50 anos de Copastur: veja entrevista com Edmar Bull
Presidente da TMC fala sobre sua trajetória no Turismo e conta detalhes da história da empresa
“O sucesso costuma vir para aqueles que estão ocupados demais para procurar por ele”. Essa frase do filósofo americano Henry David Thoreau traduz a trajetória do presidente da Copastur, Edmar Bull. No ano em que sua organização celebra 50 anos de existência, Bull realiza uma conexão com o passado para relembrar não apenas as suas vitórias como gestor, mas também importantes ações à frente das Instituições Fvec, Abracorp e Abav.
O ponto de partida: Galeria Metrópole, localizada na Avenida São Luís, centro de São Paulo. Ano: 1982, período marcado por pressões políticas intensas que resultaram no movimento das Diretas Já. Em meio ao cenário nacional conturbado, Bull – que é formado em Administração de Empresas – alçou voo rumo ao futuro. Ao lado de três amigos, comprou uma agência de Turismo que ainda engatinhava, mas que em poucos anos se tornaria referência no mercado. “A sala era tão pequena que não cabiam os quatro sócios. Mas sempre apostei que daríamos uma grande virada. No ano seguinte, adquiri a totalidade da empresa.”
Tempos mais tarde, Bull trouxe seu filho, Edmar Mendoza Bull, para assumir a direção executiva da organização. Apesar de divergirem em algumas questões, as duas gerações aprenderam a conviver e decidiram imprimir a cultura de respeito à diversidade, impulsionando os negócios. “Esse é um dos segredos para o nosso sucesso, o respeito pelo ser humano. Meu filho chegou com novas ideias e essa troca foi importante para a nossa expansão”.
Desde 2010 a TMC vem conquistando certificações como a ISO 14001, entrou para a categoria Silver no ranking de sustentabilidade do selo Ecovadis e ficou com a primeira posição entre as agências de porte médio no ranking GPTW. A alta performance também levou a Copastur a faturar o prêmio de melhor agência de viagens corporativas pela PANROTAS e o selo quatro estrelas da pesquisa Humanizadas. Além disso, tornou-se signatária do Fórum de Empresas LGBTI+. “O mundo está mudando e o mercado corporativo precisa ter um senso inclusivo e de equidade. Somos um reflexo da sociedade e devemos respeitar as diferenças, sejam elas de gênero, cor, idade, religião. Só assim construiremos um futuro melhor”.
Mas foi durante a pandemia de covid-19 que a companhia realmente decolou. Enquanto milhares de empresas fechavam as portas e saltavam pela saída de emergência, Edmar Bull não demitiu nenhum dos 300 funcionários e sua estratégia foi acelerar e oferecer um upgrade a seu time, investindo em capacitação, treinamento e tecnologia de ponta.
O reconhecimento não veio apenas em cifras como em número de contratações. Atualmente, a TMC possui cerca de 1 mil especialistas nas mais diversas áreas de atuação. "Acredito que em toda crise temos uma oportunidade grande de crescimento", revela Bull.
Confira a entrevista com o presidente da Copastur:
Neste ano, a Copastur comemora 50 anos. O senhor imaginava esse sucesso?
Prosperar sempre será o grande desejo de um empreendedor. Mas o sucesso é consequência de um bom trabalho. Em 1982, eu e mais três sócios alugamos um escritório na Galeria Metrópole, localizado na Avenida São Luís, no centro de São Paulo. O local era tão pequeno que não comportava todos nós dentro da sala. No ano seguinte, comprei a totalidade da empresa e, ao lado de sete funcionários, mudei para uma sala um pouco maior nesse mesmo prédio. Mais tarde, já com 20 colaboradores, adquiri uma sede própria na Rua da Consolação, que tenho até hoje. Naquela época a estrutura tecnológica do negócio era bastante precária.
Era difícil trabalhar sem computador e internet?
Sim. Hoje, a infinidade de ferramentas que possuímos solucionam rapidamente as demandas mais complexas. Naquela época, não havia internet e como não conhecíamos as necessidades reais do mercado, tínhamos de ir a campo. Porém, sempre fui muito curioso. Achava que os livros não eram as únicas fontes de aprendizado. Então, visitei feiras internacionais em busca de ideias inovadoras que pudessem ser aplicadas no Brasil. Meu sonho era mudar o Turismo brasileiro. Posso dizer que trabalhei duro para impactar as pessoas positivamente.
O senhor sempre teve interesse e domínio sobre o assunto?
Confesso que no colégio meu desempenho em história e geografia era bem ruim. Simplesmente não me interessava por essas matérias e não imaginava o quanto seriam importantes para minha carreira. Então, fiz administração de empresas que combinava muito com meu perfil. Mas aos 17 anos comecei a trabalhar em uma agência de Turismo e mudei completamente minha visão. Naquela época, descobri que as famílias brasileiras tinham dois grandes desejos: viajar de avião para a Europa e comprar a enciclopédia Barsa. Então, posso afirmar que me transformei em um vendedor de sonhos.
Nessa época o senhor já tinha viajado de avião?
Não. Voei pela primeira vez aos 22 anos quando conheci o Rio de Janeiro. Em 1983, fiz meu primeiro voo internacional para Buenos Aires, na Argentina. A partir daí, rodei o Brasil ao lado da minha família e também conhecemos juntos vários países. Como eu já estava no ramo, meus amigos sempre nos acompanhavam porque gostavam dos roteiros que eu organizava.
Lembra de alguma experiência que marcou sua vida?
Viajar sempre foi uma grande alegria pra nós. Chegamos a viajar de Kombi várias vezes. Nosso intuito era conhecer lugares novos e sempre estarmos juntos. Mesmo com o orçamento apertado, levava meus filhos para Orlando. Comíamos hot dog no almoço para economizar. Rodamos a Europa, Estados Unidos… Aprendemos muito com todas essas experiências. Porém, lembro com muita saudade de uma viagem pela Califórnia. Fomos acompanhados de um grupo de amigos e ficamos hospedados em uma cabana. Desfrutamos de momentos excepcionais.
Estar à frente de instituições como a Abracorp, Favec e Abav era uma forma de buscar melhorias para o setor?
Em primeiro lugar, eu desejava conhecer melhor os movimentos do mercado e oferecer novas ideias. Meu grande sonho sempre foi mudar o Turismo brasileiro. Fundar a Favec (1994), presidir a Abracorp e a Abav Nacional me ajudaram nesse sentido. De 2010 a 2018, fiquei indo e vindo à Brasília para fortalecer as relações com o governo federal em defesa do Turismo nacional.
Durante a pandemia de covid-19, sua organização seguiu o caminho inverso da concorrência e cresceu. Qual foi sua estratégia?
Acredito que em toda crise tem uma oportunidade grande de crescimento. Em 2020, eu estava em um navio nos Emirados Árabes e não conseguia desembarcar. Ninguém sabia quase sobre esse vírus. Meu filho me ligou desesperado e disse que o mercado estava em alvoroço. Eu pedi apenas para ele ficar tranquilo e aguardar meu retorno. Quando voltei, resolvi não demitir ninguém e mantive o plano de saúde, que era muito necessário diante dessa situação. Aproveitei o momento para capacitar meus colaboradores. Criamos uma plataforma de eventos on-line que fez sucesso e atraiu novos clientes.
A entrada de Edmar Mendonza para a organização ajudou no crescimento da empresa?
Sim. Meu filho chegou com novas ideias, principalmente ligadas à tecnologia. Essa troca foi importante para a nossa expansão. Por sermos de gerações diferentes, às vezes, divergimos em alguns pontos. Mas esse é um dos segredos para o nosso sucesso, o respeito pelo ser humano e por sua história. Hoje, o turnover da empresa é muito baixo. Nossos colaboradores sentem-se acolhidos e são qualificados dentro da nossa política de crescimento e reconhecimento.
Quais os maiores desafios de mobilidade que já enfrentaram nessas cinco décadas?
Ao longo dos anos, conquistamos expertise nesse assunto e os clientes confiam na nossa entrega. Hoje, oferecemos diversos tipos de transporte. Contratamos desde ônibus e caminhões, até barcos de todos os portes, helicópteros e aviões. Já transportamos tudo o que possa imaginar. Até uma onça. Ao longo dessas cinco décadas fortalecemos a nossa marca e construímos um relacionamento sólido com as companhias aéreas. Durante a pandemia, conseguimos fretamentos de emergência mesmo sem contrato.
Nesse ano de celebração dos 50 anos, a Copastur pretende ampliar suas atividades em outros países?
Já somos referência no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Uruguai. Agora, queremos atender outros países da América do Sul com a mesma eficiência e agilidade nos serviços contratados independentemente do país onde nossos clientes estejam. Queremos que a TMC seja reconhecida como referência mundial para o mercado do Turismo. Não apenas pela qualidade de serviços que entregamos como também por meio de uma jornada cheia de conquistas e focada em disseminar um desenvolvimento sustentável e equitativo. Costumamos dizer que uma das principais metas é buscar soluções para questões socioambientais, que ofereçam impactos positivos para o planeta e garantindo um futuro mais igualitário para as pessoas.
O ponto de partida: Galeria Metrópole, localizada na Avenida São Luís, centro de São Paulo. Ano: 1982, período marcado por pressões políticas intensas que resultaram no movimento das Diretas Já. Em meio ao cenário nacional conturbado, Bull – que é formado em Administração de Empresas – alçou voo rumo ao futuro. Ao lado de três amigos, comprou uma agência de Turismo que ainda engatinhava, mas que em poucos anos se tornaria referência no mercado. “A sala era tão pequena que não cabiam os quatro sócios. Mas sempre apostei que daríamos uma grande virada. No ano seguinte, adquiri a totalidade da empresa.”
Tempos mais tarde, Bull trouxe seu filho, Edmar Mendoza Bull, para assumir a direção executiva da organização. Apesar de divergirem em algumas questões, as duas gerações aprenderam a conviver e decidiram imprimir a cultura de respeito à diversidade, impulsionando os negócios. “Esse é um dos segredos para o nosso sucesso, o respeito pelo ser humano. Meu filho chegou com novas ideias e essa troca foi importante para a nossa expansão”.
Desde 2010 a TMC vem conquistando certificações como a ISO 14001, entrou para a categoria Silver no ranking de sustentabilidade do selo Ecovadis e ficou com a primeira posição entre as agências de porte médio no ranking GPTW. A alta performance também levou a Copastur a faturar o prêmio de melhor agência de viagens corporativas pela PANROTAS e o selo quatro estrelas da pesquisa Humanizadas. Além disso, tornou-se signatária do Fórum de Empresas LGBTI+. “O mundo está mudando e o mercado corporativo precisa ter um senso inclusivo e de equidade. Somos um reflexo da sociedade e devemos respeitar as diferenças, sejam elas de gênero, cor, idade, religião. Só assim construiremos um futuro melhor”.
Mas foi durante a pandemia de covid-19 que a companhia realmente decolou. Enquanto milhares de empresas fechavam as portas e saltavam pela saída de emergência, Edmar Bull não demitiu nenhum dos 300 funcionários e sua estratégia foi acelerar e oferecer um upgrade a seu time, investindo em capacitação, treinamento e tecnologia de ponta.
O reconhecimento não veio apenas em cifras como em número de contratações. Atualmente, a TMC possui cerca de 1 mil especialistas nas mais diversas áreas de atuação. "Acredito que em toda crise temos uma oportunidade grande de crescimento", revela Bull.
Confira a entrevista com o presidente da Copastur:
Neste ano, a Copastur comemora 50 anos. O senhor imaginava esse sucesso?
Prosperar sempre será o grande desejo de um empreendedor. Mas o sucesso é consequência de um bom trabalho. Em 1982, eu e mais três sócios alugamos um escritório na Galeria Metrópole, localizado na Avenida São Luís, no centro de São Paulo. O local era tão pequeno que não comportava todos nós dentro da sala. No ano seguinte, comprei a totalidade da empresa e, ao lado de sete funcionários, mudei para uma sala um pouco maior nesse mesmo prédio. Mais tarde, já com 20 colaboradores, adquiri uma sede própria na Rua da Consolação, que tenho até hoje. Naquela época a estrutura tecnológica do negócio era bastante precária.
Era difícil trabalhar sem computador e internet?
Sim. Hoje, a infinidade de ferramentas que possuímos solucionam rapidamente as demandas mais complexas. Naquela época, não havia internet e como não conhecíamos as necessidades reais do mercado, tínhamos de ir a campo. Porém, sempre fui muito curioso. Achava que os livros não eram as únicas fontes de aprendizado. Então, visitei feiras internacionais em busca de ideias inovadoras que pudessem ser aplicadas no Brasil. Meu sonho era mudar o Turismo brasileiro. Posso dizer que trabalhei duro para impactar as pessoas positivamente.
O senhor sempre teve interesse e domínio sobre o assunto?
Confesso que no colégio meu desempenho em história e geografia era bem ruim. Simplesmente não me interessava por essas matérias e não imaginava o quanto seriam importantes para minha carreira. Então, fiz administração de empresas que combinava muito com meu perfil. Mas aos 17 anos comecei a trabalhar em uma agência de Turismo e mudei completamente minha visão. Naquela época, descobri que as famílias brasileiras tinham dois grandes desejos: viajar de avião para a Europa e comprar a enciclopédia Barsa. Então, posso afirmar que me transformei em um vendedor de sonhos.
Nessa época o senhor já tinha viajado de avião?
Não. Voei pela primeira vez aos 22 anos quando conheci o Rio de Janeiro. Em 1983, fiz meu primeiro voo internacional para Buenos Aires, na Argentina. A partir daí, rodei o Brasil ao lado da minha família e também conhecemos juntos vários países. Como eu já estava no ramo, meus amigos sempre nos acompanhavam porque gostavam dos roteiros que eu organizava.
Lembra de alguma experiência que marcou sua vida?
Viajar sempre foi uma grande alegria pra nós. Chegamos a viajar de Kombi várias vezes. Nosso intuito era conhecer lugares novos e sempre estarmos juntos. Mesmo com o orçamento apertado, levava meus filhos para Orlando. Comíamos hot dog no almoço para economizar. Rodamos a Europa, Estados Unidos… Aprendemos muito com todas essas experiências. Porém, lembro com muita saudade de uma viagem pela Califórnia. Fomos acompanhados de um grupo de amigos e ficamos hospedados em uma cabana. Desfrutamos de momentos excepcionais.
Estar à frente de instituições como a Abracorp, Favec e Abav era uma forma de buscar melhorias para o setor?
Em primeiro lugar, eu desejava conhecer melhor os movimentos do mercado e oferecer novas ideias. Meu grande sonho sempre foi mudar o Turismo brasileiro. Fundar a Favec (1994), presidir a Abracorp e a Abav Nacional me ajudaram nesse sentido. De 2010 a 2018, fiquei indo e vindo à Brasília para fortalecer as relações com o governo federal em defesa do Turismo nacional.
Durante a pandemia de covid-19, sua organização seguiu o caminho inverso da concorrência e cresceu. Qual foi sua estratégia?
Acredito que em toda crise tem uma oportunidade grande de crescimento. Em 2020, eu estava em um navio nos Emirados Árabes e não conseguia desembarcar. Ninguém sabia quase sobre esse vírus. Meu filho me ligou desesperado e disse que o mercado estava em alvoroço. Eu pedi apenas para ele ficar tranquilo e aguardar meu retorno. Quando voltei, resolvi não demitir ninguém e mantive o plano de saúde, que era muito necessário diante dessa situação. Aproveitei o momento para capacitar meus colaboradores. Criamos uma plataforma de eventos on-line que fez sucesso e atraiu novos clientes.
A entrada de Edmar Mendonza para a organização ajudou no crescimento da empresa?
Sim. Meu filho chegou com novas ideias, principalmente ligadas à tecnologia. Essa troca foi importante para a nossa expansão. Por sermos de gerações diferentes, às vezes, divergimos em alguns pontos. Mas esse é um dos segredos para o nosso sucesso, o respeito pelo ser humano e por sua história. Hoje, o turnover da empresa é muito baixo. Nossos colaboradores sentem-se acolhidos e são qualificados dentro da nossa política de crescimento e reconhecimento.
Quais os maiores desafios de mobilidade que já enfrentaram nessas cinco décadas?
Ao longo dos anos, conquistamos expertise nesse assunto e os clientes confiam na nossa entrega. Hoje, oferecemos diversos tipos de transporte. Contratamos desde ônibus e caminhões, até barcos de todos os portes, helicópteros e aviões. Já transportamos tudo o que possa imaginar. Até uma onça. Ao longo dessas cinco décadas fortalecemos a nossa marca e construímos um relacionamento sólido com as companhias aéreas. Durante a pandemia, conseguimos fretamentos de emergência mesmo sem contrato.
Nesse ano de celebração dos 50 anos, a Copastur pretende ampliar suas atividades em outros países?
Já somos referência no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Uruguai. Agora, queremos atender outros países da América do Sul com a mesma eficiência e agilidade nos serviços contratados independentemente do país onde nossos clientes estejam. Queremos que a TMC seja reconhecida como referência mundial para o mercado do Turismo. Não apenas pela qualidade de serviços que entregamos como também por meio de uma jornada cheia de conquistas e focada em disseminar um desenvolvimento sustentável e equitativo. Costumamos dizer que uma das principais metas é buscar soluções para questões socioambientais, que ofereçam impactos positivos para o planeta e garantindo um futuro mais igualitário para as pessoas.