Karina Cedeño   |   26/05/2017 16:06

Aviação pode enfrentar distúrbios após Brexit; entenda por quê

Caso não haja um acordo de aviação entre o Reino Unido e a União Europeia, a situação será ainda mais complicada  


A aviação deverá se tornar uma das questões mais complicadas durante as negociações do Brexit, fato reforçado pelo sócio do escritório de advocacia K&L Gates Brussels, Philip Torbol, em entrevista ao Buying Business Travel. “A aviação é uma das questões mais sensíveis nessa negociação, e se houver algum risco nela, o impacto no mercado será grande”, alertou o especialista.

E os fatos já podem ser observados. A Ryanair anunciou que muito provavelmente deixará de operar voos entre o Reino Unido e a União Europeia durante um período, após março de 2019, quando o Reino Unido deixará o bloco europeu.

De acordo com Torbol, é bastante improvável que o Reino Unido permaneça na Área Comum de Aviação Europeia (ECAA), já que isso exige que a região também esteja inserida no mercado interno da UE. “É difícil imaginar o Reino Unido fazendo parte da ECCA sem estar presente no mercado interno da comunidade”, ressaltou o advogado. Segundo ele, se não houver um acordo até março de 2019, as companhias aéreas do Reino Unido deixarão de voar – pelo menos para a União Europeia.

"Mas acredito que haverá um acordo de aviação entre ambos, afinal, há companhias aéreas com sede no Reino Unido que voam para outras cidades fora dele, o que poderia ser um problema", afirma Torbolo. Isso afetaria principalmente a Easyjet, que voa entre os países da UE na Europa. A companhia já anunciou planos de estabelecer uma base na UE e solicitar um certificado de operador aéreo (AOC) para permitir que essas operações continuem pós-Brexit.

Torbol acrescentou que também há dúvidas sobre o que aconteceria com os acordos de "céu aberto" da União Europeia com países terceiros, como os Estados Unidos e o Canadá. "Há muitas negociações envolvidas, mas se elas se complicarem e a União Europeia decidir dificultar para o Reino Unido, isso pode acarretar outros problemas, relacionados a a imigração e vistos, por exemplo", finalizou o advogado.


*Fonte: http://bit.ly/2qru7Sp

conteúdo original: Buying Business Travel

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