Segmento Mice se encontra em momento de fluidez; entenda

Fluído. É assim que o segmento de Mice se encontra atualmente e foi pensando nisso que a Academia de Viagens Corporativas criou o conceito FLUID. O mercado que, antes, era comprador, agora é vendedor. Por muitos anos a força estava na mão do cliente, agora, o fornecedor tem de fazer uma reflexão de como lidar com isso.

“É uma mudança de paradigma e não adianta reclamar, tem de aprender a lidar com esse normal, esse novo paradigma. O fornecedor tem o hotel, o transfer, o cliente vai pagar o preço que tiver. Mas o recado para os fornecedores é que existe vida depois disso. Agora vivemos o momento vendedor, mas é preciso pensar para além disso. É necessário construir parcerias de longo prazo, tem de ser resiliente. Isso tudo é importante, pois, agora o mercado está assim, mas amanhã não há como saber”, explica o diretor geral do MCI Group, Igor Tobias, durante 1º Abroad, evento da Academia de Viagens Corporativas, do ano.

Mas o que, exatamente, significam as siglas de FLUID? Para entender e associar a como o setor de Mice está no momento, veja abaixo.

1. F (FRAGILE) – mão de obra, relações superficiais, juniorização, equipamentos;
2. L (LABOR SHORTAGE) – falta de mão de obra em todos os níveis e serviços;
3. U (UNAVAILABLE) – malha aérea, locais para eventos;
4. I (INFLEXIBLE) – negociação, contratos, pricing;
5. D (DYNAMIC) – imprevisível, planejamento de curto prazo, pouca antecedência.

“Para criar o conceito, conversamos com diversas pessoas para ver como o mercado estava se sentindo, tanto cliente quanto agência. Começamos a temporada de Abroad 2023 com esta reflexão, mas temos de acompanhar durante todo o ano. Temos de ver se no final do festival este conceito continua ou se algo mudou”, conta a CEO da Academia de Viagens, Vivi Martins.

Tobias explica ainda que o FLUID surgiu com o pensamento do mundo VUCA, mas que este não encaixava muito bem com o setor Mice e de eventos. “Estamos vivendo outra coisa. Fazendo a sopa de letrinhas formou o FLUID. Criamos a partir de reflexões, identificando os sentimentos dos profissionais, o que eles estavam vendo, a percepção do mercado”, diz

O QUE RESTA DE 2022

O primeiro Abroad do ano tem como missão também trazer o que restou de 2022 e o que pode ser aplicado durante o festival de 2023. E tudo isso se relaciona diretamente ao conceito FLUID.

• Lidar com o cenário de incerteza
  • Antecipar problemas: plano A, B, C e flexibilidade;

• KPIs para gestão de eventos
  • Indicadores e dashboard para controle, incluindo: alcance, número de participantes, custo total e por participante, ROI, monitoramento da experiência de cada participante;

• Escolha de fornecedor ideal
  • Comparar produtos e serviços;

• Negociações – relação de ganha-ganha
  • Flexibilidade para cliente e fornecedores;

• Parcerias de curto prazo
  • Demandam muita energia e são um risco para eventos de última hora;

• ADVP – advance purchase (tempo de antecedência de compra)
  • Cada vez mais curto e isso impacta no orçamento;

• Parcerias de longo prazo
  • Nos tempos de crise, está é a solução.

“Está faltando mão de obra no mercado, não tem disponibilidade de espaços, as relações estão mais frágeis, mais superficiais, de curto prazo, temos problema de equipamento, não só técnico, mas de infraestrutura. Qual hotel, venue, aproveitou a pandemia para fazer reformas? Pouquíssimos. O setor ficou parado. Vivemos um momento frágil de infraestrutura, mão de obra, de relações. Momento inflexível, de contratos difíceis, e com muito dinamismo, com pessoas tomando decisões de última hora. Vivemos um mercado fluído e essa transformação vai continuar. Não sei se daqui seis meses ou um ano será assim, mas estamos fazendo essa provocação”, finaliza Tobias.