Qual o futuro do mercado de multipropriedades e timesharing no Brasil?
Tema foi discutido em painel da Adit Share 23 que analisou empreendimentos pioneiros no setor
O primeiro case apresentado foi o do Rio Quente Resorts, em Goiás, que inovou no mercado brasileiro com a construção de uma série de residências com vendas em modelo de fração, podendo ser compartilhadas com até 25 outros clientes. Pelo pioneirismo na área, o Grupo Rio Quente investiu mais de R$ 100 milhões no empreendimento, entre pesquisas, desenvolvimento e execução do projeto. Esse projeto abriu as portas para muitos outros empreendimentos multipropriedades no País e teve acompanhamento de Gustavo Rezende, da GR Group.
“A questão da pesquisa de mercado é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento e na propriedade compartilhada isso não é diferente. É preciso consultoria para entender a potencialidade de cada empreendimento e o espaço e localização onde ele está inserido. Quantas unidades devem ser construídas, qual o modelo de cada unidade, qual será o valor da fração, entre tantas outras questões”, comentou Manoel Pereira.
"A sustentabilidade e respeito ao meio ambiente também são um conceito fundamental para o mercado de multipropriedades, não apenas porque o tema já se encontra enraizado em todos os setores da economia, mas também pela questão óbvia do impacto ambiental que uma propriedade compartilhada gera: consumo de energia, de água e produção de lixo", lembrou Maria Carolina Pinheiro.
Gustavo Rezende deu um panorama da aplicação deste conceito de sustentabilidade no Wyndham Gramado Termas Resort & Spa, empreendimento vencedor do Prêmio Consciência Ambiental 2021 e que reutiliza água para diversos processos, além de captar energia solar para uso diário das atividades hoteleiras. Para ele, replicar esse modelo em residências compartilhadas é fundamental para o crescimento deste setor e um desafio para sua empresa. “Já são cerca de 40 mil clientes no setor de multipropriedades e timeshare sob nossa alçada”, revelou o CEO da GR Group.
MÃO DE OBRA
A questão da mão de obra qualificada, sobretudo entre vendedores desses empreendimentos compartilhados, foi uma das colocações de Alessandro Cunha. Por ser um mercado relativamente novo no Brasil, há dificuldade em encontrar profissionais com o perfil certo para comercializar esse tipo de produto. “Temos programas e treinamentos para desenvolver talentos dentro da nossa empresa. Ainda não há uma fórmula certa para esse tipo de negócio, portanto vamos aprendendo e aprimorando nossa atuação junto aos nossos parceiros e colaboradores”, comentou Cunha.
Maria Carolina Pinheiro mediou o debate e trouxe uma série de questionamentos aos participantes, com o intuito de percorrer a trajetória de cada um e os desafios futuros da indústria. Os palestrantes contaram um pouco das dificuldades iniciais que enfrentaram e fizeram uma autoanálise do impacto de suas ações no desenvolvimento do setor de multipropriedades e timesharing no Brasil.