Intenção de consumo das famílias tem segunda alta consecutiva
Foi o segundo aumento seguido do índice da CNC, que acumulou cinco quedas consecutivas até agosto
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu ligeiramente em outubro (+0,9%) e chegou a 68,7 pontos. Foi o segundo aumento seguido do índice, que acumulou cinco quedas consecutivas até agosto. Mesmo com as recentes altas, o indicador registrou o pior desempenho para um mês de outubro desde o início da série histórica, em janeiro de 2010. Além disso, no comparativo anual, houve recuo de 26,4% – a sétima retração seguida nesta base comparativa. Vale destacar que a ICF está abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde abril de 2015.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que a recuperação do consumo dos brasileiros tem se refletido no aumento das vendas do varejo, nos últimos meses. “A maior satisfação das famílias reforça a evolução gradual, observada nos dados recentes do comércio”, afirma Tadros.
A melhora nos itens que compõem as condições de consumo ajudou a ICF a alcançar mais um resultado positivo em outubro: o Acesso ao Crédito chegou ao segundo aumento seguido (+0,3%), atingindo 81,9 pontos; o Nível de Consumo Atual cresceu 1,2% – também o segundo aumento consecutivo –, chegando a 51,7 pontos; e o Momento para Duráveis registrou a terceira alta em sequência (+2,1%), subindo a 43,3 pontos – mesmo assim, o item, que avalia o que os consumidores pensam sobre a aquisição de bens como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis, permaneceu como o menor entre todos os avaliados pela pesquisa.
Em relação ao momento atual, o relacionado à renda foi, novamente, o ponto negativo. O item acumulou a sétima queda seguida (-0,9%) e caiu a 76,3 pontos – renovando o menor patamar da série histórica.
Para Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo, os consumidores demonstram estar enfrentando um momento de contenção de renda: “A redução do auxílio emergencial do governo impactou negativamente as famílias, mesmo com a melhora nas percepções em relação ao mercado de trabalho”.
O subíndice que mede a satisfação dos brasileiros com relação ao emprego registrou o segundo crescimento seguido (+0,3%) e fechou o mês, mais uma vez, como o item de pontuação mais elevada (85,9 pontos).
Já o subíndice que avalia a perspectiva profissional dos brasileiros para os próximos seis meses também se destacou positivamente, impulsionado pelo aumento do indicador referente ao emprego atual. O item apresentou o maior crescimento mensal em outubro (+4,4%) – a terceira alta consecutiva –, chegando a 78,7 pontos.