Preço da passagem aérea no mercado nacional: já chegamos a um limite?
Companhias aéreas e travel managers opinaram sobre a questão dos preços dos bilhetes aéreos
Quando se fala do cenário de viagens de avião no Brasil, uma questão que está em alta (literalmente) é o preço da passagem aérea. Mas o que as companhias aéreas pensam a respeito? Será que já chegamos no limite do preço do bilhete aéreo no mercado doméstico?
A pergunta foi feita no painel “Programa de aéreo, o que pode ser diferente neste segmento?”, que aconteceu durante o Download 2024, evento da Academia de Viagens e da PANROTAS realizado hoje (28) em São Paulo.
“Sempre vem essa pergunta, mas a resposta é mais fácil de prever quando olhamos menos para a companhia aérea e mais para o cenário global, para a macroeconomia. Considerando o cenário de guerras, não vemos o preço do querosene da aviação diminuindo e o dólar aumentou. E se olharmos a tarifa aérea média do corporativo de 2022 e 2023, vemos que ela não mudou muito e conseguimos ter uma previsão de como será 2025 e outros anos pela frente”
Gerente executiva de Vendas B2B da Gol, Juliana Castiglione
“O dólar impacta muito nessa questão. E ao analisar a quantidade de ofertas no mercado, observamos que houve uma melhora para o cliente em termos de preço, mas é preciso levar em conta a questão da antecipação de compra, que também influencia. Vale destacar, ainda, o impacto da oferta customizada do NDC no preço do bilhete aéreo. Nem todo cliente precisa dos mesmos atributos e a oferta personalizada faz com que os preços se tornem mais atrativos”, complementa o Country Manager da Iberia no Brasil, Gustavo Esusy.
“É difícil olhar para o cenário de hoje e compará-lo com o de 2019, pois neste momento ele é diferente, temos outro contexto geopolítico e a demanda aqui no Brasil está alta, enquanto a oferta Brasil-EUA está se recuperando lentamente. Até poucos meses atrás, a United era a única companhia aérea que havia retomado todas as operações entre os dois países (em relação ao pré-pandemia)”
Jacqueline Conrado, Country Manager da United no Brasil
“Uma tendência que a United tem visto é que ela quer estar competitiva, mas se estamos com o mesmo preço que as concorrentes, como vamos nos diferenciar? E é aí que entra a diferenciação do serviço, ou seja, o valor que o cliente vai ter de retorno”, complementou Jacqueline.
A diretora executiva da Flytour Business Travel, Manuela Bernardes, fez algumas críticas ao NDC. “Vemos o NDC pela distribuição do preços, mas sem a distribuição de amenities e outros itens. Além disso, muitos acordos estão ali e não se sabe os atributos que há neles, o quanto usa para uma remarcação ou para a disponibilidade de bagagem. Ainda é preciso crescer muito o aéreo, considerando que é uma comodity, e é preciso tornar-se mais estratégico para saber como entregar o programa para o cliente e reduzir custos, com valor agregado”, disse.
Para o gestor de viagens da Companhia Siderúrgica Nacional, Pablo Martins, a questão do preço do tíquete médio também é delicada. "Na minha empresa, 90% do volume corporativo é doméstico e o budget está cada vez mais apertado, É preciso fazer cada vez mais com menos e temos essa preocupação. A nível nacional, sentimos que chegamos a um limite do tíquete médio. É preciso saber como isso vai funcionar quando o NDC estiver ativo e como fazer o controle disso quando fizermos o orçamento", destacou.
Patrocinadores Download 2024
O Download de 2024 conta com os seguintes patrocinadores:
Copastur, R1, United Airlines, Argo Solutions, Bradesco Cartões, BWH Hotels, EZLink, Grupo Voetur, FCM Kontik Business Travel, Lufthansa Group, Onfly, Quickly Travel, SAP Concur; Pullman Hotel and Resorts e Grand Mercure como host; e apoio Appx, Cep Transportes, Flex Interativa, Localiza e Stuo.