Evolução do mercado aéreo em SP depende de redução no ICMS
O presidente da Abear falou sobre o resultado da política de ICSM baixo em São Paulo
Medida tomada no início da gestão João Doria, ainda em 2019, a redução da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o combustível da aviação foi fundamental para o desenvolvimento do modal aéreo no Estado de São Paulo.
Segundo avaliação da Abear, graças à medida do governo estadual foi possível superar a meta de novos voos instalados nos aeroportos da região, mas há necessidade, contudo, de manutenção do acordo para que boa parte das novas operações permaneça existente.
De acordo com o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, a contrapartida alinhada com o governo do Estado era de ter 490 novos voos semanais. O incentivo, no entanto, foi capaz de fazer o índice chegar a 704 regulares e 963 na alta temporada, semanalmente.
"Conseguimos alcançar índices que estão além do que havíamos planejado. Mas sabemos também que se não houver renovação do acordo vamos caminhar para trás novamente", comentou Sanovicz, que foi um dos palestrantes do Expo Fórum Visite São Paulo, que acontece hoje (16), na capital paulista. De acordo com o executivo, 237 dos voos regulares operados semanalmente no Estado deixarão de existir se o acordo de redução na alíquota for brecado.
Pelo menos em 2023 isso não ocorrerá. Segundo informou Sanovicz, pelo menos até o final do ano que vem o acordo está mantido. "Já renovamos a condição com o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB) e estamos em conversas com o seu substituto, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e seu novo secretariado", adiantou o dirigente.
OBJETIVOS DA ABEAR EM 2023
O presidente da Abear também aproveitou a ocasião para adiantar os objetivos da associação no ano que vem. São eles: redução de custos, estímulos à demanda e ESG.
200 MILHÕES DE PASSAGEIROS
No curso de sua apresentação, o líder da Abear ainda ressaltou que o Brasil tem potencial para movimentar muito mais seu mercado aéreo. De acordo com ele, há capacidade para transportar 200 milhões de passageiros ao ano, quase que dobrando, portanto, os números atuais da indústria. Para alcançar esse patamar, contudo, é necessário reformar a política de custos e a burocracia ao redor das atividades do setor.Sanovicz lembrou que o combustível é o gasto mais significante no custo atual de uma companhia, representando 40% do total de gastos dessas empresas. Para ele, se os impostos sobre combustíveis não fossem tão pesados os preços seriam menores e as companhia aéreas seriam capazes de atrair mais viajantes.