NDC não está pronto e deve gerar mais custos, apontam profissionais
Novo sistema de distribuição aérea lançado pela Iata gerou mais um debate sobre sua funcionalidade
Na noite de ontem (17), a Skal Internacional SP reuniu associados e convidados externos para debater o NDC, novo ambiente de distribuição aérea lançado pela Iata e que vem gerando discussões sobre sua funcionalidade e acessibilidade. O debate foi conduzido por Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp, e contou com a contribuição de Alexandre Motta, CEO da Tour House Corporativo, Karina Fioranelli, diretora comercial Sabre Brasil, Danillo Barbizan, gerente de Vendas da Delta no Brasil, e Tadeu Cunha, CTO da BeFly.
Alexandre Motta, Tour House Corporativo: "Já eu acredito que, em algum momento, deveremos passar esse custo operacional para a frente, refletindo na cobrança das TMCs para o cliente final. Em um curto espaço de tempo, a precificação das TMCs precisará melhorar."
Danillo Barbizan, Delta: "A Delta tem uma visão muito clara quanto ao NDC e muito fiel à nossa estratégia a partir da distribuição B2B. O NDC não está pronto porque não oferece uma experiência completa ponto a ponto. Ainda não conseguimos ver com clareza a experiência do NDC, por isso a Delta tem um pé atrás com o novo padrão. Nossa distribuição no Brasil, por exemplo, é 90% via B2B. Então, se não está claro para os nossos clientes, não é uma experiência completa para a companhia."
Tadeu Cunha, BeFly: "A ideia é interessante, mas além de todo o processo, é preciso que todos tenham a mesma ferramenta. É uma tecnologia que está nos fazendo debater preço e não o que podemos fazer de bom com essa ferramenta."
Danillo Barbizan, Delta: "NDC é o que esperamos do futuro. Se eu desenvolvo hoje um NDC que só fala comigo, como eu vou falar com os meus parceiros de codeshare? Eu tenho de mirar daqui a cinco ou seis anos como o NDC vai contemplar todas as minhas parcerias. E muitas companhias tem feito parcerias. Então é mais um aspecto a ser pensado dentro do NDC."
"Os últimos tempos criaram novos hábitos socioeconômicos, nova rotina de trabalho e consumo digital. Dentro dessa dinâmica, há uma nova forma de consumir viagens digitalmente. E no ambiente digital, o conteúdo passa a ser chave. Para nós, do Turismo, o NDC é a grande novidade do setor. A preocupação das aéreas é trabalhar melhor o cliente final. Com o NDC, a aérea consegue controlar o que, por quanto, quando e para quem quer distribuir. Mas o NDC diz focar na experiência do cliente e ainda está patinando nesse quesito. O cliente não está falando que está pronto", introduziu Tanabe.Na sequência, os participantes foram convidados a responder perguntas do público no intuito de "arrumar esse fio desencapado para ninguém tomar um choque", nas palavras de Tanabe. Confira as considerações abaixo.
Qual é o impacto financeiro do NDC nas TMCs?
Tadeu Cunha, BeFly: "Quando começaram a falar de NDC lá atrás, a notícia era boa porque a intenção era reduzir custos a partir da unificação da 'linguagem' da distribuição. Não tem como desenvolver tecnologia sem custo. O custo, nesse momento, está maior. Os valores subiram um pouco, mas não considero tão significativo. O custo está realmente maior do que deveria, mas não dá para passar para frente."Alexandre Motta, Tour House Corporativo: "Já eu acredito que, em algum momento, deveremos passar esse custo operacional para a frente, refletindo na cobrança das TMCs para o cliente final. Em um curto espaço de tempo, a precificação das TMCs precisará melhorar."
O mercado está pronto para o NDC?
Karina Fioranelli, Sabre: "Estar pronto tem muito a ver com: as agências conseguem usar? NDC é o uso desse novo padrão. A agência está vendo a diferença entre tarifas? Estar pronto significa poder vender. É conseguir experimentar o NDC de verdade. Ainda vai levar muito tempo para todos estarem prontos e todos estarem no mesmo padrão do NDC. E talvez esse momento não chegue, porque viveremos nesse momento híbrido de distribuição por muito tempo ainda."Danillo Barbizan, Delta: "A Delta tem uma visão muito clara quanto ao NDC e muito fiel à nossa estratégia a partir da distribuição B2B. O NDC não está pronto porque não oferece uma experiência completa ponto a ponto. Ainda não conseguimos ver com clareza a experiência do NDC, por isso a Delta tem um pé atrás com o novo padrão. Nossa distribuição no Brasil, por exemplo, é 90% via B2B. Então, se não está claro para os nossos clientes, não é uma experiência completa para a companhia."
Qual é a ideia por trás do NDC?
Karina Fioranelli, Sabre: "A ideia do NDC é promover uma experiência de compra simples e baseada no nosso perfil de consumo. O desafio da NDC é colocar tudo em uma experiência Amazon. Desafio é agregar, normalizar e escalar."Tadeu Cunha, BeFly: "A ideia é interessante, mas além de todo o processo, é preciso que todos tenham a mesma ferramenta. É uma tecnologia que está nos fazendo debater preço e não o que podemos fazer de bom com essa ferramenta."
Danillo Barbizan, Delta: "NDC é o que esperamos do futuro. Se eu desenvolvo hoje um NDC que só fala comigo, como eu vou falar com os meus parceiros de codeshare? Eu tenho de mirar daqui a cinco ou seis anos como o NDC vai contemplar todas as minhas parcerias. E muitas companhias tem feito parcerias. Então é mais um aspecto a ser pensado dentro do NDC."
O NDC veio para ficar?
"O NDC poderia ter sido uma revolução, mas vai ser uma evolução. Não tem volta, ele vai ficar. Mas vai levar tempo. Se estivesse pronto e a finalidade fosse a experiência, não era preciso forçar uma mudança", Danillo Barbizan, gerente de Vendas da Delta no BrasilConfira abaixo as fotos do evento da Skal Internacional SP.