Eventos: tecnologia não substitui o face to face
Os millennials estão dominando o mundo: são quase dois bilhões de jovens em todo o mundo.
Os millennials estão dominando o mundo: são quase dois bilhões de pessoas da geração Y. Junto com essa geração, que tem se desenvolvido concomitantemente ao advento da internet, ainda existem aqueles com um pé na era analógica - e o seu posicionamento, sobretudo no mundo dos negócios, às vezes parece receoso. Apesar disso, especialistas na área destacam que, ainda sem prazo para terminar, o fator humano ainda é o diferencial.
"Por um tempo a gente começou a discutir se o digital substituiria o face to face. A gente aprendeu, todavia, que ele se trata de algo complementar. Os negócios, por exemplo, embora sejam selados com o aperto de mãos, sem sombra de dúvidas, tiveram em algum momento um toque digital", explicou o presidente da MPI Brasil, Ney Neto, durante o 1º Destinos SP. Segundo, mesmo parte da geração Y ainda necessita de serviços humanos, ainda que apenas em procedimentos finais. "Estamos construindo a ponte entre analógico e digita. Somos o que chamamos de 'learning by doing'.”
Dentre as descobertas que o avanço tecnológico tem proporcionado, Neto destaca, é a possibilidade de direcionar o marketing de diferentes negócios - o que inclui o segmento de viagens e eventos. "É possível direcionar o marketing para o seu público diretamente e, efetivamente, medir o comportamento dos consumidores e o engajamento que a marca proporciona."
Outro ponto importante, seguindo a mesma linha de raciocínio, é a horizontalidade na relação de empresas com parceiros e clientes que as tecnologias permitem, conforme apontado pela diretora de Vendas da Concur Brasil, Valéria Soska. "Os viajantes corporativos, por exemplo, têm buscado cada vez mais autonomia, ainda que seguindo um cronograma específico do evento o qual precisa participar. Em contrapartida, as empresas têm tido a liberdade de consultor o que melhor traz conforto para o viajante realizar a atividade fim ao qual foi enviado".
"A verdade, porém, é que essa flexibilidade se os canais de hotéis, companhias aéreas e mesmo de restaurantes e centros de convenções não estivessem acessíveis na internet ou mesmo em aplicativos de celular", explica Valéria.
Apesar disso, a caçadora de tendências Sabina Deweik, pontua o fato de as empresas terem a oportunidade de oferecer, via plataformas de conexão, serviços que desconectem os consumidores da "loucura tecnológica". "Pode parecer confuso, mas é sabido que as gerações mais jovens querem ter o prazer de fazer as coisas com as suas próprias mãos e viver plenamente suas experiências. Quem tem apostado nessa tendência, e muito bem, é o Airbnb, com o Experience", explica Sabina.
Confirmando exatamente o que Neto havia dito no início do painel, Sabina realça: "apesar dos avanços tecnológicos, o futuro e a tendência ainda é humano. A inteligência artificial, porém, só irá nos poupar de trabalhos dos quais não fomos 'programados' para fazer."