Karina Cedeño   |   26/04/2023 11:22

Lufthansa e ITA estendem prazo para negociações exclusivas

Plano era chegar a um acordo até o último dia 24, mas o preço está se tornando um ponto de discórdia

Divulgação/Lufthansa
A Lufthansa teria que notificar a Comissão Europeia ao assinar o acordo. Supondo que uma revisão da fase 2 seja aberta, outubro deste ano seria o primeiro alvo possível para fechar a transação
A Lufthansa teria que notificar a Comissão Europeia ao assinar o acordo. Supondo que uma revisão da fase 2 seja aberta, outubro deste ano seria o primeiro alvo possível para fechar a transação
O governo italiano concordou em estender, por três semanas, o prazo para negociações exclusivas sobre a aquisição inicial de uma participação minoritária da ITA Airways pelo Grupo Lufthansa, enquanto se aguarda a resolução de várias questões pendentes.

Os dois lados planejavam chegar a um acordo final até o último dia 24. O esboço do acordo definia a aquisição, pela Lufthansa, de uma participação inicial de 40% na companhia aérea italiana, com a opção de aquisição total em uma data posterior. O Grupo Lufthansa estava preparado para investir cerca de 200 milhões de euros (US$ 220 milhões) na participação inicial, avaliando a ITA em apenas 500 milhões de euros.

Mas o preço agora está se tornando um ponto de discórdia. Ambos os lados acreditaram inicialmente que a aquisição seria dispensada em uma revisão relativamente curta da “fase 1” pela Comissão Europeia (CE). No entanto, agora as companhias aéreas estão recebendo indicações de Bruxelas de que uma investigação mais profunda da “fase 2” é muito mais provável. Com a ITA tendo prejuízos como companhia aérea independente, a Lufthansa argumenta que o preço de aquisição deveria ser menor se o processo regulatório demorar mais.

Uma revisão de fase 1 é um processo relativamente simples. A CE tem 25 dias úteis para analisar o caso. Pode ser prorrogado por dez dias para examinar eventuais concessões apresentadas pelas partes. Se a autoridade não estiver convencida de que o impacto na concorrência é aceitável, uma investigação de fase 2 é aberta. Esse processo leva pelo menos 90 dias e geralmente é estendido.

A Lufthansa teria que notificar a Comissão Europeia ao assinar o acordo. Supondo que uma revisão da fase 2 seja aberta, outubro deste ano seria o primeiro alvo possível para fechar a transação. Fontes da indústria dizem que ambos os lados continuam interessados em chegar a um acordo. A ITA está sob pressão para encontrar um investidor estratégico privado. Reiniciar o processo para buscar outra compra significaria mais atrasos e poderia deixar a aérea italiana sem parceira para o inverno que se aproxima.

Outros players do setor interessados na ITA provavelmente enfrentariam preocupações semelhantes de concorrência, que normalmente se concentram nos efeitos da participação de mercado nas rotas entre os dois países afetados. Entretanto, a Air France-KLM não demonstrou interesse em adquirir a companhia aérea e está focada na oportunidade de investir na Tap, cujo processo de privatizações deverá ser lançado em breve. O CEO do International Airlines Group (IAG), Luis Gallego, também disse que sua empresa estaria de olho na Tap, assim como a Lufthansa, sua parceira na Star Alliance.

Ao investir na ITA, a Lufthansa planeja tornar Roma-Fiumicino o hub mais ao sul de sua rede europeia, oferecendo conexões para o norte da África e potencialmente para a América Latina. No entanto, Lisboa está em uma localização geográfica melhor para conexões latino-americanas, pois Roma fica mais a leste, gerando tempos de voos mais longos para muitos mercados, lembrando que a Tap também tem uma rede relativamente densa na África Ocidental.

Com informações do site Aviation Week.

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