Startup quer conectar viajantes com moradores locais

Criado como uma plataforma para unir viajantes com moradores locais, o Zipskee objetiva transformar as viagens em experiências ricas e completamente novas. Quem visita um local estranho, na maioria das vezes, não tem um amigo que possa lhe mostrar os melhores lugares para visitar – e é exatamente a solução para isso que a plataforma deseja proporcionar aos usuários.

Em maio, um mês antes de seu lançamento, a startup recebeu cerca de US$ 120 mil de investimento. Para o diretor executivo, Evan Hung, o Zipskee é a uma saída para os viajantes que desejam aprender mais e interagir com a população local, mas que encontram dificuldades nas barreiras culturais.

Não há uma maneira fácil de encontrar e se conectar com os habitantes locais. Quem tem mais experiência afirma que as melhores viagens aconteceram quando foi possível estabelecer a união com os moradores – misturando-se com as novas culturas e fazendo amizades além das fronteiras. O Zipskee pretende tornar essas relações mais acessíveis, através da criação de um ambiente virtual, cheio de viajantes sedentos por boas experiências e com moradores ansiosos para compartilhar as melhores partes de sua cidade.

O usuário deve criar uma conta com e-mail e senha (existe também a possibilidade de se conectar pelo Facebook). Os viajantes e moradores deverão configurar o perfil com foto, idiomas falados, interesses e fazer uma pequena descrição de si mesmo. Com base em tais informações, os usuários serão combinados com outras pessoas que partilham dos mesmos interesses. Os usuários podem definir seu status entre "viajante" ou "guia", e também atualizar sua cidade atual para ajudar outros usuários encontrá-los.

Para fazer as conexões, os usuários pesquisam cidades, e até mesmo pontos de referência, para que o Zipskee possa encontrar viajantes e guias na área desejada. Uma vez conectados, eles podem facilmente se comunicar através de um chat dentro da plataforma, onde os usuários podem pedir recomendações ou mesmo programarem de se conhecerem pessoalmente em alguma visita. As notificações também são enviadas ao e-mail, para que os usuários saibam quando receberem uma mensagem.

Para muitas mulheres que deixam de viajar, tanto por falta de companhia quanto pela insegurança de andarem sozinhas em um lugar completamente desconhecido, com as classificações e recomendações publicados no perfil de cada usuário, a plataforma pode ser o incentivo que faltava a elas de se sentirem livres e seguras para explorar as mais variadas culturas.

Atualmente, a startup é composta pelo diretor executivo, Evan Hung; pelo diretor de tecnologia, Bret Doucette; e pelo diretor de estratégia, John Galloway. A equipe também inclui dois engenheiros de software em tempo integral.

Em maio deste ano, a startup recebeu um valor de US$ 120 mil.

O Zipskee pretende rentabilizar como o principal fornecedor de dados de viagem às Plataformas de Gestão de Dados (Data Management Platforms - DMPs), para o uso em publicidade segmentada.

A plataforma é livre para os usuários, porém as empresas poderão comprar dados para complementar sua publicidade digital – já que é comprovado o sucesso de campanhas publicitárias com informações a partir de dentro dos próprios segmentos.

Do ponto de vista do usuário, o principal ponto a ser resolvido é a dificuldade em fazer conexões com outras culturas. Os viajantes desejam aprender mais e interagir com a população local, mas encontram dificuldades nas barreiras culturais. O Zipskee é a solução para o problema, que também incentiva amizades, promove a conexão internacional e torna o mundo um pouco menor.

A equipe é aconselhada por empresários e especialistas experientes em tecnologia do espaço, como o co-fundador da Revolv, e que hoje trabalha para o Google, Haley Taylor, o CTO da VSCO Michael Clark, o diretor de Marketing da Health Grades, Keith Nyhouse, entre outras grandes referências da área. Nomes importantes para progresso da plataforma e que a desafia a ser uma organização de alto desempenho.

A ideia de unir viajantes com os moradores locais é muito boa, visto que é grande a busca por experiências culturais – e até mesmo de fazer novos amigos – em lugares diferentes. Vale ressaltar, contudo, que a plataforma não traz um conceito novo. Outras, com tema e objetivos semelhantes, já existem e pouco variaram de uma para a outra.

A Tripbod foi um dos primeiros exemplos de startup do tipo e foi adquirida pela Tripadvisor há pouco mais de dois anos. Aliás, essa é uma questão interessante, pois como uma startup pode competir com gigantes, como a Tripadvisor, que já dominam a popularidade no setor?

O Airbnb é outro exemplo. Sendo uma plataforma de moradia, ele praticamente já deixa pronta a conexão entre viajantes e moradores – e até mesmo já promoveu uma campanha com tal tema.

Existe também a inclinação da Zipskee em vender dados de viagens para as empresas usarem em publicidade segmentada. Para isso, é necessário construir e investir, em grande escala, no que é um problema da maioria das startups: o marketing.

Por outro lado, também é preciso perceber que a plataforma está certa em pensar em viagens de longa distância, uma vez que não haveria espaço e nem mesmo sentido uma plataforma do tipo em âmbito regional em alguns lugares. No entanto, em países com dimensões continentais, como o Brasil, é possível que os viajantes e guias possam ter a mesma nacionalidade.