Para TMCs, NDC chega em momento ruim; veja outras análises do setor
PANROTAS realizou sua primeira sala no Clubhouse e debateu o papel das agências de viagens corporativas
A PANROTAS realizou hoje (8) sua primeira sala no Clubhouse – nova rede social que funciona como uma espécie de podcast interativo – e debateu o papel das TMCs na pandemia de covid-19. O encontrou contou com a participação do presidente da Abracorp e CEO da Costa Brava, Rubens Schwartzmann, e o diretor da Kontik, Fernando Vasconcellos. Cerca de 30 profissionais do Turismo acompanharam essa primeira edição, que teve a duração de 30 minutos.
Um ano depois do início da crise sanitária causada pelo novo coronavírus, o setor de Turismo segue sendo um dos mais afetados e, em especial, o de viagens corporativas. Deslocamentos a lazer já estão acontecendo (mesmo que, agora, enfrentem uma redução devido ao aumento de casos da doença), mas, os a trabalho, começarão a voltar quando um processo de vacinação estiver bem estabelecido. Diante disso, as agências de viagens corporativas buscam maneiras de se adequar e atender nesta nova realidade.
“Não é fácil estar na cadeira de um diretor de TMC que teve em abril de 2020, por exemplo, suas vendas caindo 95%. Não podemos simplesmente ir embora e voltar quando passar. Há todos os custos, funcionários para pagar, clientes para atender... É preciso tomar atitudes ousadas para tentar estancar os prejuízos. Os clientes estão sem volume, sem viagens, mas continuam exigindo da gente, precisando de ajuda do time de consultoria para rever políticas, automatizar serviços. É bem desafiador”, pontua Schwartzmann. Segundo ele, os negócios fecharam 2020 com 30% do volume pré-pandemia, algo que não deve ser recuperado, pois as viagens corporativas mudaram para sempre e devem diminuir pós-pandemia.
Processamento de reembolsos, busca de bilhetes não voados, captura de notas fiscais, cancelamento de hotéis e resolução de backlog de atendimento são alguns dos desafios que as TMCs vêm enfrentando. Os clientes pararam de comprar, mas aproveitaram o momento para resolver outras questões dentro de suas corporações que a rotina de antes não permitia.
“Não há como reduzir os custos indiretos da mesma forma que as vendas caíram. A pandemia trouxe diversos riscos, mas este é o momento de mudança, de diversificação. E existem alguns nichos que podem ser explorados pelas TMCs, como lazer, eventos digitais, luxo e varejo de lazer”, diz Vasconcellos.
E com menos viagens a negócios, já que muitas reuniões e encontros se manterão no virtual, será que o futuro das agências de viagens corporativas poderá ser ter menos clientes, mas com mais qualidade, como uma alternativa à transaction fee? Como seria a adaptação das TMCs neste possível cenário?
“Acredito que talvez aconteça uma remodelagem, com as agências oferecendo um pacote de produtos e serviços adequados para cada cliente de cada perfil, por exemplo. Algumas empresas vão querer somente a solução de BI que oferecemos, outras preferirão fazer uma consultoria completa e diferenciada. Por isso um modelo híbrido de atuação pode ser um caminho. Na questão da remuneração, não podemos mais depender de variáveis, é preciso ser algo mais justo para conseguir receita para poder investir mais em tecnologia, em capacitação das equipes, treinamentos etc.”, afirma o presidente da Abracorp.
REINVENTAR
Que as viagens a trabalho vão diminuir no futuro já se sabe, mas o que as TMCs poderão fazer para compensar a queda? Após um ano de adequações e entendimentos sobre a situação, é preciso fazer o dever de casa para continuar sobrevivendo.
“É necessário adequar o tamanho da empresa ao novo volume, de acordo com o orçamento. Acredito também muito na automação e na tecnologia para poder aumentar a produtividade de processos e na renegociação com carteira de clientes para equacionar as receitas. Em paralelo, as TMCs devem diversificar e encontrar outras oportunidades dentro de seus clientes para poder geral valor e receita”, explica Vasconcellos.
É nesta última possibilidade que aparecem alguns dos últimos negócios vistos no segmento de viagens corporativas, como o lançamento da TP Corporate by LTN, uma TMC criada em parceria pela Teresa Perez Tours e LTN Brasil, e a Kontik by Prime, acordo entre a Prime Tour e a Kontik para o atendimento, em modelo white label, dos passageiros de lazer nível C-level.
“Parceiras com seguradoras pode ser uma opção também, é um produto ainda pouco explorado. Ou então vender um lazer mais forte dentro os clientes, já que são empresas com milhares de colaboradores. Sem contar a produção de eventos digitais, que ainda existe um preconceito grande de que as TMCs não atendem este tipo de serviço, apenas a logística. Mas conseguimos fazer tão bem quanto, por um preço mais acessível.”
NDC: BOM OU RUIM?
Com o NDC cada vez mais maduro, sendo implementado por diversas companhias aéreas, surge a dúvida se este é o cenário mais propício para adotar a nova tecnologia ou não. Para ambos os executivos, essa chegada, neste momento de crise, não é a mais ideal.
“Qualquer coisa que chegar agora, atrapalha. É um momento que requer muito foco e redução de custos. Então ter de criar APIs para conectar o novo padrão não seria a melhor hora. Requer treinamento de nossos consultores, explicação de como funcionará para o cliente final, aumentará o volume de trabalho, assim como o custo”, explica o diretor da Kontik.
“No momento, o que precisamos é ter foco total à sustentação de contratos, um contrato lucrativo, que se paga, com o cliente, e custos equilibrados à geração de receita. Incluir algo novo que tira este foco é complicado, já tivemos que nos readequar às exigências da LGPD. Mais uma coisa para tirar a atenção não seria a melhor hora”, finaliza Schwartzmann.
Um ano depois do início da crise sanitária causada pelo novo coronavírus, o setor de Turismo segue sendo um dos mais afetados e, em especial, o de viagens corporativas. Deslocamentos a lazer já estão acontecendo (mesmo que, agora, enfrentem uma redução devido ao aumento de casos da doença), mas, os a trabalho, começarão a voltar quando um processo de vacinação estiver bem estabelecido. Diante disso, as agências de viagens corporativas buscam maneiras de se adequar e atender nesta nova realidade.
“Não é fácil estar na cadeira de um diretor de TMC que teve em abril de 2020, por exemplo, suas vendas caindo 95%. Não podemos simplesmente ir embora e voltar quando passar. Há todos os custos, funcionários para pagar, clientes para atender... É preciso tomar atitudes ousadas para tentar estancar os prejuízos. Os clientes estão sem volume, sem viagens, mas continuam exigindo da gente, precisando de ajuda do time de consultoria para rever políticas, automatizar serviços. É bem desafiador”, pontua Schwartzmann. Segundo ele, os negócios fecharam 2020 com 30% do volume pré-pandemia, algo que não deve ser recuperado, pois as viagens corporativas mudaram para sempre e devem diminuir pós-pandemia.
Processamento de reembolsos, busca de bilhetes não voados, captura de notas fiscais, cancelamento de hotéis e resolução de backlog de atendimento são alguns dos desafios que as TMCs vêm enfrentando. Os clientes pararam de comprar, mas aproveitaram o momento para resolver outras questões dentro de suas corporações que a rotina de antes não permitia.
“Não há como reduzir os custos indiretos da mesma forma que as vendas caíram. A pandemia trouxe diversos riscos, mas este é o momento de mudança, de diversificação. E existem alguns nichos que podem ser explorados pelas TMCs, como lazer, eventos digitais, luxo e varejo de lazer”, diz Vasconcellos.
E com menos viagens a negócios, já que muitas reuniões e encontros se manterão no virtual, será que o futuro das agências de viagens corporativas poderá ser ter menos clientes, mas com mais qualidade, como uma alternativa à transaction fee? Como seria a adaptação das TMCs neste possível cenário?
“Acredito que talvez aconteça uma remodelagem, com as agências oferecendo um pacote de produtos e serviços adequados para cada cliente de cada perfil, por exemplo. Algumas empresas vão querer somente a solução de BI que oferecemos, outras preferirão fazer uma consultoria completa e diferenciada. Por isso um modelo híbrido de atuação pode ser um caminho. Na questão da remuneração, não podemos mais depender de variáveis, é preciso ser algo mais justo para conseguir receita para poder investir mais em tecnologia, em capacitação das equipes, treinamentos etc.”, afirma o presidente da Abracorp.
REINVENTAR
Que as viagens a trabalho vão diminuir no futuro já se sabe, mas o que as TMCs poderão fazer para compensar a queda? Após um ano de adequações e entendimentos sobre a situação, é preciso fazer o dever de casa para continuar sobrevivendo.
“É necessário adequar o tamanho da empresa ao novo volume, de acordo com o orçamento. Acredito também muito na automação e na tecnologia para poder aumentar a produtividade de processos e na renegociação com carteira de clientes para equacionar as receitas. Em paralelo, as TMCs devem diversificar e encontrar outras oportunidades dentro de seus clientes para poder geral valor e receita”, explica Vasconcellos.
É nesta última possibilidade que aparecem alguns dos últimos negócios vistos no segmento de viagens corporativas, como o lançamento da TP Corporate by LTN, uma TMC criada em parceria pela Teresa Perez Tours e LTN Brasil, e a Kontik by Prime, acordo entre a Prime Tour e a Kontik para o atendimento, em modelo white label, dos passageiros de lazer nível C-level.
“Parceiras com seguradoras pode ser uma opção também, é um produto ainda pouco explorado. Ou então vender um lazer mais forte dentro os clientes, já que são empresas com milhares de colaboradores. Sem contar a produção de eventos digitais, que ainda existe um preconceito grande de que as TMCs não atendem este tipo de serviço, apenas a logística. Mas conseguimos fazer tão bem quanto, por um preço mais acessível.”
NDC: BOM OU RUIM?
Com o NDC cada vez mais maduro, sendo implementado por diversas companhias aéreas, surge a dúvida se este é o cenário mais propício para adotar a nova tecnologia ou não. Para ambos os executivos, essa chegada, neste momento de crise, não é a mais ideal.
“Qualquer coisa que chegar agora, atrapalha. É um momento que requer muito foco e redução de custos. Então ter de criar APIs para conectar o novo padrão não seria a melhor hora. Requer treinamento de nossos consultores, explicação de como funcionará para o cliente final, aumentará o volume de trabalho, assim como o custo”, explica o diretor da Kontik.
“No momento, o que precisamos é ter foco total à sustentação de contratos, um contrato lucrativo, que se paga, com o cliente, e custos equilibrados à geração de receita. Incluir algo novo que tira este foco é complicado, já tivemos que nos readequar às exigências da LGPD. Mais uma coisa para tirar a atenção não seria a melhor hora”, finaliza Schwartzmann.