Filip Calixto   |   12/11/2020 12:58
Atualizada em 12/11/2020 13:15

HSMai Strategy reúne gestores de viagens em evento híbrido

O HSMai Strategy reuniu lideranças para ouvir diferentes palestras num ambiente virtual


O ambiente digital do evento apresenta os patrocinadores, alguns estandes virtuais, estudos realizados pelo grupo e a área de palestras
O ambiente digital do evento apresenta os patrocinadores, alguns estandes virtuais, estudos realizados pelo grupo e a área de palestras
A HSMai Brasil realizou hoje (12) a sétima edição da HSMai Strategy Conference, evento anual que apresenta estratégias para gestores de viagens e de eventos corporativos. Em formato híbrido, o encontro teve algumas lideranças e participantes presencialmente, no Hilton São Paulo, e também um ambiente virtual para exibição das palestras e veiculação de alguns conteúdos criados pela associação. Temas como tendências, inovação e ações para o futuro guiaram as palestras e intervenções no evento.

A plataforma digital teve estandes virtuais de marcas parceiras e todas as palestras num ambiente único com a equipe HSMai apresentando os temas e convidados do dia. A presidente da organização no Brasil, Gabriela Otto, abriu os trabalhos, apresentou os temas e, com auxilio da equipe da organização interagiu com os convidados do dia.

Gabriela Otto, presidente da HSMai no Brasil foi a anfitriã do evento
Gabriela Otto, presidente da HSMai no Brasil foi a anfitriã do evento
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

A transformação digital foi o tema da contribuição do líder de Negócios de Inteligência Artificial América Latina para a Amazon, Renato Barbosa. O executivo alertou para um equívoco comum de empresas que tentam realizar essa transformação sem querer alterar os princípios de suas companhias.

De acordo com o especialista, o movimento de transformação digital almejado por tantas companhias tem, entre outras características, três pilares para acontecer. São eles: tecnologia, pessoas e cultura. A questão é que muitas empresas atribuem valores diferentes a esses quesitos. “É comum que se enxergue esse movimento dando pesos diferentes e priorizando a tecnologia, sem olhar para as pessoas e não mexendo na cultura”, aponta. “O grande problema é que quando se olha para transformação desse jeito se mata esse movimento. A tecnologia simplesmente comprada não traz transformação, ela é somente um meio”, reforça.

No raciocínio de Barbosa, a mudança precisa vir de dentro para fora. E para que isso aconteça é inevitável modificar a cultura, se preocupar com as pessoas e o atendimento prestado para fazer a tecnologia cumprir seu papel. “A tecnologia vem como terceiro lugar, para suportar uma cultura baseada em pessoas”, resume.

O palestrante utiliza a empresa na qual atua como exemplo. “Na Amazon, a base da cultura, a missão é ser uma empresa voltada ao cliente. A corporação criou uma cultura para que as pessoas que estejam nela tenham em si essa forma de pensar, de enxergar”, reafirma.

Barbosa encerrou fazendo uma distinção. “Transformação digital não é digitalização, por isso a cultura é tão importante”.

IMPACTO DA PANDEMIA
O CEO da Share Comunicação, Rafael Martins, foi convidado a falar sobre o impacto da covid-19 na comunicação das empresas pelo Brasil e como se preparar para esse novo cenário.

O executivo começou destacando o fator surpresa gerado pela pandemia a necessidade de adaptação dessas lideranças para conduzir o momento. “As empresas tiveram que se adaptar já pensando em táticas de sobrevivência e depois imaginando a volta”, lembra.

Martins também também elencou as maneiras práticas de lidar com o momento otimizando a situação. De acordo com ele, a maneira mais adequada de encarar a situação é criando um plano de ação e observação do comportamento social. Esse planejamento é dividido em quatro etapas: impacto social, novos comportamentos, mudanças culturais e mudanças de consumo.

Cada uma dessas fases representa um momento dessa situação extraordinário que o País ainda vive e sugere a leitura do comportamento social para encontrar o que o cliente deseja naquele momento. “O ideal é permanecer atento ao comportamento social para entender como a empresa pode contribuir e entrar na área de interesse desse cliente”, afirma.

O CEO da Share também lembrou que para muitas companhias a pandemia apareceu como uma oportunidade de investimento em reputação, com ações responsáveis e corretas.

GESTÃO
Para falar sobre gestão a convidada foi a sócia diretora da Narducci Consulting e professora da FGV, Viviane Narducci. Ela deu algumas dicas práticas para líderes de equipes e empresários e salientou a importância do aprendizado constante e da mente aberta para novas maneiras de pensar e agir.

A professora, que também é coordenadora de Programas Corporativos da ESPM, lembrou que os profissionais que ocupam cargos de chefia precisam manter um canal aberto de comunicação com seus times e valorizar as ideias que chegam da operação.

“Aprender continuamente não é um custo e não se resume a quantidade de cursos que o líder faz. É ter atenção e acabar com os preconceitos sem desvalorizar as pessoas, saber que haverá falhas e trabalhar para corrigi-las”, diz.

CASES DE UM ANO DESAFIADOR
Nos minutos finais o evento apresentou algumas ações bem sucedidas de hotéis ao longo do ano. Atlantica Hotels e Casa Hotéis apresentaram estratégias pensadas para maximizar as vendas diretas e suas mudanças de marca, também efetivadas em 2020.

Já o Grupo Royal Palm, de Campinas, falou sobre a Programa Viva Royal, que foi lançado em julho e até outubro foi responsável por R$ 1,5 milhão de faturamento. A ação ainda em vigor oferece serviços personalizados para clientes que queiram fazer seu home office nos hotéis da marca.

Rafael Nader, diretor de Vendas e Marketing da 1 Hotels, também deu seu depoimento sobre a situação da pandemia, focando no mercado dos Estados Unidos.

O executivo falou sobre as características dos hotéis da rede e sobre a situação atípica que vive o mercado de Nova York. De acordo com ele, os empreendimentos da cidade norte-americana têm anotado ocupação que varia entre 15% e 60%, o que é abaixo da média na cidade. Esse índice tem como base a movimentação doméstica de viagens, o que modifica o tipo de atendimento e torna a operação diferente o habitual.

“Já passei por muitos fenômenos atípicos por aqui mas essa pandemia causou um efeito único. De qualquer maneira, acredito que logo vamos superar. Outro ponto importante para o futuro é mudar o mindset, adotando alguns conceitos de equipes ágeis, experimentação e diálogo com outras indústrias”, considera Nader.

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