Brasil se aproxima de ter hotelaria de primeiro mundo

O momento é desafiador, mas o futuro é de otimismo no médio prazo. Assim concordam os especialistas do setor hoteleiro do Brasil que marcaram presença no painel Tendências Globais para Viagens Corporativas & Insights, promovido pelo Fórum de Viagens Corporativas, da HRS. O evento acontece acontece em São Paulo nesta terça-feira (27) e é transmitido pela página do fórum no Facebook.

No sentido de compartilhar pontos de vista e insights sobre o mercado de viagens, a diretora para Américas da empresa de soluções em tecnologia para hotéis, Suzanne Neufang, esteve ao lado do travel manager para América Latina da Philips, Fernão Loureiro, a diretora da Academia de Viagens Corporativas e presidente da Alagev, Patricia Thomas, e o diretor de Distribuição da Intercity Hotels, Paulo Salvador.

Ao perguntar sobre o cenário do parque hoteleiro doméstico para o futuro próximo, Suzanne talvez tenha se surpreendido com o direcionamento dos especialistas. Eles apontaram que o Brasil deve ter um dos parques hoteleiros mais modernos do mundo nos próximos três anos. "A América Latina foi o continente que mais inaugurou hotéis no mundo nos últimos dois anos, com o Brasil em especial. Mais até do que a Ásia, onde há desaceleração neste sentido. A hotelaria brasileira será uma das mais modernas do mundo, pois a hotelaria independente percebe que está perdendo espaço para as redes, estas com inovações mais constantes. E isso puxa para uma boa hoteleria", acredita o diretor de Distribuição da Intercity.

"Mas tem de haver um preço a se pagar para esse novo parque. E é isso que temos que buscar. Junto com a queda na ocupação vieram os custos com insumos, como energia, contratos sindicais de folha de pagamento... A margem apertou e está difícil do consumidor entender e aceitar", completa Salvador.



Conforme lembrou Suzanne, o Brasil aos poucos evolui em gerenciamento, apesar do crescimento abaixo da média nos últimos meses. "Muitas empresas ainda estão abraçando a ideia do que é um programa de viagem. O Brasil já saiu do que a gente chama evolução de gerenciamento básico de viagens corporativas, como é o patamar atual de Índia e Rússia, por exemplo, e avança para um gerenciamento mais planejado."

A dificuldade do mercado entrar em um consenso em relação a patamares de tarifas é dada por Loureiro, entre outros motivos, pela possível barganha dos compradores no momento. "Esse é um mercado de compradores ou fornecedores? Acho que agora é dos compradores, pois a economia está fraca, e os hotéis só voltarão quando ela se recuperar. Muitos buscam um entendimento melhor do mercado, mas os fornecedores fazem muito mais cursos de vendas que os consumidores fazem curso de compradores."

Em contrapartida, os especialistas citaram o momento de se enfatizar a busca de hotéis, o processo de sourcing. "Na Philips temos uma estratégia bem ousada de sourcing de hotéis. Temos o leilão e fazemos sourcing eletrônico em conjunto com a HRS em cidades menores e com as TMCs presentes nas OBTs. Mas o importante é olhar onde está seu volume e trabalhar em cima dele. Em cidades com menor frequência talvez não haja tanta oportunidade de savings", opinou Loureiro.

Assista abaixo o evento em tempo real aqui.