Saiba como liderar com o fim da "hierarquia rígida"
Contemporânea e multigeracional, a nova ordem da hierarquia no cenário corporativo exige outro perfil por parte do líder. Ruy Shiozawa enumera três regras essenciais para se atingir uma liderança e
Contemporânea e multigeracional, a nova ordem da hierarquia no cenário corporativo exige outro perfil por parte do líder. Conforme conta o membro do grupo de influenciadores do Linkedin Ruy Shiozawa, o "modelo hierárquico rígido" das empresas vigente desde a Revolução Industrial funcionou por décadas, mas hoje, obviamente, esse modelo não se sustenta mais - o que ocasionalmente leva a uma resistência à adaptação por parte de certos líderes.
Por que tanta resistência? Para o executivo, a resposta é simples: os líderes à moda antiga têm medo de perder o controle.
"Para eles, temos uma má notícia: já faz algum tempo que o líder não controla mais nada". A justificativa desta condição está na conjuntura multicanal da atualidade, o que significa uma maior possibilidade de interação em relação à última década, por exemplo.
"A vida profissional está cada vez mais interligada à vida pessoal. O ambiente físico, o escritório é cada vez menos necessário. Equipes são formadas por pessoas em diferentes unidades da empresa, em diferentes regiões e até mesmo países", observa Shiozawa.
Para lidar - e liderar - com este novo cenário corporativo, o especialista enumera três regras essenciais para se atingir uma liderança eficiente:
1 - Geração de uma cultura voltada ao compartilhamento
Para criar uma cultura de compartilhamento é necessário que esse valor seja disseminado cotidianamente no ambiente de trabalho, observa o executivo. Como exemplo, ele cita a distribuidora de energia Elektro, empresa que escolhe eletricistas aleatoriamente para fazer apresentações a executivos de outras empresas que visitam a companhia. De acordo com Shiozawa, o procedimento mostra que não importa se é o CEO ou o eletricista que fala sobre empresa
– eleita, em várias edições, uma das Melhores Empresas para Trabalhar – Brasil – que escolhe é o CEO ou o eletricista que vai falar sobre a empresa - ambos têm a mesma percepção ela é e como é sua cultura organizacional.
2 - Networking para além das chances de emprego
Para Shiozawa, os líderes de verdade utilizam a cultura de compartilhamento e transparência para engajar colaboradores de diversas áreas da empresa em projetos ou planos de ação. Não importa se o funcionário ocupa necessariamente um cargo mais elevado.
"Pouco importa qual é a posição ocupada pelo funcionário. A real influência dentro de uma organização só é obtida por meio de uma rede de 'seguidores' – aliás, não muito diferente do que ocorre nas mídias sociais".
Assim, o projeto tende a nascer com diversos apoiadores, tornando as chances de sucesso da ação maiores, defende Shiozawa.
3 - A rede como tomadora de decisões
Uma vez que a comunidade é criada em torno de um objetivo comum, que, por sua vez foi atingido com sucesso, ela passará a trabalhar em conjunto em outras ocasiões – o que melhora (e muito) a tomada de decisão. Consequentemente, a empresa passa a ter maior geração espontânea de pontos de vista, perspectivas e visões. "Quando a decisão é tomada e implementada com sucesso, ainda mais confiança é criada, fortalecendo ainda mais os vínculos entre as pessoas. Disso resulta um ciclo virtuoso, capaz de engajar cada vez mais os colaboradores."