Felippe Constancio   |   29/11/2016 15:30

Políticas de viagens: como o viajante vê e como é

Que há um gap entre o que há na política e o que o viajante acha, muito sabem. Mas em recente levantamento, a GBTA mostra o tamanho do gap

Se você leu esse título e lembrou de memes comparando como determinada atividade profissional ou esportiva é recebida por familiares ou colegas e como ela realmente é, você já sabe sobre o que é a notícia: há uma desconexão entre o que é uma política de viagem e o que os viajantes corporativos pensam que é.

Um meme comparando a visão de um gestor, de um gerente financeiro e de um viajante sobre políticas de viagem, aliás, já poderia circular nas redes sociais, uma vez que não é segredo para ninguém que há um gap no entendimento acerca do tema. Mas uma recente pesquisa da GBTA junto com a HRS mostra, contudo, o tamanho desse gap.


De acordo com o report, que compara respostas de viajantes e travel managers, 96% dos viajantes corporativos dos Estados Unidos se dizem cientes das políticas de viagem de suas empresas, ainda que haja algum desentendimento. Metade dos pesquisados disseram que as políticas são mandatórias, enquanto um terço dos gestores confirmam tal afirmação. Quanto a políticas relacionadas à economia compartilhada, por exemplo, 24% dos gestores norte-americanos disseram que carona remunerada é proibida, enquanto metade dos viajantes confirmaram a proibição.

A GBTA usou dados de duas pesquisas para a comparação, ainda que os que responderam - travel managers e viajantes - não sejam das mesmas empresas em todos os casos. A contribuição do cruzamento de dados, contudo, mostra que percepção vem se mostrando mais relevante que a realidade. Apesar de gestores dizem, por exemplo, que enviam e-mails ao viajante com informações importantes antes da viagem, o fato se mostra pouco eficiente ou até mesmo irrelevante se o destinatário não abrir o documento.

"Um fato surpreendente é que a geração Y mostrou preferir ter encontros pessoais para o assunto", observou a diretora de Relações da Indústria da HRS, Carole Poillerat. Pouco mais da meta dos viajantes com idade entre 18 e 34 anos disseram preferir que alguém explique as políticas de viagem pessoalmente. "Talvez isso seja porque eles não estão habituados a políticas de viagens e querem ter certeza de que entenderam."



Conforme a pesquisa aponta, os viajantes querem aderir às políticas - com 79% respondendo que a política da companhia tem grande impacto sobre a tomada de decisões.

Para além dos efeitos negativos do não cumprimento das políticas, a executiva aponta que o desentendimento tem um custo invisível às companhias. Conforme ela ressalta, 89% dos gestores dizem que negociam wi-fi gratuito nos hotéis, mas 22% dos viajantes corporativos ainda compram pacotes de internet.



ALTERNATIVAS
O relatório comparativo sugere formas de diminuir o desentendimento entre a percepção e a política real de viagens. Entre elas estão coleta de dados dos colaboradores viajantes, alertas para não cumprimento das políticas antes da reserva e disseminação de informações em canais efetivos.

Empoderar os players que oferecem tecnologias que incorporam escolhas dentro do compliance nos programas ajuda a colocar gestores e viajantes "na mesma página", acredita Poillerat.

"Quando você viaja a trabalho, seja para reuniões com colegas, clientes ou fornecedores, você não tem tempo para ficar revendo as políticas, e então é importante que você tenha as informações no momento que precisa."

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