Viajantes aéreos querem limpeza e flexibilidade para voltarem a voar
Pesquisa da Travelport ouviu clientes, empresas aéreas e agências de viagens
A indústria da aviação foi um dos destaques das manchetes de jornais e portais de notícias durante a pandemia, com a imagem de diversas aeronaves estacionadas sem poder voar ainda marcada na nossa memória. Aeroportos vazios, demissões e bilhões de dólares perdidos foram agregados à pior crise da história do setor. Mas a retomada já começou e os players da indústria de aviação precisam se reconectar com o viajante, que busca segurança, confiança, facilidades, flexibilidade e um serviço com menos contato físico.
Pesquisa da Travelport divulgada esta semana, feita de forma quantitativa e qualitativa (com fornecedores, viajantes e agências de viagens), traz os principais anseios dos players envolvidos e tendências que mostram o caminho da recuperação.
Confira abaixo:
71% dos respondentes disse que um programa de limpeza melhorada durante e entre os voos é um fator muito importante e que influenciaria na hora de fazer uma reserva para um voo;
69% dos viajantes disse que a oferta de álcool em gel nos pontos de entrega e retirada de bagagem é muito importante;
68% acreditam que o distanciamento social é uma medida essencial nos aeroportos e 66% consideram uma ação muito importante a bordo das aeronaves;
66% dos viajantes pesquisados consideram a checagem de temperatura muito importante, tanto na entrada do aeroporto quando antes do embarque;
e 64% disseram ser muito importante que as companhias tenham uma política de bilhetes inteiramente flexíveis e reembolsáveis.
No geral, os viajantes querem o máximo possível de medidas de segurança, com a maioria dos procedimentos de limpeza e higiene sendo vistos como importantes na volta da confiança em viajar. “Nossa pesquisa mostra sinais de que há disposição em voar, contanto que as medidas estejam aplicadas nos pontos-chave da jornada do cliente”, diz o Travelport na análise do estudo. Mais da metade dos viajantes disseram que considerariam reservar um voo se soubessem com antecedência que medidas rígidas de saúde e segurança foram tomadas pela companhia aérea e os aeroportos envolvidos na viagem.
NO AEROPORTO
Na pesquisa com as companhias aéreas, elas disseram que os aeroportos devem garantir que seus espaços públicos sejam confortáveis e permitam o distanciamento social. Do contrário, as pessoas não viajarão, mesmo sabendo das medidas das empresas aéreas. Entre as medidas estão desinfecção em lugares de toque ou contato físico, divisórias transparentes nos balcões, uso obrigatório de máscaras para colaboradores e viajantes e mais antecedência do passageiro no aeroporto.
Os lounges devem regressar mais lentamente, nos próximos meses e apenas 8% disseram que não gostariam que eles estivessem fechados, enquanto 39% consideram um item muito importante e 31% algo legal de ter.
As companhias também sugeriram que a checagem de temperatura, vista como essencial para 66% dos respondentes, seja feita antes do viajante passar pelo raio-X de segurança e não no portão de embarque, para evitar demoras na etapa final do processo pré-embarque, depois de o cliente ter passado por outras filas.
CHECK-IN E EMBARQUE
58% dos viajantes quer fazer seu próprio check-in on-line ou sem contato no aeroporto.
No embarque, a maioria das companhias adotou fechar o portão meia hora antes do voo, para evitar chegadas de última hora e permitir distanciamento social no processo. Cerca de 50% dos viajantes considera a medida muito importante, enquanto 56% acham o mesmo para o embarque por fileiras.
A bordo, as novas medidas de limpeza (71%) e o distanciamento social (66%) são os itens preferidos pelos viajantes. Tarifas reembolsáveis também têm alto índice de aprovação (64%).
A maioria das empresas aéreas, porém, não está bloqueando assentos do meio (apenas 8 de 85 ouvidas ainda o faziam em agosto), apesar de haver flexibilidade para distribuir os passageiros no voo ou colocá-los em aviões mais vazios. No caso do voo internacional, o distanciamento é mais difícil e isso pode ser um fator determinante para o retorno dos clientes. Uma das empresas pesquisadas disse que está criando promoções para mais de um membro da família viajando juntos, já que são pessoas que não precisam fazer o distanciamento social.
A pesquisa também trouxe a perspectiva de corte de capacidade (48% estão tomando medidas a curto prazo nesse sentido), dados de investimento em facilidades de reserva (a aceleração da adoção do NDC é vista como uma chave para a recuperação por meio de uma venda mais amigável e personalizada) e o comportamento das vendas on-line, com um share maior que o normal, apesar de a comercialização estar tão baixa quanto dos meios off-line.
Confira a pesquisa completa aqui.