Viajantes corporativos estão mais exigentes em relação a preços e experiência
Gestores de viagens presentes em reunião da TMG, além de focarem na satisfação do colaborador, acreditam que o mercado precisa de transparência.
Em um encontro realizado ontem, no Golden Tulip Paulista Plaza, em São Paulo, gestores de viagens discutiram temas pertinentes ao mercado na reunião mensal do Travel Managers Group (TMG). O grupo, no momento, conta com 30 empresas e uma lista de companhias interessadas. Três anos atrás, eram cerca de 20.
Coordenado pelo gerente regional estratégico de Viagens na Philips Latam, Fernão Loureiro, estavam presentes travel managers de empresas como Embraer, BRF, Accenture, Deloitte, Unilever, Honda, entre outras. Para sentir a temperatura do mercado e saber as principais dificuldades enfrentadas por quem lida com essas questões no dia a dia, o Portal PANROTAS conversou com alguns dos gestores.
De acordo com a supervisora financeira da Embraer, Márcia de Aquino Vieira, um dos grandes desafios é o viajante estar cada vez mais exigente – eles querem os mesmos preços nas viagens a negócio que encontram nas particulares.
“É um mercado muito dinâmico, então, tentamos dar consciência para os nossos colaboradores, mostrando que as disponibilidades que eles encontram em suas pesquisas não são garantidas”, conta Márcia. Para conscientizá-los, e Embraer dispara comunicados semanais com as novidades e ações da empresa.
Para a gerente de Categoria Regional da Johnson & Johnson, Flavia Encinas, o que falta no mercado é o quesito transparência. A experiência do viajante também tem sido o foco da empresa. “Com o funcionário satisfeito, evitamos o cansaço e desgaste. Também queremos sempre melhorar a qualidade da informação que chega para ele e o serviço prestado”.
O mercado, como um todo, não passa um bom momento e isso reflete nas empresas. As viagens corporativas são afetadas de forma direta, com seus volumes reduzidos, como explica o comprador de Viagens Globais da BRF, Daniel Iacomini. “Ainda está longe de como foi antes, mas temos indícios de melhora”.
Iacomini, assim como Márcia, acredita que os viajantes fazem uma analogia simplista de uma viagem a lazer com uma a trabalho. Ao mesmo tempo, ele exige que a jornada a negócios proporcione a melhor experiência possível, já que ele está longe da família e usando seu tempo livre em função da empresa.
Por trás da viagem corporativa, há uma série de fatores, como demanda, canais de utilização, transaction fees e comissão das TMCs, e o viajante simplesmente não as conhece. “Portanto, acabamos tendo questionamentos que não são simples de responder. Toda essa conjuntura acaba sendo difícil de entregar para empresas que têm 15 mil viajantes, por exemplo”, finaliza.