Rafael Faustino   |   15/07/2016 08:55

Sudeste asiático acelera crescimento em Mice com grandes eventos

De 2014 para 2015, segundo o relatório anual da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA), os países da região Ásia-Pacífico aumentaram o número de eventos desse tipo de 2,1 mil para 2,3 mil, um crescimento de 6,

Região com maior crescimento econômico e populacional na atualidade, a Ásia vem aumentando também sua importância para o turismo Mice, de reuniões, incentivos e congressos. De 2014 para 2015, segundo o relatório anual da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA), os países da região Ásia-Pacífico aumentaram o número de eventos desse tipo de 2,1 mil para 2,3 mil, um crescimento de 6,5%. A conta exclui a Austrália.

No mesmo período, o número de congressos e convenções no mundo todo chegou a 12 mil, crescendo em ritmo menor: 4,9%. Assim, a Ásia passou a representar 19% do Turismo Mice global em número de eventos. Ainda abaixo da Europa, que, com mais de seis mil eventos anuais, ainda lidera com folga. Mas já bem próxima da região das Américas, que, puxada pelos Estados Unidos, teve 2,6 mil congressos e convenções em 2015.

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Bangcoc, na Tailândia, tem um dos crescimentos mais acelerados em todo o mundo no Turismo Mice

O crescimento da região é atestado por quem trabalha com esse tipo de turismo, como o brasileiro Leonardo Mazzini, gerente de Desenvolvimento de Produtos em Bangcoc na Worldwide Destinations Asia, uma DMC tailandesa. “Os países daqui têm investido em infraestrutura no turismo e campanhas internacionais. Esses investimentos, junto com o custo-benefício super atrativo em relação a outras regiões desenvolvidas, são grandes atrativos para esse tipo de evento”, ele destaca.

SUDESTE ASIÁTICO
Segundo Leonardo, Bangcoc, na Tailândia, recebeu, sozinha, mais de 89 milhões de visitantes internacionais nos últimos cinco anos, muitos desses para eventos Mice. E, de fato, a cidade tailandesa saltou, de 2014 para 2015, da 29ª posição para a 16ª no ranking de cidades com mais eventos da ICCA, passando de 73 para 103 congressos e convenções. Na Ásia, apenas Seul, Hong Kong e cidade de Cingapura tiveram mais eventos do tipo no ano passado. Mas todas com taxas de crescimento mais baixas.

É a região do sudeste asiático, com China, províncias autônomas como Hong Kong e Macau e países como Tailândia e Malásia, que tem o crescimento destacado pelo gerente da Worldwide Destinations e também nas listas da ICCA. “Em Macau, houve o Herbalife China Extraordinary Tour em abril deste ano, com 7 mil pessoas só nesse evento”, citou o profissional.

INTEGRAÇÃO COM AMÉRICA LATINA
O próximo passo para esse crescimento asiático, aponta Leonardo, é a integração com setores latino-americanos, seguindo o crescimento do comércio entre essas regiões. Dados do banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que, de 2000 a 2014, as trocas econômicas entre latino-americanos e asiáticos subiram de US$ 20 bilhões para mais de US$ 200 bilhões, passando a representar 25% de todo o comércio da América Latina. No caso do Brasil, já há alguns anos a China se tornou o principal parceiro comercial do País.

“Tenho visto muitas empresas ocidentais montando escritórios por toda a Ásia. No caso brasileiro, a BRF[produtora de alimentos, dona das marcas Sadia e Perdigão] adquiriu a tailandesa Golden Foods Siam e abriu novo escritório em Kuala Lumpur [Malásia]”, lembra. Com isso, ele aposta, a frequência de eventos Mice de empresas latino-americanas na Ásia tem muito a crescer.

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