Karina Cedeño   |   30/08/2016 16:52

VP da Air France-KLM revela desafios do corporativo na Europa

Assim como a Europa como um todo, a KLM sentiu um impacto negativo nas receitas após os ataques terroristas e a agitação política que assolaram o continente este ano. Mesmo assim, o vice-presidente e gerente geral para os Estados Unidos da Air France-KLM, Eric Caron, afi


A companhia tem investido em excelência de serviços para o público corporativo

Assim como praticamente todo o destino Europa, a Air France-KLM também sentiu um impacto negativo nas receitas após os ataques terroristas e a agitação política que assolaram o continente este ano. Mesmo assim, o vice-presidente e gerente geral para os Estados Unidos da companhia aérea, Eric Caron, afirmou ao site BTN que a procura global por viagens corporativas resiste aos problemas enfrentados. Ele destacou também os investimentos feitos pela aérea para impulsionar ainda mais o share de mercado corporativo. Confira na entrevista abaixo:

BTN: Qual é a sua perspectiva em relação à demanda corporativa?
Caron: está sendo boa, mesmo que na Europa ela varie de um país para o outro. A França tem sofrido bastante nos últimos dois meses por conta dos atentados terroristas, mas o poder de nosso negócio é podermos vender todos os destinos, então se vemos que um deles está mais fraco, como é o caso da França, apostamos em vender mais Espanha ou Itália, por exemplo. Globalmente o segmento corporativo está se saindo bem, e sempre sentimos uma pressão gerada pela capacidade e pela oferta. Neste ano registramos um aumento de 10% na capacidade dos voos nos Estados Unidos e na Europa e a demanda nestas regiões cresceu em torno de 3% a 4%, então imediatamente há a pressão sobre as tarifas, que devem ser reduzidas para estimular ainda mais a demanda.

BTN: Onde você tem notado mais crescimento?
Caron: após a formação do Brexit fica mais difícil dizer. Há setores de atividades que são mais dinâmicos, como o de TI, e é por isso que temos investido bastante na Costa Oeste dos Estados Unidos. Adicionamos mais rotas partindo de São Francisco (EUA) e incrementamos a capacidade em Los Angeles (EUA), por exemplo. Está dando certo.

BTN: Quais são suas outras estratégias para ganhar marketing share?
Caron: o investimento feito pela Air France-KLM em produtos nos últimos três anos tem sido enorme, e não apenas em assentos oferecidos. Há toda a renovação de nossos lounges ao redor do mundo. Se você olhar para os resultados divulgados pela empresa Skytrax, verá que em três anos a Air France subiu três posições, e a KLM quase 15. Acreditamos que esta é uma forma de crescer, ainda mais se considerarmos que temos que nos diferenciar das concorrentes, sejam elas low-costs ou companhias tradicionais. É parte de nossa estratégia oferecer aos clientes os mais altos padrões de qualidade, e temos investido bastante em gastronomia ao trabalhar com chefs renomados, como o Daniel Boulud, nos Estados Unidos, e também conhecidos sommeliers para a seleção de vinhos oferecidos. Quando conversamos com nossos clientes corporativos, percebemos que eles estão satisfeitos, e assim podemos medir nossa performance.

BTN: O volume de negócios costuma vir de clientes fidelizados ou de novos?
Caron: é uma mistura dos dois. Quando temos clientes fidelizados, queremos crescer com eles e aumentar nosso share de mercado. Nós também temos um conjunto de potenciais clientes, e é por isso que procuramos investir em diferentes programas para as empresas, dependendo do tamanho delas. Temos acordos corporativos e multinacionais, com base na quantidade de negócios que as empresas trazem, e podemos assim dar o retorno a elas em forma de descontos e serviços adicionais.

BTN: Qual é a importância da parceria com a Delta Air Lines?
Caron: para o mercado norte-americano, a parceria com a Delta é fundamental, já que por meio dela podemos oferecer aos clientes todos os destinos nos Estados Unidos e na Europa, sem contar que o passageiro pode voar de Air France, KLM, Delta, Alitalia ou combiná-las. É possível, por exemplo, voar de Denver (EUA) para algum destino na Europa via Amsterdã e voltar via Paris ou Atlanta (EUA). Nenhuma outra companhia aérea alcançou este nível de integração. Quando encontramos o cliente corporativo ou o agente de viagens, o objetivo é o mesmo para todos: oferecer excelência em nossos produtos, por mais variados que eles sejam.

BTN: Quais outras iniciativas vocês estão oferecendo para os clientes corporativos?
Caron: na Air France lançamos o chamado Serviço Noturno, que se resume ao seguinte conceito: hoje em dia o voo entre Paris e Nova York (EUA) é bastante curto, então se o passageiro deixa o destino às 21h, ele terá o seu jantar a bordo e poderá dormir depois, durante algumas horas, até chegar ao destino. Com este novo serviço oferecemos, em pelo menos dois voos partindo do JFK, a possibilidade de o passageiro que viaja na classe executiva e na classe Premiere jantar no lounge. É exatamente a mesma refeição que ele teria a bordo, mas no lounge. Então, quando ele embarca, pode dormir tranquilamente até chegar ao destino.

BTN: O que a companhia tem feito em relação à sustentabilidade?
Caron: temos tomado uma série de iniciativas, como reciclar os uniformes da tripulação para fazer carpetes nas aeronaves, além de investir maciçamente para aprimorar a eficiência do combustível nos voos. Já temos aeronaves operando com biocombustível na Europa, entre Oslo e Amsterdã, e entre Paris e Toulouse (França). Haverá outro voo operando com este tipo de combustível, e ele terá início no mês que vem, com destino aos Estados Unidos.


*Fonte: BTN

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