Hotelaria nacional passa por "alinhamento de papéis"
Os meios de pagamento podem ser o diferencial de um hotel, já que ele passa a ficar centrado em seu papel - o de hospitalidade - , enquanto as instituições do setor financeiro prestam o serviço de detalhamento de despesas.
Ao passo que o otimismo à economia melhora e os índices de confiança do consumidor sobem gradualmente, o setor hoteleiro prepara as camas para receber os hóspedes no curto prazo, mas uma atenção para as mudanças de médio e longo prazos do mercado podem fazer com que novos patamares sejam alcançados nas contas.
Os meios de pagamento podem ser o diferencial de um hotel, já que ele passa a ficar centrado em seu papel - o de hospitalidade -, enquanto as instituições do setor financeiro prestam o serviço de detalhamento de despesas.
"É preciso instigar mais e levar mais informações sobre meios de pagamentos eletrônicos, basicamente os cartões virtuais, que são soluções que as bandeiras de cartões e os bancos criaram, e que estão à disposição das agências de viagem", observa o diretor-presidente da B2B Reservas, Marcos Fernando. Segundo ele, recentemente iniciou-se uma onda no sentido de alinhamento de papéis para a hotelaria, na qual cada player faz seu papel devido de melhor forma. "As agências ficam com o papel de fazer a gestão de mobilidade corporativa, os bancos a cargo de oferecer expertise de crédito e produtos, enquanto a hotelaria desenvolve sua hospitalidade, em vez de faturar."
A absorção de uma nova cultura de pagamentos pode ser relativamente rápida, mas uma estimativa precisa do quando depende do grau de organização do setor para a questão. Ao contrato do setor aéreo, cujas quatro maiores companhias detêm 97% do mercado, a hotelaria nacional tem 93% de seu mercado composto por hotéis independentes. "A hotelaria é pulverizada. No ano passado, por exemplo, as 30 TMCs da Abracorp usaram cerca de 11 mil hotéis no Brasil. Portanto, há essa capilaridade no País, que é mais difícil de atingir um público em pouco tempo", acredita Fernando.
CARTÃO VIRTUAL
Para o executivo, o cartão virtual é bem-vindo como principal meio de pagamento no setor, dada sua margem de segurança. No aéreo, por exemplo, sua disseminação é clara: só entre as associadas da Abracorp, quase 70% das transações via cartão virtual.
"No caso dos hotéis, existe um negócio chamado detalhamento de despesas. No check-out você só fecha ao final da estada do hóspede. E aí está o momento em que as plataformas, junto com a hotelaria, usando tecnologia, em um processo muito mais seguro, liberam no sistema o débito transação", observa Fernando, que acredita que os hoteleiros enxergam cada vez mais valor nos cartões virtuais.
"Os bancos estão chegando em um nível em que o cartão é usado uma só vez, é um número. Vamos chegar a um momento em que os hotéis nem visualizam mais o número do cartão, pois eles ficam criptografado em uma plataforma, na qual é feito o upload de informações como extrato e nota fiscal."