Avipam, Copastur, Kontik e Stabia já vendem mais que 2019; entenda
Veja entrevistas realizadas na GBTA 2022, em San Diego
SAN DIEGO – Únicas TMCs presentes à GBTA 2022, em San Diego, maior evento de viagens e eventos corporativos do mercado, Avipam, Copastur, Kontik e Stabia celebram resultados de vendas acima dos volumes de 2019, depois de mais de dois anos de estagnação e queda, por conta da pandemia de covid-19. Uma volta diferente, impulsionada por tarifas mais altas, viagens mais longas e, em alguns casos, menos transações.
Confira a seguir, nosso bate papo com as quatro agências de viagens corporativas.
O Portal PANROTAS conversou com Peterson Prado e Gabe Rizzi, presidente da Internova Travel Group, que reúne as marcas Travel Leaders e Altour, para entender melhor como está a retomada nos Estados Unidos e no mundo.
PANROTAS – Como está o retorno das viagens no Travel Leaders Group?
GABE RIZZI – Temos visto o Lazer e o Corporativo se recuperando paralelamente. Todos imaginavam que as viagens corporativas iam ficar para trás, mas não estamos vendo isso em nossas reservas. Claro que o lazer tem de considerar a sazonalidade, mas vimos o pico do verão ir muito além do que se esperava, devido à enorme demanda reprimida, e por isso a arrancada do lazer foi muito grande. O desafio agora é a viagem aérea. Voar não é algo divertido atualmente, por causa da falta de pessoal, problemas em aeroportos, problemas com bagagem, controle de tráfego aéreo.
PANROTAS – As pessoas estão deixando de viajar por conta dessas disrupções?
RIZZI – Elas não estão deixando de viajar, mas estão impacientes. Temos muitos feedbacks de como a viagem não foi boa.
PANROTAS – E como as TMCs podem ajudar os viajantes nesse momento?
RIZZI – Temos de prepará-los. Contar como vai ser a viagem. Deixar pelo menos duas horas para conexões, talvez viajar no dia anterior, pois você pode perder sua conexão. Estamos aconselhando as pessoas a ampliarem seus planos de viagens e considerar ir um dia antes.
PANROTAS – E que ferramentas podem ajudar nesse momento?
RIZZI – Sim. Nós contratamos o que há de melhor no mercado, nós não desenvolvemos essas tecnologias, pois isso custaria uma centena de milhões de dólares. E essas ferramentas estão disponíveis para que nossos consultores e os viajantes utilizem.
PANROTAS – Esse problema de falta de mão de obra está afetando as empresas do Grupo Internova também?
RIZZI – Claro que sim. E não é apenas um problema de Viagens e Hospitalidade. Todos os setores estão com o mesmo desafio. E sabe o que tenho ouvido: não se chama mais de A Grande Resignação e sim do Grande Arrependimento, pois as pessoas que deixaram seus empregos antigos estão descobrindo que os novos postos não são exatamente o que pensavam ser. E também quem está comprando esses talentos está vendo que eles podem não ser quem pensavam ser. Então há um grande arrependimento de ambos os lados. Estamos vendo pessoas começarem a valorizar outras coisas, como benefícios, cultura, liderança...
PANROTAS – Mas como atrair esses talentos de volta? Muitos até mudaram de área...
RIZZI – Nós não perdemos contato com eles. Profissionais que tivemos de dispensar, usamos em projetos terceirizados. Mantivemos eles empregados. E eles reconhecem isso. E nossos clientes veem que cuidamos de nossos colaboradores e os mantivemos ativos. E agora estamos trazendo esse pessoal de volta.
PANROTAS – Que mercados internacionais estão respondendo melhor no momento?
RIZZI – Por causa do lazer, os destinos de sol e mar estão muito fortes no momento, Caribe, América do Sul têm atraído muitos negócios. O doméstico americano também está muito forte. E a Europa está mais cara para os americanos no momento. Estamos em 90 países , com 82 parceiros.
PANROTAS – E as tarifas aéreas também estão mais altas... Assim como os hotéis.
RIZZI – Sim, tudo está muito mais caro no momento. Aéreo, hotéis com 90% de ocupação no meio da semana. Não temos um problema de demanda no momento e sim um problema do outro lado, da oferta. Do fornecedor.
PANROTAS – Isso deve persistir?
RIZZI – Qualquer coisa que eu fale, estarei errado. É um desafio no momento antecipar o que vem. Nosso trabalho no momento é garantir a melhor viagem a nossos clientes e parceiros.
PANROTAS – E como está a parceria com a Avipam no Brasil?
RIZZI – Fantástica. Uma das melhores parcerias que temos na nossa rede. E uma das maiores.
PANROTAS – E as vendas no Brasil acompanham essas tendências?
PETERSON PRADO – Sim. Temos vários clientes novos globais que viram a oportunidade de ter o atendimento local com a gente e aproveitar dessa rede. As vendas estão em 130% do volume de 2019, com as transações ainda em 95% (queda de 5%) e com o crescimento impulsionado pelos novos clientes. Muitos fruto da parceria com a Internova.
RIZZI – Aqui no doméstico corporativo, estamos em 78% do pré-pandemia.
PANROTAS – Quais as perspectivas do segundo semestre na Copastur, depois de números expressivos na primeira metade do ano?
EDMAR MENDOZA BULL – A Copastur está muito bem nessa volta do corporativo. Temos os problemas gerais de mercado, com preços altos, problemas de serviços e atendimento em fornecedores... Algo que temos de conviver. O mercado também está com falta de profissionais, mas temos uma marca muito forte, que atrai colaboradores e já conseguimos colocar nossos planos em prática, e nosso nível de serviço sobe a cada dia.
PANROTAS – E o comportamento dos clientes diante disso?
EDMAR – Eles estão mais exigentes. Isso tem uma carga maior de serviço para nós.
PANROTAS – Em que pontos o cliente se mostra mais exigente?
EDMAR – No acompanhamento das viagens. Ele quer que a gente acompanhe todos os passos, sabendo se deu certo, se não deu. E gente tenta sempre estar à frente do que pode acontecer.
PANROTAS – Em termos de vendas e transações, como está a retomada na Copastur?
EDMAR – Vamos bater duas vezes o resultado de 2019, em transações e vendas. Vamos crescer 100%. Estamos com 820 colaboradores e crescendo. Com vagas abertas.
PANROTAS – Então a meta de vendas de no máximo R$ 1,5 bilhão vai ser ultrapassada?
EDMAR – Sim, acreditamos que será mais.
PANROTAS – A aliança global da Copastur com a Direct Travel e ATPI te ajuda no acesso a ferramentas que gerenciem a disrupção?
EDMAR – Temos acesso a todas as ferramentas deles, o que leva muita inovação ao que fazemos localmente.
PANROTAS – O que precisa mudar urgentemente no corporativo nesse pós-pandemia?
EDMAR – Pensar na experiência do cliente. Não apenas nós como TMC, mas os fornecedores também. Vemos muito os fornecedores mais focados em recuperar os prejuízos que tiveram e oferecendo serviço pior, da limpeza do quarto à renovação dos equipamentos. Também em sistemas e processos de check-in de empresas aéreas. O mercado precisa entender o quanto o papel da TMC é importante para que essa experiência melhore, o quanto podemos colaborar e trabalhar junto com os fornecedores. Não adianta fazer isoladamente, sem a parceria com as TMCs.
PANROTAS – A Copastur tem investido muito em ESG. Isso já está te trazendo mais resultados, mais negócios?
EDMAR – O ambiente de trabalho está melhor. Tem trazido novas visões para a Copastur e para fora. Quando falamos de ESG e ISSO-14001, que temos há mais de dez anos...Vamos conseguir uma nova certificação e isso vai fazer com que a gente melhore a cada dia.
KONTIK
Tendo como parceira global a FCM, a Kontik já vê os números do segmento de viagens corporativas chegarem a patamares acima de 2019. E a expectativa é que os eventos voltem com tudo em 2023. O co-CEO Fernando Vasconcellos, falou com a PANROTAS em San Diego.
PANROTAS – Como está a retomada das viagens corporativas na Kontik?
FERNANDO VASCONCELLOS – Já vemos no segmento corporativo um aumento grande das transações, pois a pandemia ainda existe, mas a cancela está aberta. Contando a mesma base de clientes pré-pandemia, as transações chegam a 90% de 2019, mas em vendas, devido ao tíquete médio muito alto, estamos 35% acima.
PANROTAS – E a Kontik conquistou muitos clientes novos este ano?
VASCONCELLOS – Bastante. A gente tem algumas empresas entrando, alguns globais, como Basf, Shell, Samsung, Grupo Ultra e Energiza.
PANROTAS – E olhando o comportamento dos clientes e as demandas para a TMC, o que mudou?
VASCONCELLOS – Mudou bastante. Primeiro, os clientes querendo se situar. Eles deixaram as viagens corporativas em 2020 com a ponte aérea a R$ 600. Agora voltam com a ponte aérea a R$ 2 mil.
PANROTAS – E eles entendem?
VASCONCELLOS – No começo não. Mas eles estão escutando mais. E quando levamos os fornecedores juntos, eles entendem, faz sentido. Mas há toda a linha tênue do seu budget, do seu custo...
PANROTAS – Chegam a cancelar viagens por causa do preço?
VASCONCELLOS – Não. Não chegam. Não vejo. O que eu vejo é diminuir o número de pessoas em uma viagem. Outra coisa que mudou bastante é o tempo de antecedência. O pessoal está comprando mais em cima da hora. Existe aí 60% entre zero a três dias. O que aumenta bastante (a tarifa). E piora SLA, a produtividade... No início fazia sentido, com a pandemia, as regras. Agora as coisas mudaram, a gente não precisa ficar mais com esse comportamento. Esse é um grande desafio.
PANROTAS – E os eventos? Voltaram?
VASCONCELLOS – Os eventos voltaram, mas ainda não como 2019, pois os orçamentos já estavam fechados, e há falta de data e espaço. Mas tem muita gente fazendo projeções para 2023.
PANROTAS – E as viagens internacionais?
VASCONCELLOS – Começou a retomada pelos vips, depois escalonou mais para baixo. Não com um volume igual a de 2019, muito pelo custo.
PANROTAS – E nesse sentido a Premium Economy é a nova Business?
VASCONCELLOS – No papel sim. Na teoria, as pessoas continuam querendo voar de business. As pessoas estão olhando seu conforto também. E as empresas reduzindo um pouco o número de pessoas pois está muito caro, devido ao câmbio.
PANROTAS – Em relação à questão de falta de profissionais? Como vocês estão lidando com isso?
VASCONCELLOS – Essa é uma briga. Infelizmente a indústria teve de demitir e as pessoas se recolocaram. Com essa volta, ficou difícil trazer as pessoas. E ainda com o desafio de treinar todo mundo de novo. Então, tem sim, não tem jeito, o fazer proposta (ao funcionário de outras empresas), tentar tirar de um ou outro, isso está acontecendo no mercado, sejamos claro. Fomos vendo outras avenidas: procurar a TransEmprego e a Carambola, para trazer pessoas trans para a Kontik. Criar uma jornada para que se desenvolvam no Turismo. Mas isso é um projeto que trará mais resultados no longo prazo.
PANROTAS – A Kontik tinha quantos funcionários no começo da pandemia? E agora?
VASCONCELLOS – A gente tinha, no corporativo, 180 a 200, hoje 410.
PANROTAS – Fala um pouco sobre a diversificação de negócios do grupo, indo além do corporativo ou somando novos produtos a ele.
VASCONCELLOS – Hoje somos nove empresas no grupo: Corporativo, a OTA Zuper, Kontrip, travel tech para pequenas e médias empresas, Inovents, de live marketing e eventos, Kontik Teen, de excursões para jovens, K-Club, uma vertical para atender o lazer de nossos clientes, Kontik Experience, parceria com a Prime, para viajantes C-level, DN IT Service, de Tecnologia, e um grande lançamento, que ainda não posso revelar. Já está na App Store e na loja do Android, e vai revolucionar a compra de viagens. Em todos os segmentos.
O diretor da TMC Stabia, Fabio Antununcio, também presente à conferência da GBTA em San Diego, acredita que 2022 foi o ano em que o Turismo corporativo deu uma estilingada, com uma demanda maior que o esperado. “Para 2023 deve nivelar, com preços menores. A demanda já sofreu uma queda, e está em um nível normal. Questões com risco dos viajantes, duty of care e ESG continuarão a ser foco em 2023”, acredita.
A Stabia já aumentou suas vendas em 40% em relação a 2019 e vê que o senso de urgência está maior entre os viajantes. A velocidade assim está maior.
“Outro ponto de mudança é o estilo do viajante. Antes a principal demanda (de viagens) era da equipe comercial, para início de prospecção. Hoje, esse início começa com encontros virtuais e do meio para o fim do funil aumentou o número de viajantes. Agora faz 50 visitas virtuais de prospecção e vai para o face to face para fechar os negócios.”
A Stabia tinha 6 funcionários no Carnaval de 2020 e agora tem 25.
O Portal PANROTAS viajou a convite da GBTA, voando American Airlines, e com proteção GTA USA MAX, incluindo contra covid-19
Confira a seguir, nosso bate papo com as quatro agências de viagens corporativas.
AVIPAM
Parceira no Brasil das gigantes Travel Leaders Group e Altour, a Avipam esteve na GBTA com seus diretores, Fernando Slomp e Peterson Prado, equipe e clientes. As vendas, segundo Prado, estão 130% do volume de 2019, (crescimento de 30%), com transações em cerca de 95% do volume pré-pandemia. A maior parte do crescimento vem de novas contas conquistadas pela Avipam este ano, com os clientes antigos ainda mais conservadores no retorno das viagens.O Portal PANROTAS conversou com Peterson Prado e Gabe Rizzi, presidente da Internova Travel Group, que reúne as marcas Travel Leaders e Altour, para entender melhor como está a retomada nos Estados Unidos e no mundo.
PANROTAS – Como está o retorno das viagens no Travel Leaders Group?
GABE RIZZI – Temos visto o Lazer e o Corporativo se recuperando paralelamente. Todos imaginavam que as viagens corporativas iam ficar para trás, mas não estamos vendo isso em nossas reservas. Claro que o lazer tem de considerar a sazonalidade, mas vimos o pico do verão ir muito além do que se esperava, devido à enorme demanda reprimida, e por isso a arrancada do lazer foi muito grande. O desafio agora é a viagem aérea. Voar não é algo divertido atualmente, por causa da falta de pessoal, problemas em aeroportos, problemas com bagagem, controle de tráfego aéreo.
PANROTAS – As pessoas estão deixando de viajar por conta dessas disrupções?
RIZZI – Elas não estão deixando de viajar, mas estão impacientes. Temos muitos feedbacks de como a viagem não foi boa.
PANROTAS – E como as TMCs podem ajudar os viajantes nesse momento?
RIZZI – Temos de prepará-los. Contar como vai ser a viagem. Deixar pelo menos duas horas para conexões, talvez viajar no dia anterior, pois você pode perder sua conexão. Estamos aconselhando as pessoas a ampliarem seus planos de viagens e considerar ir um dia antes.
PANROTAS – E que ferramentas podem ajudar nesse momento?
RIZZI – Sim. Nós contratamos o que há de melhor no mercado, nós não desenvolvemos essas tecnologias, pois isso custaria uma centena de milhões de dólares. E essas ferramentas estão disponíveis para que nossos consultores e os viajantes utilizem.
PANROTAS – Esse problema de falta de mão de obra está afetando as empresas do Grupo Internova também?
RIZZI – Claro que sim. E não é apenas um problema de Viagens e Hospitalidade. Todos os setores estão com o mesmo desafio. E sabe o que tenho ouvido: não se chama mais de A Grande Resignação e sim do Grande Arrependimento, pois as pessoas que deixaram seus empregos antigos estão descobrindo que os novos postos não são exatamente o que pensavam ser. E também quem está comprando esses talentos está vendo que eles podem não ser quem pensavam ser. Então há um grande arrependimento de ambos os lados. Estamos vendo pessoas começarem a valorizar outras coisas, como benefícios, cultura, liderança...
PANROTAS – Mas como atrair esses talentos de volta? Muitos até mudaram de área...
RIZZI – Nós não perdemos contato com eles. Profissionais que tivemos de dispensar, usamos em projetos terceirizados. Mantivemos eles empregados. E eles reconhecem isso. E nossos clientes veem que cuidamos de nossos colaboradores e os mantivemos ativos. E agora estamos trazendo esse pessoal de volta.
PANROTAS – Que mercados internacionais estão respondendo melhor no momento?
RIZZI – Por causa do lazer, os destinos de sol e mar estão muito fortes no momento, Caribe, América do Sul têm atraído muitos negócios. O doméstico americano também está muito forte. E a Europa está mais cara para os americanos no momento. Estamos em 90 países , com 82 parceiros.
PANROTAS – E as tarifas aéreas também estão mais altas... Assim como os hotéis.
RIZZI – Sim, tudo está muito mais caro no momento. Aéreo, hotéis com 90% de ocupação no meio da semana. Não temos um problema de demanda no momento e sim um problema do outro lado, da oferta. Do fornecedor.
PANROTAS – Isso deve persistir?
RIZZI – Qualquer coisa que eu fale, estarei errado. É um desafio no momento antecipar o que vem. Nosso trabalho no momento é garantir a melhor viagem a nossos clientes e parceiros.
PANROTAS – E como está a parceria com a Avipam no Brasil?
RIZZI – Fantástica. Uma das melhores parcerias que temos na nossa rede. E uma das maiores.
PANROTAS – E as vendas no Brasil acompanham essas tendências?
PETERSON PRADO – Sim. Temos vários clientes novos globais que viram a oportunidade de ter o atendimento local com a gente e aproveitar dessa rede. As vendas estão em 130% do volume de 2019, com as transações ainda em 95% (queda de 5%) e com o crescimento impulsionado pelos novos clientes. Muitos fruto da parceria com a Internova.
RIZZI – Aqui no doméstico corporativo, estamos em 78% do pré-pandemia.
COPASTUR
A TMC dirigida por Edmar Bull e Edmar Mendoza já ia ter um ano de recordes, mas os resultados do começo do segundo semestre mostram que as vendas estão bem acima do esperado. Se no semestre passado, Mendoza previa vendas totais entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão, agora a estimativa é de ultrapassar os R$ 1,5 bilhão.PANROTAS – Quais as perspectivas do segundo semestre na Copastur, depois de números expressivos na primeira metade do ano?
EDMAR MENDOZA BULL – A Copastur está muito bem nessa volta do corporativo. Temos os problemas gerais de mercado, com preços altos, problemas de serviços e atendimento em fornecedores... Algo que temos de conviver. O mercado também está com falta de profissionais, mas temos uma marca muito forte, que atrai colaboradores e já conseguimos colocar nossos planos em prática, e nosso nível de serviço sobe a cada dia.
PANROTAS – E o comportamento dos clientes diante disso?
EDMAR – Eles estão mais exigentes. Isso tem uma carga maior de serviço para nós.
PANROTAS – Em que pontos o cliente se mostra mais exigente?
EDMAR – No acompanhamento das viagens. Ele quer que a gente acompanhe todos os passos, sabendo se deu certo, se não deu. E gente tenta sempre estar à frente do que pode acontecer.
PANROTAS – Em termos de vendas e transações, como está a retomada na Copastur?
EDMAR – Vamos bater duas vezes o resultado de 2019, em transações e vendas. Vamos crescer 100%. Estamos com 820 colaboradores e crescendo. Com vagas abertas.
PANROTAS – Então a meta de vendas de no máximo R$ 1,5 bilhão vai ser ultrapassada?
EDMAR – Sim, acreditamos que será mais.
PANROTAS – A aliança global da Copastur com a Direct Travel e ATPI te ajuda no acesso a ferramentas que gerenciem a disrupção?
EDMAR – Temos acesso a todas as ferramentas deles, o que leva muita inovação ao que fazemos localmente.
PANROTAS – O que precisa mudar urgentemente no corporativo nesse pós-pandemia?
EDMAR – Pensar na experiência do cliente. Não apenas nós como TMC, mas os fornecedores também. Vemos muito os fornecedores mais focados em recuperar os prejuízos que tiveram e oferecendo serviço pior, da limpeza do quarto à renovação dos equipamentos. Também em sistemas e processos de check-in de empresas aéreas. O mercado precisa entender o quanto o papel da TMC é importante para que essa experiência melhore, o quanto podemos colaborar e trabalhar junto com os fornecedores. Não adianta fazer isoladamente, sem a parceria com as TMCs.
PANROTAS – A Copastur tem investido muito em ESG. Isso já está te trazendo mais resultados, mais negócios?
EDMAR – O ambiente de trabalho está melhor. Tem trazido novas visões para a Copastur e para fora. Quando falamos de ESG e ISSO-14001, que temos há mais de dez anos...Vamos conseguir uma nova certificação e isso vai fazer com que a gente melhore a cada dia.
KONTIK
Tendo como parceira global a FCM, a Kontik já vê os números do segmento de viagens corporativas chegarem a patamares acima de 2019. E a expectativa é que os eventos voltem com tudo em 2023. O co-CEO Fernando Vasconcellos, falou com a PANROTAS em San Diego.PANROTAS – Como está a retomada das viagens corporativas na Kontik?
FERNANDO VASCONCELLOS – Já vemos no segmento corporativo um aumento grande das transações, pois a pandemia ainda existe, mas a cancela está aberta. Contando a mesma base de clientes pré-pandemia, as transações chegam a 90% de 2019, mas em vendas, devido ao tíquete médio muito alto, estamos 35% acima.
PANROTAS – E a Kontik conquistou muitos clientes novos este ano?
VASCONCELLOS – Bastante. A gente tem algumas empresas entrando, alguns globais, como Basf, Shell, Samsung, Grupo Ultra e Energiza.
PANROTAS – E olhando o comportamento dos clientes e as demandas para a TMC, o que mudou?
VASCONCELLOS – Mudou bastante. Primeiro, os clientes querendo se situar. Eles deixaram as viagens corporativas em 2020 com a ponte aérea a R$ 600. Agora voltam com a ponte aérea a R$ 2 mil.
PANROTAS – E eles entendem?
VASCONCELLOS – No começo não. Mas eles estão escutando mais. E quando levamos os fornecedores juntos, eles entendem, faz sentido. Mas há toda a linha tênue do seu budget, do seu custo...
PANROTAS – Chegam a cancelar viagens por causa do preço?
VASCONCELLOS – Não. Não chegam. Não vejo. O que eu vejo é diminuir o número de pessoas em uma viagem. Outra coisa que mudou bastante é o tempo de antecedência. O pessoal está comprando mais em cima da hora. Existe aí 60% entre zero a três dias. O que aumenta bastante (a tarifa). E piora SLA, a produtividade... No início fazia sentido, com a pandemia, as regras. Agora as coisas mudaram, a gente não precisa ficar mais com esse comportamento. Esse é um grande desafio.
PANROTAS – E os eventos? Voltaram?
VASCONCELLOS – Os eventos voltaram, mas ainda não como 2019, pois os orçamentos já estavam fechados, e há falta de data e espaço. Mas tem muita gente fazendo projeções para 2023.
PANROTAS – E as viagens internacionais?
VASCONCELLOS – Começou a retomada pelos vips, depois escalonou mais para baixo. Não com um volume igual a de 2019, muito pelo custo.
PANROTAS – E nesse sentido a Premium Economy é a nova Business?
VASCONCELLOS – No papel sim. Na teoria, as pessoas continuam querendo voar de business. As pessoas estão olhando seu conforto também. E as empresas reduzindo um pouco o número de pessoas pois está muito caro, devido ao câmbio.
PANROTAS – Em relação à questão de falta de profissionais? Como vocês estão lidando com isso?
VASCONCELLOS – Essa é uma briga. Infelizmente a indústria teve de demitir e as pessoas se recolocaram. Com essa volta, ficou difícil trazer as pessoas. E ainda com o desafio de treinar todo mundo de novo. Então, tem sim, não tem jeito, o fazer proposta (ao funcionário de outras empresas), tentar tirar de um ou outro, isso está acontecendo no mercado, sejamos claro. Fomos vendo outras avenidas: procurar a TransEmprego e a Carambola, para trazer pessoas trans para a Kontik. Criar uma jornada para que se desenvolvam no Turismo. Mas isso é um projeto que trará mais resultados no longo prazo.
PANROTAS – A Kontik tinha quantos funcionários no começo da pandemia? E agora?
VASCONCELLOS – A gente tinha, no corporativo, 180 a 200, hoje 410.
PANROTAS – Fala um pouco sobre a diversificação de negócios do grupo, indo além do corporativo ou somando novos produtos a ele.
VASCONCELLOS – Hoje somos nove empresas no grupo: Corporativo, a OTA Zuper, Kontrip, travel tech para pequenas e médias empresas, Inovents, de live marketing e eventos, Kontik Teen, de excursões para jovens, K-Club, uma vertical para atender o lazer de nossos clientes, Kontik Experience, parceria com a Prime, para viajantes C-level, DN IT Service, de Tecnologia, e um grande lançamento, que ainda não posso revelar. Já está na App Store e na loja do Android, e vai revolucionar a compra de viagens. Em todos os segmentos.
STABIA
O diretor da TMC Stabia, Fabio Antununcio, também presente à conferência da GBTA em San Diego, acredita que 2022 foi o ano em que o Turismo corporativo deu uma estilingada, com uma demanda maior que o esperado. “Para 2023 deve nivelar, com preços menores. A demanda já sofreu uma queda, e está em um nível normal. Questões com risco dos viajantes, duty of care e ESG continuarão a ser foco em 2023”, acredita.
A Stabia já aumentou suas vendas em 40% em relação a 2019 e vê que o senso de urgência está maior entre os viajantes. A velocidade assim está maior.
“Outro ponto de mudança é o estilo do viajante. Antes a principal demanda (de viagens) era da equipe comercial, para início de prospecção. Hoje, esse início começa com encontros virtuais e do meio para o fim do funil aumentou o número de viajantes. Agora faz 50 visitas virtuais de prospecção e vai para o face to face para fechar os negócios.”
A Stabia tinha 6 funcionários no Carnaval de 2020 e agora tem 25.
O Portal PANROTAS viajou a convite da GBTA, voando American Airlines, e com proteção GTA USA MAX, incluindo contra covid-19