mostra não só o melhor do Rio de Janeiro, como de outros destinos nacionais e internacionais. Com nenhuma experiência negativa influenciada pela sua orientação sexual, o blogueiro crê que o segmento está cada vez menos nichado e que a comunidade está mais presente nas atrações.@viagenscine
Já são mais de 200 mil pessoas, héteros e homossexuais, que acompanham o Viagens Cinematográficas, administrado pelo casal Fabio e Cleber. Dos tantos roteiros realizados, os influenciadores destacam as experiências vividas em Búzios (RJ), Paraty (RJ), Praia da Pipa (RN), Morro de São Paulo (BA), Aruba e Curaçao, além de Barcelona e Ibiza, que dispõem de hotéis exclusivos para viajantes LGBTQIAP+.O vasto repertório de destinos visitados permite que o casal compartilhe dicas valiosas tanto com viajantes quanto com profissionais do Turismo: enquanto os estabelecimentos privados podem incluir iniciativas de inclusão, como contratação de pessoas LGBTQIAP+, treinamentos e peças publicitárias direcionadas a esse segmento, governos devem tratar da segurança e de legislações anti LGBTfobia.
Os 10 influenciadores deram entrevistas exclusivas para a edição da Revista PANROTAS desta semana que pode ser conferida na íntegra abaixo: